Ressalvando/reforçando a ideia e a convicção de que o cidadão deve participar livremente e de forma responsável, do Projecto da Boa Governação, através do suporte estrutural que é a Cidadania, quer elogiando, quer criticando, ou sugerindo ideias, sem que isso seja sinónimo de bajulação, bota-abaixo, oposição ou confrontação às autoridades legítimas do país, quero neste trabalho de hoje voltar a manifestar o meu compromisso em ajudar e não prejudicar a Guiné-Bissau e os guineenses, tendo em conta as incompreensões, de muitos, sobre os meus posicionamentos relativamente a algumas matérias das quais temos perspectivas distintas.

Às autoridades da Guiné-Bissau manifestamos máxima consideração e respeito, garantindo-lhes a nossa elevação e responsabilidade, enquanto cidadãos participativos em busca de respostas e soluções para a edificação da Nação guineense, bem como, para a afirmação da Guiné-Bissau no Concerto das Nações, no âmbito desta grandiosa Obra que é o Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO!

Da parte que nos toca, não lhes daremos nenhuma oportunidade de um dia virem dizer, em jeito de desculpa, que a Boa Governação implica uma participação cidadã em conformidade, e à qual poderiam sustentar como inexistente, perante a passividade, a indiferença, o conformismo baseado num contexto de benefício de dúvida que não solicitaram a ninguém...!

Algumas pessoas, no direito que lhes assiste e que respeito, não gostaram das abordagens que fiz nos trabalhos recentes sobre o Futebol, ou melhor, sobre a minha discordância relativamente à interferência governativa em matérias que, a meu ver são da Competência da Federação de Futebol da Guiné-Bissau e não do Governo, porém, hoje, tenho mais sustentações, quiçá, razões, para justificar os meus posicionamentos, ciente de que todos nós (incluindo o nosso Primeiro-ministro Eng.º Domingos Simões Pereira) queremos o melhor para o nosso país, em geral e o melhor para o nosso futebol em particular, mas que, não podemos, nem devemos, em função de um querer emotivo e não racional, pôr em causa toda essa pretensão.

E se a FIFA resolver suspender a Guiné-Bissau de todas as competições Internacionais de Futebol, alegando interferência governativa em assuntos da exclusiva competência da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, a exemplo do que pode vir a acontecer com o Gana?

Devemos ou não avaliar primeiro as Competências e as Consequências, já que o que pretendemos é o melhor para todos nós?

É este o meu trabalho (não remunerado, não apoiado de nenhuma forma por nenhuma instituição) e de muitos outros compatriotas e amigos da Guiné-Bissau, que nunca pediram nada em troca, para além de respeito, consideração, compreensão e tolerância.

Devemos ter coragem suficiente para demonstrar e fazer valer as nossas faculdades/capacidades a bem do Interesse Nacional em geral, e da Boa Governação em particular, ao invés de continuarmos a ser cúmplices no apoio à desgovernação e à recusa ao nosso país, a Guiné-Bissau, do seu merecido e necessitado estatuto de Estado de Direito!

Como escrevi e mantenho, o Futebol não é um Problema Nacional e o Poder Político não tem competências para interferir nos assuntos que são da exclusiva competência da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, eis que, ontem 08.08.2014 foi noticiada uma advertência da Federação Internacional de Futebol (FIFA) à Federação Ganesa de Futebol, cuja Selecção participou no recente Campeonato Mundial de Futebol realizado no Brasil, a propósito de uma iniciativa do Presidente da República do Gana, em criar uma Comissão de Inquérito sobre os acontecimentos que envolveram a Selecção do Gana durante o Campeonato do Mundo no Brasil.

Ora, estamos perante o melhor exemplo comparativo e elucidativo, do que por estes dias, serviu de tema do debate sobre o Futebol Nacional da Guiné-Bissau, tendo em conta tudo o que aconteceu aquando do primeiro jogo da nossa Selecção na pré-eliminatória de acesso à Taça de África das Nações Africanas de Futebol, realizado no Botsuana, contra a Selecção deste país, que perdemos por duas bolas a zero e que motivou posicionamentos e interferências directas do Governo, por um lado e do Primeiro-ministro, em particular, por outro, ainda que, posicionamentos e atitudes de carácter emotivo, mas demonstrativos (não tenhamos complexos em afirmá-lo) de um claro desconhecimento jurídico e funcional do organismo/entidade que dirige o Futebol Nacional, ou seja, o Futebol Federado, que é a Federação de Futebol da Guiné-Bissau, bem como, a sua relação e representatividade face ao organismo maior a nível do Futebol Mundial, aquele que regula e decide através dos seus mecanismos, normas e estruturas próprias, tudo o que diz respeito ao Futebol Mundial, a FIFA!

Espero que o caso do Gana que aqui reportamos sirva de material para a elucidação de todos perante situações que se criaram relativamente à nossa Selecção de Futebol e à nossa Federação de Futebol e que proporcionaram o levantamento de diversas questões, no intuito de sabermos de facto, do que estamos a tratar e como lidar com o assunto.

Espero também que passemos todos a ter uma postura de respeito e de consideração pelo questionamento, que não é sinónimo de confrontação ou oposição, mas que é das melhores formas de chegarmos a conclusões, de obtermos respostas sustentadas por evidências, por factos!

Obrigado.

Vamos continuar a trabalhar!

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