O NARCOTRÁFICO E AS DISPUTAS PELO PODER NA GUINÉ-BISSAU

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

17.10.2010

Fernando Casimiro (Didinho)O narcotráfico é a causa directa ou indirecta de todas as disputas que têm ocorrido na Guiné-Bissau no pós-regresso de Nino Vieira ao país e ao poder em 2005!

Entre os que "aconselharam" a opção do narcotráfico para a Guiné-Bissau está o Coronel Manuel dos Santos "Manecas", a "outra metade" que, com Nino Vieira, decidia os destinos da Guiné-Bissau!

Manuel dos Santos "Manecas, depois do regresso de Nino Vieira ao poder em 2005, não precisou, nem quis fazer parte das estruturas do Estado, mas estava sempre onde estava Nino Vieira, para com ele decidir as negociatas para os seus benefícios pessoais e em prejuízo da Guiné-Bissau e do povo guineense.

Antigo Comandante do PAIGC e do famoso e bem sucedido "Comando Abel Djassi", "Manecas", de origem cabo-verdiana, foi poupado pelo Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, devido a relações de promiscuidade diversa com Nino Vieira.

Nunca condenou o Golpe de Estado, nem sequer se lembrou na altura e todos estes anos dos princípios que Amilcar Cabral legou ao PAIGC.

Enriqueceu-se à custa da Guiné-Bissau, enquanto Super-Ministro da Economia e Finanças de Nino Vieira e nos últimos anos tem multiplicado o seu "império" à custa do narcotráfico, também na Guiné-Bissau.

Actualmente, tem-se aproximado do Presidente Malam Bacai Sanhá, não (ainda) com o grau de influência que tinha sobre Nino Vieira, mas para lá caminha. É que resolveu puxar dos galões, na qualidade de veterano do PAIGC e da luta de libertação nacional, para reunir à sua volta os eternos apoiantes do assassinado Presidente - narcotraficante, na tentativa de  derrubarem o ainda Presidente do PAIGC e Primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr., altamente comprometido com suspeições e evidências de cumplicidade nos assassinatos de Nino Vieira, Hélder Proença e Baciro Dabó.

A luta interna no PAIGC não visa fazer nenhuma Justiça, mas sim, forçar a queda do Governo e a nomeação de um outro, constituído por narcotraficantes ou seus agentes.

Os principais passos já foram dados com as nomeações, reconduções e reconfigurações das estruturas das chefias militares.

A Guiné-Bissau, caso a Comunidade Internacional continue a não encarar a verdadeira extensão do real problema das disputas pelo poder no país, assistirá em breve, a mais um episódio de violência com consequências imprevisíveis não só internamente, mas a nível regional.

O Ministério-Público, enquanto se posicionar a favor de "alas" de interesse e não pela Justiça ao serviço da Guiné-Bissau e dos guineenses, permitirá o uso indevido e irresponsável de documentação inconclusiva e sem suporte oficial, atribuída ao próprio Procurador-Geral da República, para provocar ajustes de conta e a queda de um Governo legitimado nas urnas, quando, mesmo na eventualidade de um posicionamento acusatório oficial à pessoa do Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., esse Governo deveria continuar em funções, havendo lugar simplesmente à substituição do Chefe do Governo, por um elemento do seu próprio partido, já que tem a maioria parlamentar.

Faça-se Justiça, com base em investigações e factos concretos, não importa o nome ou o estatuto do acusado, mas não se queira derrubar um Governo legitimado nas urnas, para se formar um novo Governo baseado nas imposições do narcotráfico!

Sejamos honestos, saibamos reconhecer as evidências sobre as matanças de 01 e 02 de Março de 2009, bem como de 04 e 05 de Junho do mesmo ano.

A tão propalada carta do Procurador-Geral da República dirigida ao Presidente Malam Bacai Sanhá, não tem nenhum pormenor demonstrativo dos depoimentos de civis que estavam na residência do assassinado Presidente Nino Vieira. Será que a versão da viúva do Presidente, ela que foi testemunha ocular da barbárie, está nessa carta? Garantidamente que não!

Será que a versão do Capitão Pansau Intchama, referenciado como testemunha-chave pelo próprio Ministério-Público guineense, está nessa carta? Garantidamente que não!

Não há nem sequer a versão da viúva do Presidente ou seus familiares, nem do Capitão Pansau Intchama, porque a carta, foi feita há muito tempo, no seguimento da estratégia prévia do levantamento militar de 01 de Abril, visando o derrube do Governo, através de chantagem com as acusações de envolvimento do Primeiro-ministro e de Zamora Induta nas matanças de 2009!

Por que não constam referências a António Indjai e a Tcham Na Man, por exemplo, nessa carta?

E mais, essa carta, designada "Processo 10/2010", o 10, para enganar os menos atentos, como se fosse algo recente, relacionado com o mês de Outubro, o mês 10, é o tal documento que estimulou as inoportunas declarações do Presidente Malam Bacai Sanhá à Revista Jeune Afrique e publicadas na sua edição de 01.06.2010.

Curiosamente, o dono do blog que se vangloria de ter posto o país em polvorosa com a publicação da carta/Processo 10/2010, na altura (Junho) e numa conversa telefónica que mantivemos, entre Bissau e Lisboa, disse-me que também ele, estava na posse dessa carta, que incriminava o Primeiro-ministro!

Porquê a sua reprodução agora?

Faz parte da estratégia do narcotráfico, tendo em vista o controlo absoluto do poder na Guiné-Bissau!

Por que o Ministério-Público não confirma nem desmente a autoria dessa carta, quando se trata de um assunto extremamente delicado?

Quero uma vez mais que saibam todos, que não defendo A, B ou C!

O meu Partido, como tenho dito, é a Guiné-Bissau!

Tratar uns por criminosos e outros por santos, quando todos são criminosos, revolta-me!

Acusem Carlos Gomes Jr. e Zamora Induta, mas também, António Indjai, Bubo Na Tchuto, Ibraima "Papa" Camara, Malam Bacai Sanhá, Manuel dos Santos e todos os "distintos" narcotraficantes e criminosos de outra espécie, entre políticos e militares da Guiné-Bissau!

Quando alguém que se diz habilitado a informar e, por isso, capaz de também ajudar na consciencialização das pessoas, apoia nitidamente o derrube de um Governo eleito e a designação de um Governo de narcotraficantes, esse alguém, por mais que tente dizer que quer o bem do país e do povo guineense, não consegue esconder que apenas quer o seu bem-estar pessoal, vivendo à custa das migalhas que a sua relação de intimidade com certos narcotraficantes da praça de Bissau lhe permite "bicar", tal como uma galinha, no dia-a-dia...

Ser coerente e imparcial quando se trata de assuntos da Guiné-Bissau, é ter o país como o partido de todos os guineenses!

O país está em polvorosa, diz-se, com a maior das irresponsabilidades...

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

 

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VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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