A GUINÉ-BISSAU DE 01 DE MARÇO DE 2009 A 01 DE ABRIL DE 2010

 

 

Não consentirei que se continue a destruir o país que me viu nascer e a prejudicar todo um povo, do qual faço parte. Os cobardes, falam sempre depois...Por isso, não me importa que, depois da minha partida, alguém ouse enfrentar o vazio da minha ausência...Até lá, serei sempre um combatente! Didinho 17.05.2009 SEREI SEMPRE UM COMBATENTE! 17.05.2009

 

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

 

(...) porque hoje, mesmo que não tenhamos a coragem de dizer a verdade, a nossa verdade que seja, sobre o que vemos, sabemos e pensamos do país, os sinais do tempo acabam eles próprios por nos apresentar a verdade dos factos, que sabíamos existirem, mas aos quais fomos indiferentes, coniventes, cúmplices directos ou indirectos, em certa medida. Didinho 03.03.2009

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

E quem acudirá ao povo guineense, quando alguém resolver pegar em armas para mudar algo em seu favor, como tem acontecido ao longo dos anos e sabendo que recentemente foram detidas muitas pessoas por uma alegada conspiração visando eliminar o novo "chefe" das Forças Armadas, Zamora Induta?! Ao longo dos anos, de promessa em promessa, feita aos guineenses e à Comunidade Internacional, pelos diversos actores políticos e militares de que não voltaria a haver instabilidade, que não voltaria a ser disparado um único tiro, etc. fomos assistindo a disputas de vários contornos, mas nenhuma motivada pela defesa do interesse nacional e, por assim dizer, do povo guineense, disputas essas "acompanhadas" por todos, mas com poucos a alertarem para a previsibilidade de conflitos de grandes e graves proporções resultantes dessas disputas em torno dos poderes de um poder ditatorial e eternamente impune na Guiné-Bissau. Nunca houve preocupação para a prevenção de conflitos na Guiné-Bissau. Todos acham, porque alguém de bom senso alguma vez o disse e, por soar bem, que os problemas da Guiné-Bissau devem ser resolvidos pelos guineenses. Concordo e tenho transmitido insistentemente esta forma de encarar o patriotismo, mas entre o que os guineenses devem fazer e o que os guineenses podem ou não fazer, existe espaço e razão para análise e avaliação dos prós e dos contra, tomando em consideração os assuntos cujas complexidades ultrapassaram, há muito, os caprichos de um patriotismo incoerente e que chega a ser prejudicial ao interesse nacional. O tempo saberá, uma vez mais e na devida altura, mostrar de que lado está a razão entre os que são a favor e os que são contra o envio de uma Força Militar e Policial Multinacional para a Guiné-Bissau, se é que se trata de ter ou deixar de ter razão... Didinho 15.05.2009 CONTINUAMOS SEM SABER QUE OS CONFLITOS EVITAM-SE, SOBRETUDO, COM A PREVENÇÃO! 15.05.2009

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

Se nos libertarmos do medo, ainda que por um dia, conseguiremos obter respostas para a maioria das questões que colocamos a nós próprios e isso ajudar-nos-á a perder o medo nos dias seguintes, o que fará com que passemos todos a trabalhar pelo interesse nacional, tomando a verdade como a essência da mente sã, que por sua vez é a arquitecta dos projectos da Paz, da Estabilidade e do Desenvolvimento, valores de que a Guiné-Bissau carece. Didinho 03.03.2009  SÓ PONDO OS INTERESSES DA GUINÉ-BISSAU ACIMA DOS INTERESSES PESSOAIS SE PODERÁ EVITAR O "SUICÍDIO COLECTIVO"! 03.03.2009

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

Não tenhamos dúvidas de que a Guiné-Bissau estará sempre em "pé de guerra", enquanto recusarmos admitir que não somos capazes de nos entender por nós próprios! Didinho 22.06.2009 AFINAL "NÓS SOMOS MEMBROS DA CPLP..." E TAMBÉM, JÁ AGORA, DA CEDEAO E DA ONU, DIGO EU! 22.06.2009

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

Cabe ao Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. reconhecer o erro na leitura e interpretação da Constituição, no tocante à aprovação, pelo Conselho de Ministros, dos nomes de Zamora Induta para Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e de António Indjai para Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Didinho 22.03.2009 CABE AO PRIMEIRO-MINISTRO RECONHECER O ERRO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 22.03.2009

Amilcar Cabral  "Abel Djassi"

Meus senhores,

Presidente da República, Primeiro-ministro, políticos em geral e governantes, vós que andais a falar de estabilidade, vós que andais a esfregar as mãos com tantos apoios internacionais anunciados para a Guiné-Bissau, peço-vos que cada um faça a sua parte em conformidade com as vossas atribuições e competências, evitando pôr em causa, mais uma vez, o futuro da Guiné-Bissau e das gerações vindouras. Estamos atentos e não aceitaremos! Didinho 22.02.2010  PONTO DE SITUAÇÃO SOBRE A (IR)REALIDADE DA GUINÉ-BISSAU 22.02.2010

 

Quero para mim, a Guiné-Bissau que desejo para todos os meus irmãos guineenses!

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

02.04.2010

Fernando Casimiro (Didinho)Para recordar um dia: Reconhecer, na actual conjuntura, haver Estabilidade na Guiné-Bissau é, por incrível que pareça, estar a promover a INSTABILIDADE na própria Guiné-Bissau! Didinho 21.11.2009

O que é que se pode concluír do que aconteceu concretamente ontem, 01 de Abril em Bissau?

Que contrariamente ao que se andava a apregoar, não havia, NÃO HÁ,  nenhuma estabilidade na Guiné-Bissau!

Junto a este trabalho diversos links de artigos anteriormente publicados, para uma melhor compreensão  do que aconteceu na Guiné-Bissau de 01 de Março de 2009 a 01 de Abril de 2010. Ciente de não ter que agradar a gregos e troianos, e sem representar nenhuma instituição, mas em nome pessoal, ressalvo desde já que respeito todas as opiniões contrárias à minha, não fazendo questão de responder a nenhum comentário que o meu trabalho vier a suscitar.

Depois de acompanhar tudo o que aconteceu no dia de ontem e tendo em conta tudo o que sei desde há muito, reconheço, uma vez mais, que o jogo de interesses tem prejudicado cada vez mais a Guiné-Bissau e os guineenses!

Não vou perder tempo com rodeios, para dizer o que está à vista de qualquer pessoa lúcida, e minimamente conhecedora da realidade guineense.

Começo pela atitude do Sr. Presidente da República, Malam Bacai Sanhá:

 

Com todo o respeito pelas opiniões que lhe são favoráveis nesta crise, quanto a mim, é parte do problema!

O Sr. Presidente da República mostrou ser cúmplice do que ontem aconteceu na Guiné-Bissau, mas apareceu depois como interlocutor da Paz...

Todos leram as suas declarações: " o que aconteceu foi um pequeno problema entre militares".

Se um Primeiro-ministro é detido por militares;

Se o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas é detido por militares;

Está-se apenas perante um pequeno problema entre militares?

Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá,

O Sr. não teve a coragem de condenar publicamente a insubordinação militar. O Sr. Presidente da República, que também é Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, rebaixou-se perante os revoltosos, deslocando-se às instalações do Estado-Maior falar com eles.

E porque se deslocou ao Estado-Maior, numa situação de sublevação militar? Porque tinha todas as garantias de que nada lhe iria acontecer...

Sr. Presidente da República Malam Bacai Sanhá, o Sr. ouviu o Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai ameaçar matar o Primeiro-ministro; ouviu o Contra-Almirante Bubo Na Tchuto ameaçar a população e não condenou esses actos, considerados criminosos a nível judicial!

De que vale a encenação: "Se quiserem, matem-me, mas o que fizeram é um disparate?"

O Sr. Presidente da República há muito que tem dado a entender ter um governo sombra na sua equipa presidencial, pronto a fazer parte de um governo de unidade nacional, caso houvesse uma ruptura institucional que forçasse a queda do actual Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.

O Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá viu nesta rebelião militar uma oportunidade de ouro para o afastamento do Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. e sabe que isso será uma realidade, mesmo com a promessa da reposição da legalidade constitucional, pois o Primeiro-ministro ainda que diga que tem condições psicológicas para continuar, também sabe que será um eterno refém do novo poder militar.

O Sr. Presidente da República não condenou a sublevação, não disse tratar-se de golpe de Estado, porque não quer que a Comunidade Internacional decida por sanções à Guiné-Bissau, isso está à vista de todos, mas também está à vista de todos que o Sr. Presidente está a ser conivente com o mal.

O Sr. Presidente da República não condenou a invasão das instalações das Nações Unidas em Bissau pelos militares revoltosos.

O Sr. Presidente da República não pediu desculpas ao Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas, por essa invasão que é uma gritante violação do Direito Internacional!

Se aquando do regresso de Bubo Na Tchuto, o posicionamento do Sr. Presidente da República foi correcto, ao dizer que Bubo é um cidadão que decidiu regressar ao seu país e não via mal nisso; se eu e muitos nos posicionamos em defesa dos Direitos Fundamentais que assistem a qualquer cidadão, e neste caso ao cidadão Bubo Na Tchuto, que podia ser outro qualquer, também é verdade que o Sr. Presidente deveria agora condenar Bubo Na Tchuto.

Os guineenses tomaram conhecimento de uma recente reunião à qual o Sr. Presidente esteve presente, juntamente com o Sr. Primeiro-ministro, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas José Zamora Induta, o Sr. Procurador-Geral Dr. Amine Saad e o Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai.

Uma reunião, pelos vistos, assente em verdades por um lado e incriminações forçadas por outro, de um jogo de interesses desta feita, uma vez mais, do Sr. Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. e do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Zamora Induta, no sentido de forçarem a saída do país  de António Indjai,  figura que se tornou incómoda para ambos, dado o avanço das investigações sobre o assassinato, a 02 de Março de 2009, do ex-Presidente João Bernardo Vieira, que toda a gente na Guiné-Bissau sabe ter sido levado a cabo por elementos do Batalhão de Mansoa, dirigidos por António Indjai.

Uma semana antes Indjai assinara em Bissau, perante uma comissão composta pelo Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, CEMGFA, Zamora Induta, Procurador-Geral da República e o Presidente, um documento onde reconhecia estar envolvido numa operação de narcotráfico que ocorrera no aeródromo de Cufar, sul da Guiné, desmantelada «in extremis» pelos militares de Zamora Induta. Na mesma ocasião ficou estabelecido que António Indjai seria automaticamente exonerado do cargo de número dois das forças armadas e partiria para Cuba, oficialmente, em «tratamentos médicos».

O que fica desta reunião é que o Sr. Presidente da República, mesmo tendo em conta que na realidade, António Indjai está metido no narcotráfico, assim como Bubo Na Tchuto e tantos outros, prestou um mau serviço ao país, por várias razões:

- O Presidente da República não deve, não tem que se meter em assuntos de foro criminal/judicial.

- Pactuou com arranjos de "extradição" do cidadão nacional António Indjai, sabendo que pendia contra ele, acusações verdadeiras ou não de envolvimento no narcotráfico, mas uma "extradição" que iria intencionalmente esvaziar as acusações do assassinato do ex-Presidente João Bernardo Vieira, é indigno para um Presidente da República.

- O Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá que na sua tomada de posse assumiu o compromisso de lutar contra o narcotráfico na Guiné-Bissau, sabendo que essa reunião destinava-se a obrigar o Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, a assinar um documento onde reconhecia estar envolvido numa operação de narcotráfico, porque razão consentiu que um assumido narcotraficante, ao invés de ser encaminhado à Justiça, fosse "extraditado", alegadamente, para tratamentos médicos, para a República de Cuba?

- Onde está, Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá, a sua disponibilidade para o combate ao narcotráfico?

- Onde está, Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá, o seu compromisso para com a verdade?

- Qual é, Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá, o seu conceito de Justiça?

Com os acontecimentos de ontem, 01 de Abril, o Sr. Presidente da República que já tinha conhecimento da participação de António Indjai e outros na morte do ex-Presidente João Bernardo Vieira, da sua participação e de outros, no narcotráfico, porque foi ter com ele depois de saber que a sublevação estava a ser dirigida por ele e Bubo Na Tchuto?

Depois de tudo o que aconteceu e foi dito ontem, como pode o Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá evitar leituras que interpretam as suas atitudes como actos de cumplicidade na alteração forçada da ordem constitucional?

Para além do que aconteceu ontem e das disputas que tem tido com o Sr. Primeiro-ministro, tem-se notado a pouco e pouco um seu posicionamento em forma de retribuição de "favores prestados" aquando da sua campanha eleitoral para Presidente da República.

Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá, espero que o pagamento das suas promessas, por exemplo, não venha forçar a alteração do estatuto de Estado Laico que caracteriza desde sempre a República da Guiné-Bissau. Cada um é livre de optar pela religião que bem entender e como o país é de todos, deve continuar a ser um Estado Laico...

Hoje, depois de há muito reflectir sobre o assunto, não tenho dúvidas de que o Sr. Presidente da República, Malam Bacai Sanhá terá tido algum papel no regresso de Bubo Na Tchuto à Guiné-Bissau, no sentido de, como Presidente da República, garantir uma  segurança militar com a presença deste em Bissau, fazendo assim frente ao Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., que se apoiava em Zamora Induta para "intimidá-lo".

O Sr. Presidente da República deve rever os seus compromissos enquanto Chefe do Estado, afastar-se dos diversos grupos de interesse, que o têm estado a cobrar os favores da campanha eleitoral, incluindo alguns identificados com o narcotráfico, mostrar seriedade no desempenho das suas funções, se quiser merecer a consideração dos guineenses e da comunidade internacional.


Do Sr. Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.:

 

O Sr. Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., está a ser vítima dos esquemas em que está habituado a participar!

Não é vítima por fazer o bem, mas por estar de mãos dadas com o mal.

Das suas disputas com o Presidente Malam Bacai Sanhá, pode-se dizer que provocou muitas delas, por se considerar mais poderoso de que o Presidente da República, por ter o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta do seu lado.

A ausência imediata de solidariedade institucional do Presidente Malam Bacai Sanhá para com Carlos Gomes Jr., e a não condenação oficial dos acontecimentos de ontem, são ressonâncias da mesma atitude que Carlos Gomes Jr. teve aquando do assassinato do ex-Presidente da República, João Bernardo Vieira.

Todos se lembram que o Primeiro-ministro, que podia (e deveria) activar mecanismos de apoio, face à decapitação do Estado, com os assassinatos do ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Waie e do ex-Presidente da República, João Bernardo Vieira, passou ao lado da "afronta" dos familiares das vítimas dessas monstruosidades e do sofrimento do povo guineense, que não sabia o que estava a acontecer.

Carlos Gomes Jr., que mostrou na altura, tal como agora o Presidente da República Malam Bacai Sanhá, estar à vontade com o que tinha sucedido em 1 e 2 de Março, deu-se logo a conhecer como parte suspeita nas ocorrências de 01 e 02 de Março de 2009.

Foi Carlos Gomes Jr. quem propôs a nomeação de Zamora Induta ao cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e a recondução de António Indjai como Vice-Chefe. Na altura, o António Indjai serviu e bem os interesses de terceiros, merecendo toda a consideração e confiança do Sr. Primeiro-ministro....

Carlos Gomes Jr., sabia porém que, mais dia, menos dia essa amizade iria desfazer-se, pois entre criminosos há sempre chantagens.

O Sr. Primeiro-ministro deu cobertura a matanças, perseguições, prisões e tortura de muitas pessoas desde Março de 2009 aos dias de hoje.

O Sr. Primeiro-ministro, obcecado pelo poder absoluto, passou a agir de forma preventiva, antecipando-se na acusação de pessoas, para legitimar acções de força contra elas.

Forçou sempre a confrontação!

Foi o Sr. Primeiro-ministro quem transformou Bubo Na Tchuto em vítima, com a relevância que deu ao seu caso, imiscuindo-se em assuntos do poder judiciário, desrespeitando a separação de poderes dos órgãos de soberania, etc.

Procurou sempre ombrear com o Presidente da República, desvalorizando a sua pessoa e as atribuições que lhe são conferidas pela Constituição da República.

O Sr. Primeiro-ministro está a pagar o seu envolvimento directo ou indirecto nos vários crimes em que participou e ontem mesmo, António Indjai, Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas acusou-o de ser um assassino que mandou matar muita gente...Tem o Sr. Primeiro-ministro todo o direito a refutar esta gravíssima acusação, proferida pelo homem que todos sabem ter dirigido o grupo que assassinou o ex-Presidente da República João Bernardo Vieira.

Continuarei a ser seu crítico, porque há razões para isso. Não sou apologista de golpes de Estado de qualquer espécie, por isso, condeno a forma como quiseram destituí-lo do cargo de Primeiro-ministro.

Merece ser investigado e julgado pela suspeita de diversos crimes.


Do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta:

Outro obcecado pelo poder, que apesar de jovem, tem um vasto "cadastro" de golpista. Conhecedor profundo das estratégias de encenação e prática real de golpes de Estado, viu nas acções de 01 e 02 de Março de 2009 a oportunidade de chegar ao topo da hierarquia militar guineense, tendo tido papel preponderante nessa conspiração.

Tal como em ocasiões anteriores, serviu-se em Março de 2009 da acção prática dos operacionais a "sério", para aparecer como o bom falante e intelectual-mor das Forças Armadas.

Mostrou desde logo estar implicado no assassinato do ex-Presidente João Bernardo Vieira.

Formou dupla com o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., ao ponto deste apadrinhá-lo no casamento contraído o ano passado.

Cedo começou a afastar-se dos seus colegas militares que lhe tinham possibilitado chegar ao topo da hierarquia militar. Os seus problemas com o Vice-Chefe António Indjai motivaram o ódio entre ambos e em Bissau todos sabiam que mais dia, menos dia, os dois iriam se envolver numa batalha de consequências imprevisíveis.

Em equipa com o Primeiro-ministro instruiu grupos de militares para intimidar, perseguir, deter, torturar e assassinar pessoas.

Merece ser expulso das Forças Armadas e julgado por todos os crimes cometidos!


Do Vice -Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas

O operacional em vida mais temido nas Forças Armadas, por demonstrar apetência para matar.

Participante em golpadas, sabe-se que foi ele quem dirigiu o grupo que assassinou o ex-Presidente João Bernardo Vieira. Foi enganado, pois pensava ser ele e ocupar o cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, cargo esse que ficou com Zamora Induta.

Das suas divergências com Induta, sabe-se que escapou a diversas tentativas de assassinato nos últimos tempos, mas Zamora conseguiu neutralizá-lo e o facto de ter sido obrigado a assinar um documento reconhecendo o seu envolvimento no narcotráfico é prova de que estava já sem poder no Batalhão de Mansoa, poder esse que recuperou, ao dar a volta à situação de condenado à "extradição", decidindo-se pelo resgate do Contra-Almirante Bubo Na Tchuto refugiado na representação das Nações Unidas, para, com a influência deste, motivado por ódios recalcados e vontade de vingar, ter apoio de todos os militares para se vingar de Zamora Induta e Carlos Gomes Jr.

Merece ser expulso das Forças Armadas e julgado por todos os crimes cometidos!


Do Contra-Almirante Bubo Na Tchuto

O operacional que representava o ex-Presidente da República, João Bernardo Vieira no narcotráfico. Golpista de longa data, foi sempre utilizado por terceiros. Recebeu apoio humanitário por se refugiar nas instalações das Nações Unidas devido aos desmandos do Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., que o transformou em vítima de abuso da autoridade do Estado, não fosse isso, todos concordariam que deveria ser julgado, uma pretensão que, em abono da verdade, sempre manifestou disponibilidade para tal, o que lhe foi recusado pela forma como o Primeiro-ministro interferiu no caso.

Aproveitando a saída das instalações das Nações Unidas e formando dupla com António Indjai, esqueceu-se que o cidadão tem direitos, mas também deveres.

Ameaçou cometer barbaridades contra a população que saiu à rua num gesto de solidariedade para com o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.

A exemplo de António Indjai, só pensa em matar.

Merece ser expulso das Forças Armadas e julgado por todos os crimes cometidos!


A COMUNIDADE INTERNACIONAL

União Africana, CEDEAO, CPLP e ONU

Todos juntos só servem para gastar dinheiro em nome da Guiné, quando no essencial, nada se vê de tantas reformas anunciadas, de tanta propaganda ajudando a divulgar uma Estabilidade inexistente, fomentando a impunidade ao invés de promover a Justiça na Guiné-Bissau.

Todos sabem o que se passa na Guiné-Bissau, conhecem os criminosos, incluindo os matadores, os narcotraficantes e os corruptos, mas nada fazem para ajudar a combater o mal, sendo que até aparecem acompanhados deles em diversos eventos nacionais e internacionais.

Exigem investigações, fazem ameaças e fica tudo na mesma, pois há outros interesses a salvaguardar, por isso, os guineenses que resolvam os seus problemas...

Mas vamos resolvê-los, sem dúvida e temos consciência das nossas responsabilidades, mas também, das nossas capacidades!

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

“Se o povo, o governo, se a sociedade civil e as Forças Armadas da Guiné-Bissau pensarem que a solução para a resolução dos problemas do país virá da comunidade internacional, então diria que estão redondamente enganados. É uma pura ilusão. A resposta terá que vir dos próprios guineenses”. Joseph Mutaboba, Representante do Secretário-Geral da ONU - 16.04.2009 OBRIGADO SENHOR EMBAIXADOR JOSEPH MUTABOBA! 17.04.2009


 

DOCUMENTÁRIO "AFRICA STUPS" 19.03.2010

AINDA NÃO FOI REPOSTA A NORMALIDADE CONSTITUCIONAL NA GUINÉ-BISSAU! 17.03.2010

SERVIR O PAÍS E OS CIDADÃOS, O VERDADEIRO PAPEL DA (VERDADEIRA E LIVRE) COMUNICAÇÃO SOCIAL 09.03.2010

SUGERINDO NOVOS RUMOS (2) 07.03.2010

SUGERINDO NOVOS RUMOS 02.03.2010

É FUNDAMENTAL COMBATER AS CAUSAS! 01.03.2010

OU TE CALAS OU ÉS CALADO À CATANADA... 25.02.2010

CONSELHO SUPERIOR MILITAR 22.02.2010

PONTO DE SITUAÇÃO SOBRE A (IR)REALIDADE DA GUINÉ-BISSAU 22.02.2010

AGUARDAMOS ANSIOSAMENTE... 20.02.2010

COISAS NOSSAS... (5) 18.01.2010

A COBARDIA DE UM PRIMEIRO-MINISTRO CORRUPTO E CÚMPLICE DA BARBÁRIE! (2) 03.01.2010

INCORRECTO! 01.01.2010

ONDE ESTÁ A CONSIDERAÇÃO PELO POVO GUINEENSE?! 12.12.2009

A PULSEIRA...02.12.2009

A VERDADE NUNCA ESTEVE TÃO PERTO NA GUINÉ-BISSAU... 26.11.2009

AFINAL, ALGUÉM QUER AFUNDAR O BARCO DA ESTABILIDADE CONSENSUAL...21.11.2009

A COBARDIA DE UM PRIMEIRO-MINISTRO CORRUPTO E CÚMPLICE DA BARBÁRIE! 16.11.2009

A PRAGA! 11.11.2009

A GUINÉ-BISSAU DO PÓS NINO VIEIRA CONTINUA A SER UMA REPÚBLICA SUSTENTADA PELA MENTIRA! 01.11.2009

À ATENÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, DR. MALAM BACAI SANHÁ 19.10.2009

À ATENÇÃO DO SENHOR PRESIDENTE MALAM BACAI SANHÁ 01.10.2009

NÃO BASTA PROMETER FAZER, QUANDO HÁ MUITO SABEMOS O QUE FAZER, MAS NÃO FAZEMOS... 28.09.2009

A PROPÓSITO DO ENVIO DE UMA FORÇA MULTINACIONAL MILITAR E POLICIAL PARA A GUINÉ-BISSAU 27.08.2009

AFINAL, QUEM MANDA NA GUINÉ-BISSAU?! 16.08.2009

OS SÍMBOLOS DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU DEVEM SER REAVALIADOS! 15.08.2009

DITO PELOS AMERICANOS AGORA, DITO POR NÓS DESDE A PRIMEIRA HORA 24.06.2009

INACEITÁVEL, SENHOR BAN KI-MOON! 22.06.2009

GUINÉ-BISSAU: PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009 - ANÁLISE POLÍTICA 19.06.2009

JÁ QUE SE FALOU EM CONTRA-ATAQUE... AVANCEMOS! 15.06.2009

O GOVERNO JAMAIS ESCLARECERÁ NADA DO QUE TEM ACONTECIDO NA GUINÉ-BISSAU, PORQUE É PARTE DO PROBLEMA! 10.06.2009

DE CONTRADIÇÃO EM CONTRADIÇÃO, A VERDADE DE UMA GRANDE MENTIRA!07.06.2009

MAIS UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO NA GUINÉ-BISSAU, QUE NÃO PASSA DE UMA GRANDE MENTIRA! 05.06.2009

ORA BOLAS SR. PRIMEIRO-MINISTRO CARLOS GOMES JR., QUE PAÍS É AFINAL A GUINÉ-BISSAU?! 18.05.2009

PEDINCHAS E ESBANJADORES! 06.05.2009

CARTA ABERTA AO SENHOR CARLOS DOMINGOS GOMES JR., PRESIDENTE DO PAIGC E PRIMEIRO-MINISTRO DA GUINÉ-BISSAU 05.05.2009

A GUINÉ-BISSAU DE HOJE É, TAMBÉM, FRUTO DA GANÂNCIA DO PAIGC DE NINO VIEIRA E DE CADOGO JR.! 26.04.2009

O NARCOTRÁFICO NA GUINÉ-BISSAU, COM REALISMO! 24.04.2009

NO CONTEXTO ACTUAL DE MENTIRAS E INCERTEZAS, SOU A FAVOR DE UMA FORÇA MILITAR E POLICIAL PARA A GUINÉ-BISSAU, AO ABRIGO DE UM MANDATO DAS NAÇÕES UNIDAS! 21.04.2009

PAREM, POR FAVOR, ANTES QUE SEJA TARDE. NÃO HÁ UNIDADE NACIONAL QUANDO SE INSTITUEM QUOTAS ÉTNICAS! (1) 18.04.2009

A GUINÉ-BISSAU, COM REALISMO! CONCLUSÃO 16.04.2009

O MINISTÉRIO PÚBLICO FOI SEMPRE REFÉM DO PODER PRESIDENCIAL E MILITAR, NA GUINÉ-BISSAU! 07.03.2009


 

FINALMENTE O ROSTO PRINCIPAL DO CASO "06 DE OUTUBRO" 10.04.2005 

GUINÉ-BISSAU: A URGÊNCIA DA MUDANÇA 10.10.2004

INCOMPATIBILIDADES  19. 10.2003

ANÁLISES (1)  30.09.2003

CHEGA DE OPORTUNISMO 20.09.2003

E NÃO QUEREM O PODER...!!! 14.09.2003

GUINÉ-BISSAU: REFORMAS PRECISAM-SE NAS FORÇAS ARMADAS 13.05.2003

Narcotráfico na base da acção
Guiné-Bissau: Golpe de militar com aroma de cocaína
2010-04-01 22:25:09
Bissau – Tudo apontava para que a Guiné-Bissau estivesse no bom caminho. Eleições democráticas e um reforço do combate ao narcotráfico dominaram a política de estabilização, até esta quinta-feira com um golpe militar com aroma de cocaína.

No fim da manhã desta quinta-feira vários militares começaram a concentrar-se de «forma anormal» junto à sede da ONU em Bissau onde se refugiara desde alguns meses Bubo Na Tchuto, ex Chefe de Estado da Armada, acusado de narcotráfico, suspeito de envolvimento no assassinato de Nino Vieira e presumível executor de uma tentativa de Golpe de Estado no país imaginada por Ernesto Carvalho, um dos mais eminentes «Barões da Droga» guineenses e um aliado do ex Presidente Kumba Iala, que terá se refugiado em Cabo Verde logo após o fiasco da operação.

Antonio Indjai, ex vice Chefe de Estado Maior das Forças Armadas aparece inesperadamente na madrugada de hoje na capital guineense, quando todos pensavam que estava em tratamento em Cuba.

Uma semana antes Indjai assinara em Bissau, perante uma comissão composta pelo Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, CEMGFA, Zamora Induta, Procurador-Geral da República e o Presidente, um documento onde reconhecia estar envolvido numa operação de narcotráfico que ocorrera no aeródromo de Cufar, sul da Guiné, desmantelada «in extremis» pelos militares de Zamora Induta.

Na mesma ocasião ficou estabelecido que António Indjai seria automaticamente exonerado do cargo de número dois das forças armadas e partiria para Cuba, oficialmente, em «tratamentos médicos».

A partida de Indjai rematava meses de rivalidades com Zamora Induta que declara que iria «fazer guerra ao narcotráfico» mesmo que tivesse temporariamente de fazer o trabalho da polícia, prometendo que iria «limpar a imagem dos militares guineenses» como principais envolvidos no narcotráfico no país.

Outro antecedente, que passou quase desapercebido, foi a revogação assinada pelo Presidente Malam Bacai Sanha do reconhecimento da Republica Árabe Sarauí Democrática, RASD, favorecendo assim Marrocos que terá contribuído significativamente no financiamento da sua campanha presidencial. Uma posição que contrariou a decisão do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, revelando um choque entre o Chefe do Executivo e o sucessor de Nino Vieira.

No entanto, a decisão de Malam Bacai Sanha favoreceu colateralmente Kumba Ialá que se estabeleceu no reino alauita e de onde continuou a coordenar muitas movimentações, e destabilizações, politicas na Guiné-Bissau.

Vários sinais apontavam também para uma forte mobilização na sombra dos militares de etnia balanta, maioritária nas forças armadas guineenses, e próximos do ex presidente Ialá.

Zamora Induta tinha previsto esta quinta-feira de deslocar-se à capital senegalesa, Dakar, mas acabou por ser detido pelos militares fiéis de Antonio Indjai que imediatamente «libertou» Bubo Na Tchuto do seu «exílio» na sede da ONU em Bissau. O chefe do executivo, Carlos Gomes Júnior, é também detido. O presidente optou por permanecer em silêncio, quebrado por um lacónico comunicado, mesmo quando Indjai declara que estava disposto a disparar contra a população que se manifestava pela libertação de Carlos Gomes Júnior ou executar o primeiro-ministro que entretanto é transferido para sua residência sob a «protecção» da Policia de Intervenção Rápida.

Antonio Indjai autoproclama-se número um das forças armadas e destitui Zamora Induta que entretanto, juntamente com Samba Djaló, e outros elementos da segurança guineense, foi transferido para o Centro de Instrução Militar de Cumeré, onde permanece detido. Estas detenções podem vir a ser justificadas pela presumível implicação dos prisioneiros nas mortes de Nino Vieira e Tagmé Na Waie.

É o início de uma nova vaga de instabilidade na Guiné-Bissau e um preocupante prenúncio do regresso em força dos narcotraficantes ao país.

Rodrigo Nunes


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