GUINÉ-BISSAU: A CUMPLICIDADE CONSPIRATIVA ENTRE A IDEALIZAÇÃO, PROMOÇÃO E EFETIVAÇÃO DE GOLPES DE ESTADO
O que aconteceu na Guiné-Bissau no passado dia 26 de novembro, independentemente da avaliação, análise e interpretação de cada um, face à designação, definição e caraterística, que sustentam o conceito de golpe de Estado, e tendo em conta o que se lhe seguiu, permite-nos considerar até que ponto, e a partir do primeiro golpe de Estado de 14 de novembro de 1980, a ambição pelo Poder visando a satisfação de Interesses pessoais, familiares e de Grupos tem contribuído para a promoção da cultura de conflitos: militares, políticos e sociais na Guiné-Bissau, ao invés da promoção da cultura do diálogo, visando a Paz, a Estabilidade e o Desenvolvimento, tendo em conta a Satisfação das Necessidades Coletivas e a Afirmação da Guiné-Bissau no concerto das Nações.
O que aconteceu no dia 26 de novembro, poderia ter acontecido de várias formas, e com outros atores, e teria sempre, como neste caso, uma cumplicidade social conspirativa.
Com efeito, quem tem acompanhado as crises políticas na Guiné-Bissau, sabe perfeitamente que da divisão social guineense, resultante de manipulações e instrumentalizações políticas, visando o poder do Estado, o incentivo a golpes (ou invenções) de Estado, passou a ser uma abordagem crucial para se chegar ao poder, ou manter-se no poder.
Não é de estranhar que haja ruturas constitucionais na Guiné-Bissau, quando a promoção da cultura de golpe de Estado apenas varia do lado da disputa das partes que visam chegar ao poder do Estado, independentemente da realização de eleições.
Na ausência de uma Cultura de Cidadania, reflete-se a falta do Compromisso Cidadão para com a Guiné-Bissau, face ao Dirigismo do Estado, tendo em conta a Organização do seu Poder Político e Administrativo.
Quando políticos falam e perspetivam sobre golpes de Estado, com acusações diretas, e nada acontece, numa perspetiva de investigação e ação penal de responsabilização, obviamente que a legitimação de golpes de Estado, ou “inventonas”, passa a ser uma estratégia de força: militar ou institucional, para se chegar ao poder do Estado, ferindo a legalidade democrática e o Estado de Direito.
Quando a Sociedade, em função de quem apoia, também é parte influente e influenciadora da alteração do poder por via de golpes de Estado, a efetivação do ato apenas depende da eficiência e da rapidez de execução da estratégia planeada, seja para chegar ao poder, ou, consolidar o poder…
A Mudança de Mentalidades é um imperativo nacional para a Guiné-Bissau!
A Educação para a Cidadania é a Base para a Emancipação Cidadã, num Estado de Direito e Democrático que se quer para a Guiné-Bissau!
Ler, Refletir, Transmitir!
Positiva e construtivamente
Didinho 07.12.2025
————–
🇫🇷 Français
GUINÉE-BISSAU : LA COMPLICITÉ CONSPIRATIVE ENTRE L’IDÉALISATION, LA PROMOTION ET LA RÉALISATION DES COUPS D’ÉTAT
Ce qui s’est passé en Guinée-Bissau le 26 novembre dernier, indépendamment des évaluations, analyses et interprétations de chacun, face à la désignation, définition et caractérisation qui soutiennent le concept de coup d’État, et compte tenu de ce qui a suivi, nous permet de considérer jusqu’à quel point, et depuis le premier coup d’État du 14 novembre 1980, l’ambition du Pouvoir visant la satisfaction d’intérêts personnels, familiaux et de groupes a contribué à la promotion d’une culture de conflits : militaires, politiques et sociaux en Guinée-Bissau, au lieu de promouvoir une culture du dialogue, visant la Paix, la Stabilité et le Développement, en tenant compte de la satisfaction des besoins collectifs et de l’affirmation de la Guinée-Bissau dans le concert des Nations.
Ce qui s’est passé le 26 novembre aurait pu se produire de différentes manières, avec d’autres acteurs, et aurait toujours impliqué, comme dans ce cas, une complicité sociale conspirative.
En effet, ceux qui suivent les crises politiques en Guinée-Bissau savent parfaitement que de la division sociale guinéenne, résultant de manipulations et d’instrumentalisations politiques visant le pouvoir de l’État, l’incitation aux coups (ou inventions) d’État est devenue une approche cruciale pour accéder au pouvoir ou s’y maintenir.
Il n’est pas surprenant qu’il y ait des ruptures constitutionnelles en Guinée-Bissau, lorsque la promotion de la culture du coup d’État varie seulement selon le côté de la dispute des parties qui visent à accéder au pouvoir de l’État, indépendamment de la tenue d’élections.
En l’absence d’une Culture de Citoyenneté, se reflète le manque d’Engagement Citoyen envers la Guinée-Bissau, face au dirigisme de l’État, compte tenu de l’organisation de son pouvoir politique et administratif.
Lorsque les politiciens parlent et envisagent des coups d’État, avec des accusations directes, et que rien ne se passe en termes d’enquête et de responsabilisation pénale, il est évident que la légitimation des coups d’État, ou des “inventions”, devient une stratégie de force : militaire ou institutionnelle, pour accéder au pouvoir de l’État, en blessant la légalité démocratique et l’État de droit.
Lorsque la Société, en fonction de qui elle soutient, devient également une partie influente et influente de l’altération du pouvoir par des coups d’État, la réalisation de l’acte dépend seulement de l’efficacité et de la rapidité d’exécution de la stratégie planifiée, que ce soit pour accéder au pouvoir ou pour le consolider…
Le Changement de Mentalités est un impératif national pour la Guinée-Bissau !
L’Éducation à la Citoyenneté est la Base de l’Émancipation Citoyenne, dans un État de droit et démocratique que l’on souhaite pour la Guinée-Bissau !
Lire, Réfléchir, Transmettre !
Positivement et constructivement
Didinho, 07.12.2025
—————–
🇬🇧 English
GUINEA-BISSAU: THE CONSPIRATIVE COMPLICITY BETWEEN THE IDEALIZATION, PROMOTION AND EXECUTION OF COUPS D’ÉTAT
What happened in Guinea-Bissau on November 26, regardless of each person’s evaluation, analysis and interpretation, in light of the designation, definition and characteristics that sustain the concept of a coup d’État, and considering what followed, allows us to reflect on how, since the first coup d’État on November 14, 1980, the ambition for Power aimed at satisfying personal, family and group interests has contributed to the promotion of a culture of conflict—military, political and social—in Guinea-Bissau, instead of promoting a culture of dialogue, aiming at Peace, Stability and Development, taking into account the satisfaction of collective needs and the affirmation of Guinea-Bissau in the concert of Nations.
What happened on November 26 could have happened in different ways, with other actors, and would always, as in this case, involve a conspirative social complicity.
Indeed, those who have followed Guinea-Bissau’s political crises know perfectly well that from the social division resulting from political manipulations and instrumentalizations aimed at State power, the encouragement of coups (or inventions of coups) has become a crucial approach to gaining or maintaining power.
It is not surprising that constitutional ruptures occur in Guinea-Bissau, when the promotion of the coup culture only varies depending on which side of the dispute seeks to access State power, regardless of elections.
In the absence of a Culture of Citizenship, there is a reflection of the lack of Citizen Commitment towards Guinea-Bissau, faced with the dirigisme of the State, considering the organization of its political and administrative power.
When politicians speak and project coups d’État, with direct accusations, and nothing happens in terms of investigation and criminal accountability, obviously the legitimization of coups, or “inventions,” becomes a strategy of force—military or institutional—to reach State power, violating democratic legality and the Rule of Law.
When Society, depending on whom it supports, also becomes an influential and influencing part of the alteration of power through coups d’État, the execution of the act depends only on the efficiency and speed of the planned strategy, whether to reach power or consolidate it…
The Change of Mentalities is a national imperative for Guinea-Bissau!
Education for Citizenship is the Basis for Citizen Emancipation, in a Rule of Law and Democratic State that is desired for Guinea-Bissau!
Read, Reflect, Transmit!
Positive and constructive
Didinho, 07.12.2025
