CARTA ABERTA AO  PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, DR. AMINE MICHEL SAAD (CONCLUSÃO)

 

É obrigatório manter a ordem na sociedade guineense e na conjuntura política, para que o Ministério Público possa edificar, com dignidade, o bom nome do Estado. Amine Saad
 

 

A Lei nº 7/95, de 25 de Julho, aprova a lei Orgânica do Ministério Público.

Daí que, não pode nem deve conceber-se o Ministério Público senão como um Órgão do poder do Estado mas liberto desse poder. O Ministério Público é autónomo e independente face ao Poder Político (entenda-se, Legislativo e Executivo). Hoje, o Ministério Público assume uma importância cada vez maior, designadamente no campo da actividade sócio-política, de segurança e tranquilidade por parte dos cidadãos. Sendo o Órgão do Estado encarregado de, junto dos Tribunais, fiscalizar a legalidade, representar o interesse público e social e é o único titular da Acção Penal.

 

O Ministério Público é o Órgão encarregado de nos Tribunais Judiciais representar o Estado, exercer acção penal, defender a legalidade democrática e os interesses que a lei determinar.

"A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar."  (Martin Luther King)


 

 QUEM SÃO OS CULPADOS?

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

19.09.2010

Fernando Casimiro (Didinho)A JUSTIÇA É O PRIMEIRO FACTOR DE CREDIBILIDADE DE UM PAÍS!

A Justiça não coabita com a impunidade, ou num outro prisma: a Justiça favorece o Estado de Direito enquanto que a Impunidade destrói todas as possibilidades de afirmação de um Estado de Direito!

Queremos que haja Justiça na Guiné-Bissau e, por assim dizer, a Paz e a Estabilidade!

Queremos e exigimos um Estado de Direito, que assegure e dignifique a Justiça, contribuindo dessa forma para o fim da impunidade na Guiné-Bissau.

Que fique claro o seguinte: Nada me move pessoalmente contra o Sr. Procurador-Geral da República, Dr. Amine Michel Saad, ou contra quem quer que seja enquanto servidor do Estado da Guiné-Bissau e, por isso, sujeito a avaliações de desempenho entre elogios, críticas e responsabilizações, por parte dos cidadãos!

É pela Guiné-Bissau, o meu PARTIDO, que venho exercendo, de forma responsável e construtiva, o meu direito de cidadania ao longo destes 7 anos do Projecto CONTRIBUTO, ciente de não ter que agradar a ninguém e que a divergência de pontos de vista é salutar para a busca de mais e melhores soluções para os problemas do país!

Como tenho dito, quero para mim a Guiné-Bissau que desejo para todos os meus irmãos guineenses!

Na primeira parte da minha carta aberta ao Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Dr. Amine Michel Saad, fiz a apresentação sustentada de arquivos noticiosos importantes, com afirmações, denúncias e acusações graves do Dr. Amine Michel Saad, contra o ex-Presidente João Bernardo "Nino" Vieira e seus supostos "comparsas", de forma a questionar uma série de situações, entre elas: a veracidade das acusações; a dignidade do jurista Amine Saad e, o seu compromisso para com a Justiça, ao serviço da Guiné-Bissau e dos cidadãos.

Nesta segunda parte e conclusão da carta aberta, apresento referências institucionais e noticiosas, bem como, obtidas através de depoimentos frente-a-frente, sobre situações que deveriam implicar acções concretas e imediatas do Ministério Público, mas que, até agora, redundaram em nada!

Compreende-se, num país onde se confunde Estado de Direito com Direito de Estado, não ser tarefa fácil implantar a Justiça e acabar com a impunidade. Foi com base nisso que resolvi dar o benefício da dúvida ao Dr. Amine Michel Saad, "perdoando-lhe" as incongruências das disputas, no passado, com o ex-Presidente João Bernardo Vieira, que também redundaram em NADA!

Apoiei e felicitei as iniciativas do Procurador-Geral da República visando a moralização da Justiça, porquanto objectivas, construtivas e necessárias, com resultados visíveis (nalguns casos) em curto espaço de tempo, isto entre Novembro de 2009 e Março de 2010.

Ainda que muita gente possa ver alguma contradição quando se elogia para depois se criticar e vice-versa, não me preocupa essa interpretação simplista. Importa-me valorizar e apoiar iniciativas com reconhecimento de puderem vir a ser úteis ao país, mas também, de ter a coragem para alertar quando se está a desviar dessas iniciativas ou propósitos previamente traçados.

Voltaria a fazer o mesmo, pois não estou arrependido de ter sensibilizado o Procurador-Geral da República a cumprir com as suas responsabilidades!

A primeira de todas as preocupações é o cidadão guineense o qual deve ser informado sobre o papel fundamental e determinante que o Ministério Público assume actualmente na Guiné-Bissau. Amine Saad

Com o levantamento militar de 01 de Abril, o Ministério Público que, para mim, até estava a conseguir recuperar a sua independência em conformidade com as suas atribuições constitucionais, surge envolvido em defesa de alas político-militares que disputam o poder, não das urnas, mas dos grandes jogos de interesses, suportados pelo narcotráfico, acabando por comprometer a sua imparcialidade, pondo em causa as suas atribuições e competências na representação do Estado.

 AMEAÇAS E DEPOIMENTOS DE ANTÓNIO INDJAI E BUBO NA TCHUTO

Pode-se dizer que o levantamento militar de 01 de Abril de 2010, foi legitimado pelo Ministério Público guineense, a exemplo de todos os outros, entre golpes de Estado bem sucedidos ou não, intentonas e inventonas, ao longo dos anos.

Não posso compactuar com posicionamentos desta natureza, por isso, decidi mostrar ao Sr. Procurador-Geral da República, através desta carta aberta, a minha insatisfação pela desmarcação do Ministério Público no cumprimento das suas atribuições e competências.

Não sou jurista e, na qualidade de simples cidadão, gostaria de apresentar ao Sr. Procurador-Geral da República algumas questões de fundo que sustentam a minha insatisfação, não só em relação ao levantamento militar de 01 de Abril, mas também, sobre os processos relativos aos assassinatos de 01 e 02 de Março de 2009, de 04 e 05 de Junho de 2009, assim como em relação ao narcotráfico na Guiné-Bissau. No final desta carta aberta, disponibilizo vários links de trabalhos publicados sobre esses assuntos, agradecendo antecipadamente a consideração do Ministério Público em geral e do Procurador-Geral da República em particular, pela consulta/leitura dos mesmos.

AS MINHAS QUESTÕES DE FUNDO

O Dr. Amine Saad herdou os processos dos assassinatos ocorridos em 2009, contudo, não há razão para qualquer desculpa que pudesse pôr em causa o andamento dos processos investigatórios. Tem-se, repetidamente, a nível do Ministério Público, apontado razões de ordem financeira e logística para a prossecução e conclusão dos processos, sem se dar a conhecer detalhadamente o montante e a logística em falta.

Quero recordar ao Dr. Amine Michel Saad que aquando da sua iniciativa em 2000, que possibilitou a descoberta de valas comuns e a sua deslocação a Portugal onde o ex-Presidente João Bernardo "Nino" Vieira se encontrava exilado, afim de pedir a sua extradição às autoridades portuguesas e ser julgado pelos crimes de que era acusado pelo próprio Dr. Amine Saad enquanto Procurador-Geral da República, NINGUÉM ouviu da parte do Ministério Público ou de qualquer autoridade da Guiné-Bissau, desabafos, queixas ou desculpas de não haver dinheiro ou qualquer material para se avançar com as investigações ou com o processo em geral!

Por que se tem condicionado, nos dias de hoje, todo e qualquer processo de investigação criminal na Guiné-Bissau, a apoios financeiros e outros da Comunidade Internacional?

Sobre os assassinatos de 01 e 02 de Março de 2009, mesmo tendo em conta que o Dr. Amine Saad está no cargo apenas há 10 meses, importa salientar que o Ministério Público é uma Instituição e o seu desempenho não pode ser condicionado/limitado por nenhuma mudança na sua hierarquia. O Ministério Público  tem uma liderança, é certo, mas é uma equipa, um colectivo!

Não creio haver nos dias de hoje, nenhum cidadão guineense que não esteja a par das muitas verdades e inverdades sobre as matanças de 01 e 02 de Março de 2009. Escusado será dizer que o Sr. Procurador-Geral da República sabe e bem desta realidade.

Como cidadão que ouviu ou leu muitas dessas verdades e inverdades, gostaria de colocar as seguintes questões ao Sr. Procurador-Geral da República:

Face a acusações públicas de figuras do próprio Estado, vítimas dos desmandos que se seguiram aos assassinatos de 01 e 02 de Março de 2009, cito o Dr. Francisco José Fadul, Presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau, por que razão até hoje o Ministério Público não levou em conta os nomes do actual Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., e do então Capitão de Mar e Guerra José Zamora Induta, referenciados pelo Dr. Fadul, como mandantes dos assassinatos do ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, General Tagme Na Waie e do ex-Presidente da República, General João Bernardo "Nino" Vieira?

Por que razão até hoje quer o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., José Zamora Induta e o acusador, Dr. Francisco José Fadul, não foram ouvidos pelo Ministério Público sobre o assunto?!

Num verdadeiro Estado de Direito não teriam sido imediatamente chamados a depor?

Concretamente sobre o assassinato do ex-Presidente João Bernardo Vieira, do muito que se tem dito, o Ministério Público guineense apontou 2 nomes como sendo testemunhas-chave para a conclusão das investigações, a saber:

Isabel Romano Vieira, viúva do Presidente assassinado e presente no acto da barbárie.

Capitão Pansau Intchama, militar, afecto ao Batalhão de Mansoa, presente no acto da barbárie e, na altura dos acontecimentos, assessor do então Comandante do Batalhão de Mansoa, António Indjai.

Conhecedor das verdades e inverdades públicas em relação ao assassinato do ex-Presidente e se concordo com a designação de testemunha-chave para a Sra. Isabel Romano Vieira, devo, no entanto, questionar ao Sr. Procurador-Geral da República o porquê de o Ministério Público considerar o Capitão Pansau Intchama testemunha-chave da investigação?

Tive a oportunidade de falar com o Capitão Pansau Intchama em Mafra, Portugal e de confirmar algumas verdades que já conhecia sobre detalhes importantes do ocorrido na residência do ex-Presidente na madrugada de 02 de Março de 2009, por isso, acho absurdo que o Ministério Público, continue a ter o Capitão Pansau Intchama como testemunha-chave das investigações, não fazendo nada para ouvi-lo em Portugal, onde ainda se encontra.

Por que não considerar testemunhas-chave o actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, que foi quem comandou o grupo que assassinou o ex-Presidente ou, o Major Tcham Na Man, sobre quem recaem acusações de ter esquartejado o ex-Presidente?

Por que não considerar testemunha-chave o ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta, pelas declarações/afirmações prestadas à Agência France Press nessa madrugada, quando nenhuma autoridade nacional se tinha pronunciado ainda sobre os assassinatos?

Aquando do levantamento militar de 01 de Abril de 2010, o insurrecto António Indjai, actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, bem como Bubo Na Tchuto, ex- Chefe do Estado-Maior da Armada guineense, acusaram publicamente o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. de ter mandado matar e de ter morto muita gente. Todos nós ouvimos essas acusações, que aliás, foram registadas por estações de rádio.

Será que essas acusações contra o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., num verdadeiro Estado de Direito, não implicariam imediatamente que o Primeiro-ministro fosse ouvido pelo Ministério Público, assim como os que o acusaram?

Não tendo dúvidas que o narcotráfico tem estado na origem das disputas violentas pelo poder na Guiné-Bissau, gostaria de questionar o Ministério Público o porquê de nunca ter chamado a depor acusados ou acusadores de casos de narcotráfico?

Sabe ou não o Ministério Público do envolvimento de altas figuras do poder, entre civis e militares, no narcotráfico?

Sabe ou não o Ministério Público do financiamento pelo narcotráfico, das campanhas eleitorais, quer legislativas, quer presidenciais, de partidos políticos ou candidatos independentes?

Sabe ou não o Ministério Público que a maioria dos palacetes construídos nos últimos anos na Guiné-Bissau foram-no graças aos dinheiros do narcotráfico?

Em 2008, o Ministério da Justiça da Guiné-Bissau elaborou um relatório sobre 2 aeronaves apreendidas no aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, nesse relatório consta o nome do ainda Chefe do Estado-Maior da Força Aérea da Guiné-Bissau, Papa Camará, como envolvido nas operações do narcotráfico. Não estamos perante um caso merecedor de actuação do Ministério Público? Que outras provas são precisas, para um relatório tão detalhadamente sustentado?

Quantas reportagens sustentadas e justificadas sobre o narcotráfico na Guiné-Bissau têm sido dadas a conhecer, com referências explícitas de pessoas envolvidas... Até agora, o que fez o Ministério Público em relação ao assunto?

Há uma infinidade de questões óbvias, Sr. Procurador-Geral da República. Evidências merecedoras de acções concretas do Ministério Público, que, infelizmente, limita-se a deixar passar o tempo, para não ter que agir, porque se tiver que agir, ui, ui... entre amigos e inimigos, ninguém escapa!

«Quero deixar uma mensagem aos ilustres magistrados do Ministério Público que estão proibidos de errar. É proibido falhar, é proibido ser preguiçoso, é proibido não se comportarem como patriotas». Amine Saad
 

CARTA ABERTA AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, DR. AMINE MICHEL SAAD (1) 31.08.2010

PROCESSO DAS AERONAVES APREENDIDAS NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA

O MEU ENCONTRO COM O CAPITÃO PANSAU INTCHAMA - ANÁLISE 22.07.2010

O MEU ENCONTRO COM O CAPITÃO PANSAU INTCHAMA (2) 19.07.2010

O MEU ENCONTRO COM O CAPITÃO PANSAU INTCHAMA (1) 18.07.2010

ONDE ESTÁ O PODER JUDICIÁRIO DA GUINÉ-BISSAU? 06.04.2010

A GUINÉ-BISSAU DE 01 DE MARÇO DE 2009 A 01 DE ABRIL DE 2010 02.04.2010

AGUARDAMOS ANSIOSAMENTE... 20.02.2010

A PULSEIRA...02.12.2009

A VERDADE NUNCA ESTEVE TÃO PERTO NA GUINÉ-BISSAU... 26.11.2009

A PRAGA! 11.11.2009

O NARCOTRÁFICO NA GUINÉ-BISSAU, COM REALISMO! 24.04.2009

 

"Fazer a justiça esperar é uma injustiça." (Jean de La Bruyère)

 

 

 

Francisco Fadul acusa Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta da autoria do assassinato de Nino Vieira

2009-04-08

O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, actual presidente do Tribunal de Contas e líder do Partido para a Democracia, Desenvolvimento e Cidadania, Francisco Fadul, faz fortes acusações ao actual chefe de Governo da Guiné, e ao chefe de Estado Maior General das Forças Armadas interino. Fadul está em Lisboa a receber tratamento médico aos ferimentos que sofreu num ataque dia 31 de Março, numa entrevista à RDP Àfrica, acusa Carlos Gomes Júnior e o comandante Zamora Induta, da autoria do assassinato do presidente Nino Vieira e do antigo chefe do estado maior. Francisco Fadul pretende regressar em breve à Guiné Bissau e anunciou que vai candidatar-se às presidenciais de 28 de Junho.

Procurador-geral considera que o país não é uma plataforma do tráfico de droga

12-Aug-2010  


O Procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Amine Saad, negou hoje que o país seja uma plataforma de tráfico de droga, mas admitiu que faltam meios para um combate sério e eficaz ao flagelo.

“A Guiné-Bissau não é um narcoestado e, muito menos, uma plataforma de droga. É, isso sim, um Estado fragilizado do qual se aproveitam os malfeitores. E as forças da lei não têm meios para dar um combate sério e eficaz ao crime”, afirmou o Procurador guineense, em declarações aos jornalistas.

Amine Saad reuniu-se hoje com as diferentes instituições do Estado guineense que lidam directamente com o crime, nomeadamente a polícia judiciária, polícia de protecção pública e magistrados, para proceder a um balanço sobre o nível do combate à droga nos últimos tempos.

“Fiquei a saber, por exemplo, que a polícia de protecção pública não tem uma única bicicleta, nem mota e, muito menos, uma viatura. Ás vezes os agentes fazem ‘vaquinha’ para custear a deslocação de quem vai fazer uma diligência”, disse o Procurador-geral guineense ao ilustrar o nível de dificuldades dos agentes da lei.

“Estamos a falar não de um Estado narcotraficante, mas sim de um Estado debilitado, que não tem meios. Esta é que é a realidade”, sublinhou o Procurador guineense, para quem o poder político tem que ajudar mais às forças da lei e ordem.

“O combate à droga deixou de ser hoje só um problema da polícia ou da justiça, é também um problema que deve preocupar o poder político. É isso que vou fazer ainda hoje, dar conta da situação das instituições que lutam contra o fenómeno, as quais estão sem meios”, frisou Amine Saad, prometendo ir levar a preocupação ao Presidente Malam Bacai Sanhá.

O responsável pelo Ministério Público guineense defendeu que o poder político tem que dizer claramente ao poder judicial se está ou não em condições de ajudar a ultrapassar os problemas que se colocam ao sistema.

Amine Saad falou ainda do pressuposto legal que diz que um suspeito só pode ser detido durante 48 horas para ser logo a seguir presente ao juiz de instrução criminal. O Procurador guineense questiona se o país tem condições factuais para cumprir essa determinação legal.

“Será que a Guiné-Bissau está em condições de deter um traficante de droga e, em 48 horas, apresentá-lo ao tribunal? Temos que ser realistas. Há reformas que têm que ser feitas”, indicou Saad.

Para o Procurador guineense, a própria comunidade internacional deve passar das palavras, das promessas aos actos, com apoios concretos, isto porque a Guiné-Bissau, sozinha, não será capaz de lutar contra a droga que em grande medida, disse, vai para outras partes do mundo.

“Se somos uma plataforma, como se diz, é porque a droga vai daqui para outras partes do mundo. Porque é que, esses países, para onde vai o grosso da droga não nos ajudam com meios, para que possamos afundar de uma vez por todas essa plataforma?”, ironizou Amine Saad.
 

Fonte: Notícias Lusófonas

Com aplicação da justiça


Guiné-Bissau: Amine Saad quer arrumar «traumas» do passado

2010-05-18

Bissau – O Procurador-geral da República guineense, Amine Saad, defendeu esta segunda-feira em Bissau, que a investigação e consequente punição de criminosos pode resolver os «traumas» do passado de vários acontecimentos de natureza política e militar ocorridos na Guiné-Bissau.

Durante a cerimónia de abertura de uma acção de formação, garantida por Portugal, aos magistrados do Ministério Público, Amine Saad avançou que os «traumas» do passado e a reconciliação entre os guineenses só terão sucessos assim que houver uma punição exemplar dos criminosos. Para Amine Saad, a aplicação das penas estabeleceria as bases futura para a consolidação de um sistema democrático assente num Estado de direito na Guiné-Bissau.

O responsável do Ministério Público adiantou ainda que as estratégias possíveis dentro da lógica, para lidar com o passado, são os tribunais que têm como prerrogativa a justiça criminal, como método de levantamento de factos e de canalização de desejos sociais de vingança, assim como prevenir futuros actos criminosos.

Nesta perspectiva, Amine Saad disse haver necessidade de um Ministério Público sem receios «infundados», sem perda de autonomia face ao poder político e sem receio do recuo no prestígio e capaz de dialogar com o Governo, com o poder legislativo e com todos os intervenientes no poder judiciário.

Com olhos postos na aplicação da justiça, o Procurador-geral da República lembrou que a primeira de todas as preocupações é o cidadão guineense o qual deve ser informado sobre o papel fundamental e determinante que o Ministério Público assume actualmente na Guiné-Bissau.

Sumba Nansil


(c) PNN Portuguese News Network

 
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