O Medo não nos pode privar da liberdade!

O medo priva-nos da liberdade… Didinho

O Presidente da República antes de se pronunciar sobre o nome da figura que iria dirigir um novo governo depois de ter demitido o governo do PAIGC (versão inclusiva – chefiado pelo Engº. Domingos Simões) através do decreto presidencial 05/2015, cumpriu os requisitos legais e constitucionais, ouvindo os partidos políticos com assento parlamentar, tal como consta na Constituição da República, depois de lhes ter dado a conhecer sua intenção de formular um convite ao PAIGC partido vencedor das eleições legislativas de 2014 para indicação do nome da figura que iria chefiar um novo governo.

Até aqui, tudo bem, independentemente dos juízos sobre as razões evocadas pelo Sr. Presidente da República para demitir o Governo constitucional do PAIGC chefiado pelo Engº. Domingos Simões Pereira.

Quando todos estavam à espera de uma decisão constitucional do Sr. Presidente da República sobre a indicação pelo PAIGC, enquanto Partido vencedor das últimas eleições legislativas, legalmente e constitucionalmente legitimado para propor um nome para a chefia do Governo, eis que (ainda que o PAIGC tivesse indicado ao Sr. Presidente da República o nome do seu Presidente, tal como consta nos estatutos do PAIGC para a chefia de um novo Governo e que esse nome fosse rejeitado) o Sr. Presidente da República decide, arbitrariamente, ignorando e violando a Constituição da República, mas também, desrespeitando o povo guineense que o elegeu, sobre um novo nome para chefiar o Governo, ainda que esse nome seja figura do PAIGC sem voltar a ouvir os Partidos Políticos com assento parlamentar, ou, sequer, sugerir ao PAIGC um outro nome alternativo para o cargo de Primeiro-ministro.

A decisão do Sr. Presidente da República não só demonstrou desrespeito pela Constituição, pelo povo guineense e pelo PAIGC, mas também, para com todos os Partidos Políticos com assento parlamentar!

Não me venham dizer que o PAIGC iria sempre insistir no nome do Engº. Domingos Simões Pereira, ainda que pudesse fazê-lo;

Não me venham dizer que o nome avançado pelo Sr. Presidente da República vai de encontro a uma decisão constitucional, porquanto a figura escolhida por ele para chefiar o novo Governo é o 3º Vice-Presidente do PAIGC.

Não cabe ao Sr. Presidente da República propor alguém para Primeiro-ministro, esse papel cabe apenas e exclusivamente ao Partido vencedor (com maioria) das eleições legislativas, não é um juízo meu, é o que consta na Constituição da República!

E porque é que não houve nenhuma nota presidencial dirigida ao PAIGC dando conta da rejeição do nome do Engº. Domingos Simões Pereira para a chefia do novo Governo, bem assim, uma nova tentativa de entendimento e viabilização de um Governo a propor pelo PAIGC e não pelo Sr. Presidente da República?

Porque é que o Sr. Presidente da República, mesmo que fossem esgotadas as negociações com o PAIGC, não voltou a convocar os Partidos Políticos com assento parlamentar, para lhes dar conta de uma alegada intransigência do PAIGC em viabilizar um novo nome, consensual e promotor de uma “melhor” coabitação institucional entre o Presidente da República e o Governo?

Porque é que o Sr. Presidente da República, ao abrigo das suas atribuições constantes no Artigo 68º da alínea g) da CRGB (Nomear e exonerar o Primeiro-Ministro, tendo em conta os resultados eleitorais e ouvidas as forças políticas representadas na Assembleia Nacional Popular) não voltou a ouvir os Partidos Políticos com representação parlamentar, antes de decretar o nome do Primeiro-ministro que ele próprio escolheu e empossou?!

Seria difícil convocar os Partidos Políticos e, em nome do Interesse Nacional, todos juntos, reflectirem o melhor para o país?

Como pode afirmar o Sr. Presidente da República que devolveu o poder ao PAIGC nomeando um membro do PAIGC para o cargo de Primeiro-ministro, sem consentimento do próprio PAIGC?

Se fosse uma decisão viabilizada oficialmente pelo PAIGC certamente a figura que ontem tomou posse como chefe do governo seria acompanhada pela direcção superior do PAIGC no acto da sua tomada de posse e, pelos vistos, não foi o que aconteceu…!

Não será mesmo que, na busca de argumentos sustentadores de uma grave crise institucional capaz de pôr em causa o normal funcionamento das instituições, para se demitir um governo, se tenha acabado por colocar o país numa verdadeira Grave Crise política e social…?!

Se os Partidos Políticos com representação Parlamentar não contam para decisões que a Constituição da República lhes reserva legitimidade, então é caso para dizer que alguém violou a Constituição da República!

Se o Partido político vencedor das eleições legislativas não tem direito e autoridade para propor um nome para chefiar o governo, como consta na Constituição da República, sendo esse direito e autoridade usurpado pelo Presidente da República, então, mais vale acabarmos com as eleições legislativas na Guiné-Bissau!

Positiva e construtivamente,

Didinho 21.08.2015

“A Guiné-Bissau, pela acção do Presidente, resvala por um trilho perigoso”

Entrevista

“A Guiné-Bissau, pela acção do Presidente, resvala por um trilho perigoso”

Ex-representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, responsabiliza o Presidente da República pela crise política e defende o primeiro-ministro demitido.

José Ramos-Horta foi o representante do UNIOGBIS, escritório integrado das Nações Unidas para a consolidação da paz na Guiné-Bissau entre início de 2013 e meados de 2014. Numa entrevista ao PÚBLICO por email, o Nobel da Paz e ex-presidente de Timor-Leste responsabiliza o Presidente da República da Guiné-Bissau José Mário Vaz pela crise. Defende o primeiro-ministro demitido Domingos Simões Pereira como tendo sido a escolha acertada das eleições de 2014. E alerta: “A comunidade internacional não pode encarar esta situação de ânimo leve e dar seu aval, isto é, reconhecimento de facto, a um Governo saído de uma arbitrariedade do Presidente da República”. Teme ainda uma escalada do conflito e apela aos militares para que se mantenham calmos.

A que se deve a actual crise política na Guiné-Bissau ?
A crise resulta de uma Constituição que foi cozinhada em Portugal, sem qualquer consideração à realidade social da Guiné-Bissau, mas encomendada e absorvida na Guiné-Bissau, logo a seguir ao derrube do Presidente Luis Cabral. A partir desse primeiro golpe nunca mais conheceu paz. Mas esse modelo Constitucional não desculpa tudo. A crise tem a sua gênese no Palácio Presidencial, num Presidente que, mau grado as prerrogativas ou limitações de seus poderes, devia acima de tudo ser o mediador, homem de diálogo, fazedor de consensos. Foi o que aconselhei o Sr. Presidente José Mario Vaz a ser: o homem do diálogo, o apaziguador. Obviamente ele não ouviu. Ou ouviu mas sucumbiu a tentação e resvalou pelo mesmo trilho muito perigoso por onde passou outros Presidentes de triste memória.

O que pensa que se pode fazer para resolver a situação?
Tem que haver preços a serem pagos: a comunidade internacional não pode encarar esta situação de ânimo leve e dar seu aval, isto é, reconhecimento de facto, a um Governo saído de uma arbitrariedade do Presidente da República. Entre Novembro de 2013 e este ano, Timor-Leste investiu no processo eleitoral e estabilização da Guiné-Bissau cerca de 20 milhões de dólares: 8 milhões foram para o processo eleitoral entre Novembro de 2013 a Maio de 2014; 10 milhões foram concedidos directamente ao Governo logo a seguir à tomada de posse do novo Governo para ajudar este no pagamento de dois meses de salários de funcionários do Estado; 2 milhões para ajudas as comunidades rurais pobres. Timor-Leste, que tem que apertar o cinto com a queda brusca do preço dos hidrocarbonetos, deve rapidamente repensar o seu papel na Guiné-Bissau. E não vejo como a União Europeia, União Africana, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial, etc possam desembolsar e implementar os programas em curso ou prometidos. Creio que vão congelar o que já estava no “pipipeline” de ajudas, isto é, vão congelar tudo até que se ache um desfecho legal, legítimo, pacifico.

Os militares têm-se mantido neutros, há risco de isso se alterar?
Há, sim, esse risco mas espero bem e faço apelo aos militares para que se mantenham na caserna, não se deixem influenciar e manipular pelas elites políticas como aconteceu no passado. Os militares foram sempre enxovalhados e vistos como os causadores de todos os males da Guiné-Bissau. Mas logo no primeiro mês da minha estada na Guiné-Bissau em Fevereiro de 2013, eu disse aos presidentes da Nigéria, Senegal Costa do Marfim com os quais mantive excelentes relações: o maior problema na Guiné-Bissau não são os militares, são os políticos. E todos eles concordaram. E mantenho esta convicção.

Corre-se o risco de uma escalada de conflito?
Há certamente este risco. Mas o povo daquele país é muito pacifico e raramente se envolve em violência fratricida. A escalada de conflito pode ser evitada desde que quem tenha influência sobre a chefia militar continue a apelar para que ela se mantenha neutra. Mensagens bem claras devem ser transmitidas aos líderes políticos avisando-os de sanções individualizadas contra todo e qualquer político envolvido em actos inconstitucionais e instigação à violência. Deve ser congelada toda a cooperação com as autoridades; toda a ajuda deve ser canalizada através das agências da ONU como a UNICEF, PAM, OMS, etc e ONG’s internacionais e nacionais para que não haja agravamento da situação social. O povo, um povo muito bom, sofrido, traído tantas vezes, não deve ser penalizado.

Ainda acredita que a Guiné-Bissau é um país viável?
O Eng. Domingos Simões Pereira foi a escolha acertada do PAIGC e do eleitorado nas eleições livres de 2014. Com ele a Guiné-Bissau entrou no bom caminho e começou um período de melhorias visíveis e sentidas por todos. Em pouco tempo! O ambiente era mesmo de optimismo. O Sr. Presidente José Mario Vaz quis e deseja ter outro protagonismo que não é o de um Chefe de Estado apaziguador, homem de diálogo e consensos. A Guiné-Bissau, pela acção do Presidente José Mario Vaz, resvala agora por um trilho muito incerto, perigoso.

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-guinebissau-pela-accao-do-presidente-resvala-por-um-trilho-perigoso-1705584

Positivismo

É deveras Positivo, a meu ver, quando o Presidente da República da Guiné-Bissau afirma, de forma convicta, que “criticar não é só um direito, mas também, um dever dos cidadãos…” Na verdade, ainda que haja espaço para múltiplas interpretações, em função do actual contexto político da Guiné-Bissau, importa considerarmos a vertente Positiva da afirmação do primeiro magistrado da Nação.

Preocupado estaria se, ao invés deste posicionamento de Sua Exa. o Sr. Presidente da República em defesa dos Direitos Fundamentais do Cidadão, houvesse, da sua parte, uma negação explícita ou implícita, dos Direitos e dos Deveres dos Cidadãos!

Estamos num Processo, por isso, sujeitos a erros, a disputas, a vaidades, mas comprometidos com a causa nacional, com o interesse nacional, o que me faz acreditar, como disse uma vez, que aqueles que divergem, também são os que estão mais próximos das melhores soluções perante a necessidade de transformar a divergência em consenso… neste caso, a bem do nosso país e do nosso povo!

Vamos ajudar os nossos políticos e governantes!

Temos que ajudá-los para que sirvam de facto os anseios e as necessidades do povo, através do dirigismo nacional que lhes está entregue. É nessa perspectiva que vejo positivismo no posicionamento humilde e sincero do Sr. Presidente da República, para a necessidade dos cidadãos “terem coragem de dizer a verdade”, quando apela aos anciãos guineenses, numa extensão a todo o povo guineense, para o exercício dos seus Direitos Fundamentais.

Claro está que todas as demais interpretações divergentes da minha também devem ser respeitadas e consideradas em igualdade de circunstância, como promotoras do tal exercício dos Direitos Fundamentais!

Positiva e construtivamente.

Didinho 24.07.2015
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Mário Vaz diz que criticar é um direito e também um dever

José Mário Vaz, o Presidente guineense que, ao contrário de Angola, foi nominalmente eleito, insurgiu-se contra o que diz ser “passividade” dos anciãos perante “o mau rumo das coisas” no país, com o qual afirma não pactuar.
“Não contem comigo para isso, não fui eleito para isso. Vim aqui para ajudar a mudar o país, não para ficar calado”, observou José Mário Vaz ao dirigir-se aos anciãos, régulos e chefes religiosos numa reunião realizada na quarta-feira no palácio presidencial.
Nos últimos tempos, várias vozes têm-se insurgido contra os desentendimentos entre o Presidente, o primeiro-ministro e o presidente do Parlamento, sendo que os próprios não negam a existência de crispações.
Falando em crioulo, José Mário Vaz pediu aos anciãos que tenham a coragem de “falar verdade” perante as situações que têm ocorrido no país, para que possam ser corrigidas.
O chefe de Estado afirmou que as palavras dos anciãos “são enganadoras” quando aplaudem o trabalho realizado pelo Presidente da República, pedindo que sejam críticos também em relação a ele próprio.
“Vejo que não são capazes de pôr o dedo na ferida. Chegam aqui com conversa do tipo: o Presidente é que tem razão”, observou José Mário Vaz.
“Não estou nada contente com o meu trabalho como Presidente. Estou aqui há um ano, mas penso que podia ter feito mais”, acrescentou, apontando o dedo acusador aos anciãos que, diz, pretendem “perpetuar a canseira” no país com a sua atitude.
“Vocês os anciãos deste país querem deixar esta terra na canseira em que se encontra para que esta situação seja herdada pelos vossos filhos e netos”, referiu.
Negado Fernando, Juiz do Povo (uma espécie de juiz popular) reconheceu que o “país não anda bem”, mas também acha que é por esse motivo que José Mário Vaz não tem tido tempo para realizar visitas ao interior.
“Desde que elegemos o Presidente, não o vimos nas regiões, porque não tem tido tempo com problemas da governação. Sabemos que o Presidente não tem tempo”, notou Negado Fernando.
José Mário Vaz prometeu realizar ainda no decurso deste ano duas visitas às regiões.
As relações entre o chefe de Estado e o líder do Governo estão longe de ser as melhores.
A 3 de Julho, José Mário Vaz teve que fazer um discurso à nação na Assembleia Nacional Popular (ANP) para afastar os rumores de que estaria a planear demitir o Executivo liderado por Domingos Simões Pereira.
No entanto, no mesmo discurso, disse que não abdica do papel de árbitro e fez alusão a uma proposta de remodelação governamental que já terá sido tema de conversa com o primeiro-ministro.
Já antes, num encontro com veteranos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido que suporta o Governo e elegeu Vaz, o chefe de Estado disse “estar na posse de dossiês que põem em causa a autoridade moral de alguns membros do Governo”, sendo esse “o principal motivo de dificuldades”.
Domingos Simões Pereira ainda não se pronunciou sobre uma eventual remodelação governamental.
Os desentendimentos estão a deixar inquietos os diplomatas em Bissau e a generalidade da comunidade internacional que voltou a financiar o país depois do regresso à norma constitucional após as eleições de 2014.
A 25 de Março, as novas autoridades realizaram um encontro de doadores em Bruxelas que permitiu mobilizar mais de mil milhões de euros de intenções de apoio internacional.
Fonte: http://jornalf8.net/2015/criticar-e-um-direito-e-um-dever/

Pensar pelas próprias cabeças

Enquanto os guineenses não forem capazes de “pensar pelas próprias cabeças”, como sugeria Amilcar Cabral, a manipulação de consciência e a dinâmica demagógica, dos poderes do Poder, influenciarão negativamente a dinâmica social da nossa Sociedade, através de obstáculos em forma de ferramentas estrategicamente projectadas, concebidas e produzidas no intuito de se continuar a dividir o nosso povo e, consequentemente, contribuir para a estagnação ou o retrocesso do nosso país.

Creio que é chegado o momento de questionarmos, que Modelo de Educação precisamos de projectar, trabalhar/desenvolver e implementar no nosso país, em função da nossa realidade concreta.

Continuo a dizer que precisamos de privilegiar a Educação para a Cidadania se, de facto, queremos (ou quisermos) ajudar a mudar positivamente a forma de pensar e de agir dos nossos concidadãos, sem demagogia, sem manipulação, mas criando condições nos múltiplos formatos pedagógicos, de sensibilização, interacção e participação cidadã, capazes de formar e informar o Cidadão, recurso primeiro para a projecção de todo e qualquer programa de desenvolvimento.

A FORMAÇÃO CÍVICA promove a Educação para a Cidadania, que, por sua vez, capacita cidadãos para os seus Direitos e Deveres, com base num COMPROMISSO para com o País!

Felizmente, temos muitos quadros com formação Superior em diversas áreas, mas infelizmente, são poucos os cidadãos que têm, de facto, FORMAÇÃO CÍVICA!
Didinho 22.07.2015

Convergência precisa-se!

Quem pensa a Guiné-Bissau e faz análises sobre a Guiné-Bissau, com visão, rigor, isenção e responsabilidade, muitas vezes deve reservar a sua visão mais aprofundada, para salvaguarda do seu compromisso para com o País, tendo em conta a defesa do Interesse Nacional.

Há situações que a nossa “visão” e percepção nos transmitem, mas não podemos simplesmente pegar nisso para explicar a uns e outros habituados a ler as nossas reflexões e análises, o que é que pode ou não acontecer; se vai ou não acontecer, tudo, tendo em conta hipóteses, possibilidades, sustentadas ou imaginárias.

Disse sempre e repito, que escrevo com responsabilidade!

Não esperem que venha a escrever sobre “alas” quer a nível dos Órgãos de Soberania, quer a nível do Partido vencedor das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, o PAIGC para dessa forma promover a divisão do nosso povo. NÃO!

O meu desejo é que todos os actores políticos e da governação se entendam, dialogando, discutindo, divergindo e convergindo, sempre que necessário, em sede própria e em tempo oportuno.

Que suas divergências sejam saudáveis e permitam discussões construtivas, em benefício da Guiné-Bissau e do Povo Guineense.

Que qualquer situação de incompreensão de uma parte tenha como resposta compreensão e tolerância da outra parte, factores decisivos na prevenção de conflitos pessoais e institucionais.

Temos que ser capazes de nos enfrentar como Seres Humanos, ou seja, de forma civilizada, olhos nos olhos e conversar.

Tem que haver espaço para cada um dizer o pensa que não está bem, assim como é fundamental haver respeito, consideração e humildade para se ouvir o que o outro também tem a dizer sobre o que dificulta a relação pessoal ou institucional que divide pessoas e instituições sobre a causa comum, a nossa Guiné-Bissau.

Por que continuamos a digladiar, quando temos tudo para nos afirmar como País e Povo?

A quem servem tantas disputas de protagonismo; para quê tantas manifestações gratuitas de “amor à Pátria”, quando estamos em conspiração permanente, por desconfiança até da nossa própria sombra…?!

Quarenta e dois anos de independência não serviram de lição para chegarmos à conclusão de que, só unidos podemos viver em Paz e Harmonia?!

Quarenta e dois anos de independência não serviram de lição para concluirmos que o País só pode avançar com a participação de todos, sem protagonismos de poder ou da sua reivindicação…para que possamos obter/conquistar o almejado bem-estar colectivo?!

De que adianta, meus irmãos, tanta “guerra” pelo Poder?!

O que querem para lá do Poder institucional e dos seus subsequentes poderes derivantes que já têm…?!

Como podem pôr as vossas divergências político-partidárias acima do Interesse Nacional, se o Partido de todos os Guineenses é a Guiné-Bissau?!

Haja contenção e tolerância, procuremos sempre a aproximação e o diálogo, para conseguirmos reganhar a suposta confiança perdida.

A Guiné-Bissau é de todos nós, por isso, não podemos nem devemos comprometer o Bem-Comum, sejam quais forem as nossas razões pessoais, que jamais podem sobrepor-se às razões e motivações colectivas!

Vamos continuar a trabalhar, de mãos dadas, juntando cabeças, repartindo esforços e vontades porque A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho 23.06.2015 ————————————————————————————————————— Não aceitemos mais, enquanto guineenses, que uns e outros, a bem dos seus interesses, nos dividam, enfraquecendo-nos; nos intriguem virando-nos uns contra os outros, quando o que está em causa é o interesse nacional, quiçá, a soma dos interesses de todos os guineenses e não apenas, de um grupo ou grupos de guineenses! A Guiné apenas precisa do compromisso dos seus filhos para que tudo o “resto” seja uma realidade! Didinho 10.04.2014

Solicitação à Sua Excelência, o Sr. Presidente da República da Guiné-Bissau

Positiva e construtivamente, como sempre, venho hoje solicitar publicamente, à Sua Excelência, o Sr. Presidente da República da Guiné-Bissau, Dr. José Mário Vaz, a criação do site da Presidência da República.

Um ano após a sua eleição e investidura, como Presidente de todos os guineenses, importa ao Sr. Presidente da República, expandir a estrutura física e institucional da Presidência da República ao mundo global da era moderna, através de um espaço virtual, de acesso rápido para disponibilização de informação documental generalizada e sobretudo, para a divulgação oficial da agenda de actividades do Sr. Presidente da República.

Todos os guineenses, entre os que estão no país e os que vivem no exterior, certamente veriam nesta iniciativa, uma forma de estarem próximos do seu Presidente e vice-versa.

Didinho 18.07.2015

Nós e a corrupção

NÓS E A CORRUPÇÃO

Quando uns e outros perceberem que a corrupção é um crime como todos os outros (e que tal como todos os outros crimes não se resolve com um decreto e que, por ser um desvio comportamental do ser humano, é de uma abordagem extensiva no tempo e no espaço, limitada apenas à existência de vida humana no universo) aí, saberemos todos enquadrar o fenómeno da corrupção como um comportamento desviante natural, mas que deve ser repudiado e referenciado, sempre, como CRIME!

Quando alguém afirma que somos todos corruptos, esse alguém está, antes de mais, a reconhecer, a nível pessoal e com toda a certeza, que é corrupto!

O mesmo não se pode aplicar numa lógica comparativa abrangente do tipo, se eu sou, os outros também são, pois que, a corrupção, sendo um comportamento desviante do ser humano, não o é numa perspectiva colectiva, mas sim, individual! Didinho 10.07.2015

As limitações aos direitos fundamentais não podem ser outras que não as excepções constitucionais a esses mesmos direitos!

AS LIMITAÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NÃO PODEM SER OUTRAS QUE NÃO AS EXCEPÇÕES CONSTITUCIONAIS A ESSES MESMOS DIREITOS!

Não se pode negar àqueles que ao longo dos anos têm contribuído (sem nenhuma pretensão que não ajudarem o país) com suas preciosas reflexões, quer se concorde quer não, o direito de continuarem a exercitar a mente, de forma responsável e construtiva, para uma melhor cidadania; para uma melhor governação do país; para um melhor Estado de Direito e Democrático.

Para que a nossa Sociedade evolua, é preciso que a intelectualidade guineense faça, continue a fazer a sua parte e que as autoridades nacionais assumam o respeito pela importância da intelectualidade na projecção e construção da Nação.

Não podemos confundir e comparar a construção do País, com investimentos financeiros em infra-estruturas materiais, com a projecção e construção da Nação, suportada pelo envolvimento e pelas capacidades dos nossos intelectuais.

Um dos suportes fundamentais de qualquer análise quer seja política ou de abrangência social, sustenta-se na crítica.

Criticar ou divergir, de forma construtiva, com responsabilidade, com seriedade, com positivismo, só pode ser vantajoso para todos.

Condicionar a acção cidadã sob qualquer pretexto, por parte das autoridades é, implicitamente, negar os Direitos Fundamentais aos cidadãos, entre eles, o Direito à Liberdade de expressão.

Não estamos aqui a dizer que a Liberdade de expressão é a liberdade de denegrir, insultar, ameaçar quem quer que seja.

Porém, não devemos confundir visão crítica e responsável do cidadão comum, relativamente a um todo que é o País, que deveria ser merecedor de atenção, consideração, quiçá, de análise por parte dos visados, com acções ou comportamentos de uns e outros que não se inserem na reflexão e no debate de ideias em prol da Nação, do Estado e do País.

Como podemos continuar a afirmar que há liberdade de expressão na Guiné-Bissau, quando essa alegada liberdade de expressão é condicionada por manifestações, posicionamentos e discursos políticos que contrariam o fundamentado na Constituição da República sobre os Direitos, Liberdades e Garantias…?!

Como fazer evoluir a Sociedade, quando ao longo de 42 anos temos investido na cultura da unanimidade de pensamento e de acção, quando deveríamos apostar, investir, na promoção de valores, tendo em conta que, cada um de nós só pode ser útil ao País e à Humanidade, quando for capaz de fazer a diferença…?!

Ao cidadão comum, importa às autoridades incutir, pedagógica e responsavelmente, o espírito de unidade no desempenho da e pela causa comum.

Já a liberdade de pensamento não pode ser regrada numa vertente disciplinar colectiva, pois a inteligência, o dom, a criatividade e capacidade individual, que fazem a diferença, não são propriedades colectivas, mas particularidades individuais.

Devemos aceitar a diferença, mas repudiar, reprovar a irresponsabilidade cidadã, com pedagogia e com ética, no intuito de promovermos a recuperação das pessoas e não a exclusão e o isolamento, em suma, a tortura psicológica como penalização, ignorando a recuperação.

Devemos saber destrinçar entre cidadãos construtivos, positivos e capazes de ajudar a dinamizar as mudanças sociais que devem acontecer no país (através de Projectos criados e sustentados por suas iniciativas ou outras para o efeito) e no âmbito da Cidadania, daqueles que, apenas se preocupam com os seus protagonismos, não tendo nenhuma agenda cidadã para o País e a Sociedade em geral.

Um País que não for capaz de valorizar o seu “núcleo intelectual” sujeita-se a ser infinitamente pobre e incapaz de projectar e construir a sua Nação.

Os críticos, os verdadeiros críticos, construtivos e positivos, jamais bloqueiam o trabalho de qualquer governação, antes pelo contrário, contribuem para a dinâmica, para um melhor exercício governativo, que deveria ser encarado com satisfação e não com desconfiança.

Afinal, onde está a democracia, quando o povo que vota, que escolhe, que delega os seus governantes e, na qualidade de governado, é condicionado no seu direito e dever de questionar…?!

Positiva e construtivamente, vamos continuar a trabalhar!
Didinho 08.07.2015

O dever da responsabilidade

O DEVER DA RESPONSABILIDADE

Quem pensa a Guiné-Bissau e faz análises sobre a Guiné-Bissau, com visão, rigor, isenção e responsabilidade, muitas vezes deve reservar a sua visão mais aprofundada, para salvaguarda do seu compromisso para com o País, tendo em conta a defesa do Interesse Nacional.

Há situações que a nossa “visão” e percepção nos transmitem, mas não podemos simplesmente pegar nisso para explicar a uns e outros habituados a ler as nossas reflexões e análises, o que é que pode ou não acontecer; se vai ou não acontecer, tudo, tendo em conta hipóteses, possibilidades, sustentadas ou imaginárias.

Disse sempre e repito, que escrevo com responsabilidade!

Não esperem que venha a escrever sobre “alas” quer a nível dos Órgãos de Soberania, quer a nível do Partido vencedor das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, o PAIGC para dessa forma promover a divisão do nosso povo. NÃO!

O meu desejo é que todos os actores políticos e da governação se entendam, dialogando, discutindo, divergindo e convergindo, sempre que necessário, em sede própria e em tempo oportuno.

Que suas divergências sejam saudáveis e permitam discussões construtivas, em benefício da Guiné-Bissau e do Povo Guineense.

Que qualquer situação de incompreensão de uma parte tenha como resposta compreensão e tolerância da outra parte, factores decisivos na prevenção de conflitos pessoais e institucionais.

Temos que ser capazes de nos enfrentar como Seres Humanos, ou seja, de forma civilizada, olhos nos olhos e conversar.

Tem que haver espaço para cada um dizer o pensa que não está bem, assim como é fundamental haver respeito, consideração e humildade para se ouvir o que o outro também tem a dizer sobre o que dificulta a relação pessoal ou institucional que divide pessoas e instituições sobre a causa comum, a nossa Guiné-Bissau.

Por que continuamos a digladiar, quando temos tudo para nos afirmar como País e Povo?

A quem serve tantas disputas de protagonismo; para quê tantas manifestações gratuitas de “amor à Pátria”, quando estamos em conspiração permanente, por desconfiança até da nossa própria sombra…?!

Quarenta e dois anos de independência não serviram de lição para chegarmos à conclusão de que, só unidos podemos viver em Paz e Harmonia?!

Quarenta e dois anos de independência não serviram de lição para concluirmos que o País só pode avançar com a participação de todos, sem protagonismos de poder ou da sua reivindicação…para que possamos obter/conquistar o almejado bem-estar colectivo?!

De que adianta, meus irmãos, tanta “guerra” pelo Poder?!

O que querem para lá do Poder institucional e dos seus subsequentes poderes derivantes que já têm…?!

Como podem pôr as vossas divergências político-partidárias acima do Interesse Nacional, se o Partido de todos os Guineenses é a Guiné-Bissau?!

Haja contenção e tolerância, procuremos sempre a aproximação e o diálogo, para conseguirmos reganhar a suposta confiança perdida.

A Guiné-Bissau é de todos nós, por isso, não podemos nem devemos comprometer o Bem-Comum, sejam quais forem as nossas razões pessoais, que jamais podem sobrepor-se às razões e motivações colectivas!

Vamos continuar a trabalhar, de mãos dadas, juntando cabeças, repartindo esforços e vontades porque A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho 23.06.2015