Indicação de oficiais narcotraficantes foi feita após anos de investigação - embaixadora EUA

Com as afirmações concludentes da Embaixadora norte-americana, como reagirão as autoridades da Guiné-Bissau?

Quando os Estados Unidos dizem ter provas sobre o envolvimento dessas figuras e de mais outras que serão incluídas na lista, bem como empresas, irão as autoridades da Guiné-Bissau, contrariar essas provas?

Perante afirmações concludentes, o Presidente da República continuará a fingir que está tudo bem e que o narcotráfico é um problema de toda a região?

O actual Chefe do Estado-Maior da Força Aérea irá manter-se nas suas funções, para continuar a prejudicar a imagem do país e de todos os guineenses?

O Contra-Almirante Bubo Na Tchuto irá continuar a passear, escoltado, pelas ruas de Bissau, impunemente?

O Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá continuará a relacionar-se ao mais alto grau com pessoas que todos os guineenses (e atenção, os americanos também) sabem que são narcotraficantes?

Perante afirmações tão concludentes, continuará o Sr. Procurador-geral da República à espera de ser acusado de cúmplice do narcotráfico em particular e do crime organizado em geral?

Já ninguém engana o nosso povo e muito menos se pense poder enganar os americanos, pois estão na sub-região, utilizam os meios mais sofisticados que há no planeta para interceptarem todas as comunicações que quiserem interceptar! E com isso, conseguem obter informações e fazer tudo o resto.

Não se admirem os guineenses, se um dia destes os americanos entrarem por Bissau adentro...

A juntar a tudo isto, soube-se que numa recente reunião entre o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá e alguns  embaixadores de países europeus acreditados na Guiné-Bissau, o Presidente  teria reagido com autoridade, a um aconselhamento por parte destes embaixadores, no sentido da reposição da chefia militar anterior aos acontecimentos do passado dia 01 de Abril. Diz-se que Malam Bacai Sanhá acusou-os de ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau, tendo, por sua vez, um dos embaixadores europeus presentes, concretamente o embaixador da França, advertido para o facto de que, se as solicitações dos seus países não fossem consideradas, poderiam ser adoptadas sanções contra a Guiné-Bissau, que poderiam passar, por exemplo, pelo impedimento da circulação de personalidades da Guiné-Bissau no espaço da União Europeia.

Ao Presidente Malam Bacai Sanhá aconselha-se prudência nos seus actos. Deve exigir respeito pela soberania nacional, deve representar e defender condignamente os interesses da Guiné-Bissau e do povo que o elegeu. Porém, se os aconselhamentos podem ser vistos como ingerência, não é menos verdade que os guineenses também reclamam pela reposição da normalidade constitucional e neste aspecto, o Presidente da República até hoje não fez nada nesse sentido. Ao invés, tem estado a legitimar, não só a acção do passado dia 01 de Abril, mas principalmente, os autores dessa acção subversiva que continua a pôr em causa a segurança, a unidade e o interesse nacionais.