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Ana Vaz

    
    
    
    
    Julgava ser tempo 
    certo. Hora de romper com o passado, hora de firmar a soberania do meu povo, 
    de começar a construir uma nação!
    
    
    Tinha quase a 
    certeza que o meu povo encontrara o seu caminho, que finalmente tinha ganho 
    a consciência do seu valor, do seu poder sobre aqueles que o aprisionavam, 
    sobre aqueles que o tinha como refém, como arena de disputa de poderes.
    
    
    Mas os 
    espantalhos do passado voltaram, e o meu povo…
    O meu povo, esse, 
    encolheu-se no silêncio da derrota.
    A sua voz, aquela 
    que em tempos gritou altiva pela independência, aquela que eu queria agora 
    ouvir, calou-se ante os disparates e ruídos dos que andam impunes pelas 
    ruelas do meu país.
    
    
    Aquele que semeou 
    a desgraça e a morte, aparece como um espectro, de mãos ensanguentadas, 
    pedindo perdão.
    E o povo perdoa 
    prostrado!
    
    
    Aquele que nos 
    cobriu de vergonha, atropelando toda a dignidade que nos restava, auto 
    proclamou-se definitivamente insano.
    
    
    E o povo, que 
    carrega consigo todo um futuro, anda como morto-vivo nos trilhos que o levam 
    à loucura.
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO