NO RASTO DO CASO DOS SÍRIOS

 

Edson Incopté

edson_incopte@hotmail.com

27.12.2013

Edson IncoptéNa sequência dos dados apresentados pela Comissão de Inquérito criada pelo Governo guineense para apurar o caso dos sírios que vieram para Portugal num voo da TAP proveniente de Bissau, volto a este caso para tecer algumas breves considerações. 

E começo, justamente, como tinha terminado o último texto, intitulado A GUINÉ-BISSAU PELOS CAMINHOS QUE A FRAGILIDADE DO ESTADO A CONDUZ, onde exortava da seguinte forma: “assumamos os nossos erros e preparemo-nos para fazer melhor no futuro, mas não aceitemos calados e empinados toda a culpa, quando ela deve ser partilhada. Não engulamos qualquer desrespeito que venha da comunicação social ou de algum político que desconhece do que fala”.

Pretendo, com este início, evidenciar que permaneço na mesma linha de pensamento. Isto é, uma vez revelado, pela Comissão de Inquérito, erros, e não se tratam de simples erros, de membros ligados ao Governo guineense, há que assumi-los para assim procurar supera-los. E isso passa pela responsabilização, não só política, mas também criminal, se assim o Ministério Público vier a justificar, de todos os implicados. Pois é dever do Estado guineense, mesmo que fraco. Tal como exige em vários outros casos, exijo, igualmente, neste uma acção do Estado guineense.

Agora, o que não se pode, é, numa relação entre Estados, criticar, por mera retórica, marginalizar, por uma política externa de conveniência, uma das parte e depois exigir dela. O exigir, algo inevitável perante a globalização e a mobilidade dos povos, impõe uma relação seria, capaz de encarar os factos e agir sobre eles com realismo.

Finalmente, por considerar que a culpa deve ser partilhada, mediante o que já referi no texto supra mencionado, espero que a TAP e o Estado português também assumam as suas responsabilidades diante do ocorrido e ajam em conformidade, não se limitando a exigir acções do Estado guineense. Tais acções têm que ser executadas, como já referi, por serem dever do Estado e da justiça guineense, não por exigência ou imposição de um outro Estado ou de uma companhia aérea.

É importante que todas as partes envolvidas neste caso compreendam, devidamente, a necessidade de uma discussão seria e realista para que o problema seja resolvido, pois ele tem que ser resolvido. Não existe outra via.

Não pode continuar a haver uma atitude radical por parte do Estado português, assim como não pode, nem deve, haver uma tentativa de resposta “na mesma moeda” por parte de Governantes guineenses. Tal atitude não garante a solução para os problemas que esta contenda origina aos povos dos dois países.

 

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