RACIONALIZAR O PENSAMENTO GUINEENSE

 

 Resposta a Candjura Panta PEACE ENFORCEMENT - VIA DE COMBATE AO NARCOTRÁFICO E DA IMPOSIÇÃO DA PAZ NA GUINÉ-BISSAU 01.06.2010

 

Augusto Tchuda

atchuda@live.fr

09.05.2012

Augusto TchudaInteressou-me bastante os ditos deste senhor “Candjura Panta”, sobretudo o parágrafo em anexo à este texto e que muito me marca, por alguns dizeres que para mim não me resta menor duvida tratar-se dos senhores naturais de “Zona zero” de Bissau.

Para ele, os trágicos acontecimentos, são aqueles de 1° de Abril. Talvez porque começou a desenhar o fim de uma ditadura instalada com capote de Democracia, a moda dos ditos civilizados da praça mal arranjada de Bissau, que pelo facto de terem ai nascidos e ter sido Capital, pensam que só a eles competem decidir os destinos dum universo de aproximadamente 1.600.000 Guineenses.

Infelizmente, os Guineenses, para justificar as suas incapacidades procuram “bodes expiatórios”, senão vejamos: De 1974 à 1980, quando os naturais da referida zona zero, concluíram que afinal podiam ser eles a conduzir os destinos do Pais, fomentaram o que todos nós assistimos, incluindo “Candjura Panta”, que até pode ser mais idoso que mim. Na altura diziam “Burmedjos” na clara alusão aos irmãos Cabo-verdianos, só porque o Luís Cabral era Presidente da Republica com dignidade e competência, o Sr. sabe.

O 14 de Novembro, o mais trágico acontecimento do Pais, para mim, abriu algibeiras e panças, aos Senhores de “Zona zero”, do qual o Candjura panta é parte, destruiu-se tudo, mas tudo, na alusão de se tratar de projectos ambiciosos, nem outros que não sejam ambiciosos vimos, consequências um Pais no foço. Até hoje, não há alguém que o resgate daí. É o mesmo que se quer repetir, porque começou-se a assistir matanças, nos mesmos moldes de 1986, quando grandes homens daquela etnia horizontal, foram levados aos cemitérios anónimos.

Estes palavreados não são do Guineense comum, como eu, certamente como Sr. Didinho, que no seu quotidiano vive a realidade Guineense. É bom a partir de já termos em conta que a horizontalidade daquela etnia, nunca foi motivo da Guiné-Bissau estar aonde está. Pois, sei que estarás de acordo como quando digo que, seria ridículo prestar respeito a um Chefe que por afinidade é confiado determinado cargo público, que apesar disso a sua competência técnica é questionável, não obstante isso exerce ainda com arrogância e altivez a função que mendigou. Por isso, não excitaria em dizer que, aos nossos irmãos Cabo-verdianos, merecidamente mostraram que nunca foram aquilo que os “Camaradas” de “Zona zero” diziam.

Da mesma forma, a sociedade horizontal, que todos conhecem pela sua humildade e generosidade não é, e nem será o maior problema da Guiné-Bissau, sempre respeitou culturas das homogéneas com consciência da sua diversidade. A Paz é sinonimo de respeito as ideias de cada um, na diversidade de ideias, pensando nos valores sociais, independentemente de alguém ter nascido aonde quer que seja, é Guineense. Ontem, quando se combatia não havia despeito a chefia – que tamanha perversão.

Não há onde mandar esses Senhores candidatos por si, considerados não céleres e ancestralmente oriundos da Sociedade horizontal. Talvez, se mantenha a exclusão em curso no aparelho de estado. Desde já, corrija a sua intenção, estás errado e infeliz em alguma parte da sua abordagem. Tanto assim solicitaste anonimato.

“Depois os trágicos acontecimentos do dia 1º. de Abril, não basta pedir a quem não pode. Porque, da sua diversidade étnica, sua riqueza, fazem os militares a sua desunião, dando-lhes exemplos de favoritismos e de obsoleta fidelidade idólatra, ainda que possam estar a ser instrumentalizados por forças políticas na sombra, ao ponto de nem o Porta-Voz se tresmalhar… Porque, na sucessão contra natura, não se vêem outros que não os célebres candidatos operacionais, oriundos ancestralmente duma sociedade horizontal, sem a cultura do respeito da chefia ou da liderança, num total desprezo às restantes etnias que compõem o seu mosaico, todas pagando pela marginalização passada. E porque, erroneamente, este ano de 2010 foi declarado ano internacional para a aproximação das culturas pela Assembleia Geral das Nações Unidas”.

 

Augusto Tchuda

 

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