A INSUSTENTÁVEL DECISÃO DE FECHAR A CLÍNICA MADRUGADA
A INSUSTENTÁVEL DECISÃO DE FECHAR A CLÍNICA MADRUGADA
Foi uma enorme surpresa, a notícia do fecho temporário da Clínica Madrugada, ainda por cima pelas razões evocadas. E se fosse o hospital Simão Mendes ou militar?
Iam tomar a mesma decisão?
Isso só aconteceu porque a nossa gente, ou uma boa parte das nossas autoridades administrativas ainda pensa que a clínica Madrugada é estrangeira. Não é verdade, ela é uma instituição sanitária criada por guineenses, para guineenses e gerida por guineenses.
Num momento em que em toda a parte do mundo, estão a aproveitar as instalações sanitárias que existem para criar melhores condições e mecanismos para lutar contra o COVID-19, nós na Guiné-Bissau ainda estamos a lutar por protagonismos.
Será que temos noção e consciência de quantos dos nossos compatriotas morrem por dia por causa da insuficiência respiratória?
Quantos morrem por problemas ligados a pneumonia aguda e por aí fora?
E porque razões a clínica iria negar atender um paciente que procure os seus serviços?
A clínica Madrugada para quem não sabe, é das poucas que oferece condições higiénicas a roçar a excelência no país, e das poucas que presta serviços de atendimento e tratamento em várias áreas sanitárias de qualidade. Para além de prestar serviços sociais às populações, como fornecimento de água potável às famílias que vivem ao redor, tem um campo para a prática de futebol (aliás esse espaço poderia muito bem ser aproveitado para se instalar tendas de acolhimento de pacientes de COVID-19); tem escola desde jardim de infância, primária até secundária, desenvolve agricultura e fabrica pão para a cidade de Bissau, sem ignorar que é único lugar que produz oxigénio e o fornece a todas as outras instalações sanitárias do país.
A Comissão que foi criada para seguir, monitorar e acompanhar a evolução do coronavírus, a que aplaudimos, necessita o mais urgente possível rever essa sua decisão a bem do país. É hora de unirmos as forças e não de nos separarmos por detalhes de coisas.
Fica o conselho de um patriota convito, que conhece de perto a realidade da Clínica Madrugada, e já foi curado de uma profunda pneumonia nesse lugar por médicos e enfermeiros, altamente competentes e profissionais, e que gosta de ver a colaboração e a cooperação institucional a funcionar em lugar de disputas de protagonismo.
Para o bem do país.
Alfredo Handem
14.04.2020
LUZ AO FUNDO DO TÚNEL?
LUZ AO FUNDO DO TÚNEL?
Desde a nossa última abordagem, as coisas pioraram, principalmente em Nova Iorque. Infelizmente, como há muito que fazer em Las Vegas, não pude ir a Nova Iorque para ajudar os meus colegas intensivistas na frente da batalha.
O número de mortos em Nova Iorque tem muitas explicações, mas há duas explicações que importa salientar:
1 – A ideia descabida dos Afro-americanos de que o Covid-19 não afecta os Afro-americanos.
Infelizmente, a cruel realidade é que está a afectar esta comunidade, e de que maneira!
2 – Devido às condições socioeconómicas, as minorias são afectadas por doenças crónicas, como a diabetes e a obesidade!
Isto explica a alta mortalidade causada pelo coronavírus no seio dos Afro-americanos e dos Índios (nativos americanos).
Em Las Vegas, ainda não saímos do túnel, mas já vemos luz no fundo…
No primeiro relatório que fiz, falei do primeiro caso com COVID-19, doente que foi entubado no hospital (tinha que ser por um originário da Guiné – como diz a lenda, até que desenterrem o navio que foi enterrado na praça do império, a má sorte vai nos acompanhar até ao fim do mundo – Só a brincar! Nunca acreditei nesta lenda. O homem é o arquitecto do seu próprio destino!).
Este paciente, volvidos 30 dias, foi finalmente extubado por mim (acreditam no destino?).
Depois da extubação, telefonei à filha dele (sobrevivente do coronavírus), que definitivamente pediu um favor: para não lhe dizer que a mãe (a esposa do paciente) falecera há 2 semanas no nosso hospital, no quarto adjacente, vítima do coronavírus.
Há 2 dias, também extubei uma nossa enfermeira, vítima do Covid-19. Ela está bem e já está caminhando com o fisioterapeuta.
Tem sido uma aventura, não sei se a posso denominar de científica, tratar pacientes com Covid-19. Entre experimentar com cloroquina, azitromicina, corticosteroides (uma semana sim, outra semana não), mudança no modo de usar o ventilador, usar ou não usar o BiPAP etc., finalmente parece que estamos a ter resultados positivos.
Todos os dias, temos discussões internas entre os intensivistas no nosso hospital e webinars e discussões via telefone com colegas do Columbia Presbyterian em NY, New Orleães, New Jersey, Harvard, Wuhan (China), Japan, the The Alfred hospital (Melbourne),etc.
Tudo para aprender e ensinar com experiências Individuais e colectivas.
É nestes momentos de crise que o melhor da humanidade vem acima: a solidariedade entre os profissionais de saúde; solidariedade e agradecimento aos profissionais de saúde; enfermeiras, médicos, arriscando a vida todos os dias …
A minha rotina, para não pôr a minha família em perigo: quando chego a casa, telefono ao meu filho ou à minha esposa, a partir da garagem, tiro o meu uniforme, ponho tudo num saco de plástico para lavar e vou imediatamente ao duche, sem falar com ninguém e sem tocar nada ou ninguém.
Todo o cuidado é pouco!
Alguns amigos têm telefonado e enviado fotografias horríveis da situação em Las Vegas!
Não, não estamos tão mal assim!
Fiquem descansados! A maioria das pessoas está bem e vamos derrotar este vírus!
Até breve.
Joaquim Silva Tavares – Djoca
Las Vegas 13.04.2020
Zona em frente ao hospital com entrada proibida a visitantes
Saiba mais sobre o Professor Doutor Joaquim Silva Tavares
ÀS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS ACREDITADAS NA GUINÉ-BISSAU…
ÀS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS ACREDITADAS NA GUINÉ-BISSAU…
“Se for presa preventivamente, não sei o que me pode acontecer dentro da cadeia.” – Ruth Monteiro
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
ARTIGO 35º.
Nenhum dos direitos e liberdades garantidos aos cidadãos pode ser exercido contra a independência da Nação, a integridade do território, a unidade nacional, as instituições da República e os princípios e objectivos consagrados na presente Constituição.
Não consigo perceber como é que a Representação Diplomática que acolheu Ruth Monteiro, e estou em crer que o fez por razões humanitárias, por via de alegadas “verdades” da pretendente ao “asilo” no seu próprio País, tem permitido à asilada, usar os privilégios de asilada, para continuar a desferir ataques infundados aos órgãos judiciais da Guiné-Bissau, por um lado, e ao Estado da Guiné-Bissau, por outro, através de órgãos de comunicação social em Portugal.
São muitas entrevistas sobre o mesmo assunto, quer por parte da sra. Ruth Monteiro, quer do sr. Aristides Gomes!
Um asilado, por razões humanitárias não pode, nem deve fazer política de destruição, no país ou na representação diplomática onde se refugiou!
Quando o Secretário-geral da ONU pede o fim dos conflitos e confrontos, armados e político-institucionais que impedem a União de Esforços na prevenção e no combate ao Coronavírus, assistimos, com alguma estranheza, na Guiné-Bissau, a promoção, o incentivo, à confrontação e aos conflitos políticos e institucionais, através de Representações Diplomáticas acreditadas na Guiné-Bissau que, concedendo o que achamos ser protecção humanitária ao ex-primeiro-ministro Aristides Gomes e à ex-ministra da Justiça Ruth Monteiro, têm permitido a ambos, usar essas Representações Diplomáticas, para fins políticos e de desestabilização da Paz política e social na Guiné-Bissau, como também, e não menos importante, para desviar as atenções sobre as medidas restritivas e preventivas decretadas pelas autoridades em funções na Guiné-Bissau, na prevenção e no combate ao COVID-19.
Estranha-me igualmente ter lido algures hoje nas redes sociais que o Primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam teria feito um apelo no sentido de os Guineenses não responderem aos ataques vindos dos seus adversários políticos…
Até ao momento, não pude confirmar se seria mesmo essa a mensagem passada pelo Primeiro-ministro, no entanto…
Ao sr. Primeiro-ministro, quero dizer que o Estado não é sinónimo de partidos políticos e que os ataques dirigidos ao Governo, ao Presidente da República, à Assembleia Nacional e aos Tribunais da Guiné-Bissau, são ataques dirigidos contra o Estado da Guiné-Bissau e não podem, nem devem ser ignorados, antes pelo contrário, devem merecer resposta imediata, adequada e exemplar!
Por que esperam as autoridades da Guiné-Bissau para investigar em que representações diplomáticas acreditadas na Guiné-Bissau, estão quer o sr. Aristides Gomes, quer a sra. Ruth Monteiro, já que são cidadãos Guineenses, e demonstrar a essas representações diplomáticas que, se nem aos seus embaixadores e ao seu pessoal diplomático em geral, ao abrigo do direito internacional, se permite a ingerência nos assuntos do país onde estão em serviço e muito menos a promoção de um clima de desestabilização política, institucional e social, como é que, quer o sr. Aristides Gomes, quer a sra. Ruth Monteiro, enquanto cidadãos guineenses, continuam a conspirar politica e socialmente contra o Estado da Guiné-Bissau, asilados que estão, em Representações Diplomáticas acreditadas na Guiné-Bissau?
Se o comum do cidadão guineense não tem esse direito, como é que se explica esse privilégio a estas 2 figuras do ex-governo da Guiné-Bissau, quando tantos outros ex-governantes não foram alvos de nenhuma ameaça ou perseguição depois da demissão do governo a que pertenciam, continuando em suas casas e fazendo suas vidas com normalidade?
Às Representações Diplomáticas, importa repetir que qualquer acção Humanitária, visa e só, salvaguardar/proteger, a Vida e a Dignidade da Pessoa Humana e não, revestir-se numa plataforma política solidária, que ameace a Paz Política, Institucional e Social do País onde foram acreditadas!
Positiva e construtivamente, vamos continuar a trabalhar!
Didinho 11.04.2020
Leia a entrevista clicando no link que se segue: “Se for presa preventivamente, não sei o que me pode acontecer dentro da cadeia.”
O DESPERTAR PARA A REALIDADE…
A PROPÓSITO DO BLOQUEIO DA ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR
O País não pode parar, face ao bloqueio institucional da Assembleia Nacional Popular.
É um grande erro que o Parlamento continue bloqueado e esse erro deve-se às estratégias do PAIGC.
Quanto mais tempo ficar bloqueado o Parlamento, mais ilegalidades teremos e menos transparência haverá na gestão governativa, quiçá, na Administração do Estado.
Se o Parlamento não funciona, quem vai questionar a acção governativa e outras?
É que, para todos os efeitos, há um governo legitimado pela nomeação e empossamento presidencial, que não está legitimado pelo Parlamento, precisamente por via do bloqueio irresponsável do Parlamento.
Será que com o bloqueio do Parlamento, não há Governo?
Esse Governo, não tem estado, mesmo sem a confiança, quiçá, legitimidade parlamentar, a fazer acordos, a encetar iniciativas de âmbitos diversos, ainda que sem a tal legitimidade parlamentar?
Afinal, quem ganha ou perde com o bloqueio do Parlamento?
Vamos ser realistas e menos emotivos.
O Parlamento tem que funcionar, mesmo face à nova configuração parlamentar, para que o Interesse Nacional possa ser debatido, fiscalizado e avaliado tendo em conta a legalidade democrática.
Não é o bloqueio do Parlamento que garantirá a afirmação da normalidade constitucional e, muito menos, impedirá que uns e outros, em exercício de funções, continuem a prejudicar a Guiné-Bissau, antes pelo contrário, havendo bloqueio, deixa de haver fiscalização do Parlamento ao Governo e isso só beneficia os que neste momento estão a governar.
Por favor, vamos ser mais racionais, tendo em conta o Interesse Nacional. Basta de disputas desnecessárias, de bloqueios desnecessários e, prejudiciais ao País e aos Guineenses!
Positiva e construtivamente.
Didinho 14.09.2016
NÃO AO RACISMO E À SEGREGAÇÃO PELA COR DA PELE, NA GUINÉ-BISSAU!
NÃO AO RACISMO E À SEGREGAÇÃO PELA COR DA PELE, NA GUINÉ-BISSAU!
Que vergonha! O PAIGC ou melhor, alguns dos seus militantes, devem estar desnorteados ao ponto de baterem no fundo, com atitudes desprezíveis, entre retóricas e incompetências que, por exemplo, levaram-nos ao primeiro golpe de estado na Guiné-Bissau, a 14 de Novembro de 1980, quando Nino Vieira, por não estar devidamente preparado e ao nível dos seus Camaradas com melhores preparações, preferiu dar-lhes o golpe para semear o caos e a impunidade que até hoje estamos a viver na sociedade guineense!
Cada vez que há conflitos ou crises no seio dos militantes do PAIGC, é a Guiné-Bissau e o seu povo quem paga o preço mais elevado com prejuízos incalculáveis. Já alguém colocou a questão de quantos prejuízos o nosso país sofreu com o conflito militar de 7 de Junho de 1998?
Se quiserem fazer um reajustamento no PAIGC que o façam mas com todos! Sem observância discriminatória à cor de pele, religião, ou estatuto social que cada militante do vosso partido tem ou ocupa na nossa sociedade.
Vocês que agora querem preconizar um Reajustamento no PAIGC, é bom saberem que há uma Constituição da República da Guiné-Bissau que não permite qualquer discriminação seja ela de quem for e de onde vier. Se se fala do racismo, essa vossa intenção de querer reajustar o vosso PAIGC desta forma é mais que racismo. É uma vergonha nacional!
Que Deus abençoe a Guiné-Bissau com todos os seus filhos sem qualquer discriminação.
Engº. Augusto Ulique
Flensburg /Alemanha 10.04.2020
ENTRE A MENTE E O ESPÍRITO, O DIREITO À VIDA EM DIGNIDADE
ENTRE A MENTE E O ESPÍRITO, O DIREITO À VIDA EM DIGNIDADE
Na nossa essência de Seres Humanos, Africanos e Guineenses, continuamos a recusar, intransigentemente, aceitar, reconhecer, e procurar soluções de cura, para os sintomas de males há muito diagnosticados, numa perspectiva social e cultural com que padecemos, e cuja terapia principal, reside na vertente educacional da Mente e do Espírito.
Vivemos e convivemos demasiadamente com a Política, em nome de um fanatismo político-partidário, indisfarçável e indesmentível, tendo em conta os interesses em jogo, seus efeitos e suas consequências, para o País, ignorando a Vida, o nosso Direito de Viver com, e em Dignidade, enquanto Seres Humanos, Africanos e Guineenses!
Ignorando a intoxicação e a contaminação mental e espiritual que se vai propagando e destruindo a nossa Sociedade, Doente de várias patologias, e cada vez mais vulnerável…
Positiva e construtivamente.
Didinho 06.04.2020

FIQUE EM CASA!

COVID-19: RESPEITAR O ESTADO DE EMERGÊNCIA!
COVID-19: RESPEITAR O ESTADO DE EMERGÊNCIA!
Reivindicar a defesa e a salvaguarda dos Direitos Fundamentais, mesmo na particularidade do decreto de um estado de emergência, é de se apoiar, porém, espera-se da parte de Todos, o devido Respeito pelas medidas restritivas decretadas, no âmbito da prevenção e da salvaguarda da Saúde e do Bem-estar de Todos.
Aqueles que se prontificam a criticar a actuação das forças de segurança, no cumprimento das normas decretadas pelo estado de emergência, também devem sensibilizar e informar os cidadãos quer sobre a pandemia COVID-19, quer sobre as medidas restritivas e preventivas decretadas.
Se há horários estabelecidos para a saída das pessoas à rua, para que possam vender seus produtos, ou fazer suas compras e regressarem às suas casas, há que respeitar esses horários, em nome da Saúde e do Bem-estar de Todos Nós!
Não desafiemos as autoridades policiais, para criarmos casos de politização da situação delicada que estamos a enfrentar por causa da pandemia COVID-19.
Dizer que as pessoas têm que ir à rua abastecer, não colide com as restrições impostas, que definem um período temporal para que todos tenham essa possibilidade.
Agora, dizer que as pessoas têm que estar na rua, porque é lá que garantem suas sobrevivências, não acho ser sensato.
Que me desculpem, mas não é por uma questão de insensibilidade, antes pelo contrário, a rua não emprega ninguém, e consequentemente, não paga salário a ninguém!
Se a nossa realidade social e cultural é distinta da de todos os demais países, até compreendo e aceito, mas há como dar a conhecer a quem decretou o actual estado de emergência, as deficiências e as lacunas do decreto relativamente a esse estado de emergência, para que essas deficiências e lacunas sejam corrigidas, melhoradas, para que facilitem ao invés de prejudicar, o comportamento e as atitudes individuais, de cada um, com ramificações entre as diversas Comunidades Populacionais da Guiné-Bissau, que constituem o nosso Povo!
Positiva e construtivamente.
Didinho 06.04.2020