E AGORA?

 

 

M’bana N’tchigna *

mbatchi@yahoo.com.br

20.03.2013

M´bana N´tchigna

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal Paulo Portas afirmou no conselho de ministros extraordinário da CPLP seguinte

“...representação da Guiné-Bissau na cimeira de Maputo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "deve ser assegurada pelas autoridades que derivam do voto popular".  http://makaangola.org/ António Aly Silva  18:35 

A CEDEAO provou ser uma ilusão

Afirmação acima por PAULO PORTA se referia ao

Caros guineenses a nossa terra não é mais uma província ultramarina como foi no governo colonial. Nomeadamente no governo de Salazar.

Repito o que já foi dito por vários comentários dos guineenses que já li. Hoje somos nação independente e livre para aderir ou não qualquer organização a nível internacional e sub-regional. Não devemos admitir que . A não ser que tragam algo que venha a contribuir como “povos irmãos” para melhoria da Guiné Bissau. Mas a declaração de ministro não ultrapassa de intenção com interesse de trazer de volta o neo-colonialismo e Carlos Gomes Junior para que através do mesmo, possam apoderar dos recursos naturais da nossa Guiné Bissau.

Nós guineenses devemos entender que os recursos naturais  dentro do nosso território foram, são e serão para sempre nossos. Infelizmente esses recursos foram explorados pelo Portugal durante V séculos e 27 anos como bem entendiam. Ou seja, de 1446 até 1973 o nosso progresso em todo sentido, foi parado pelo Portugal. Era tempo em que guineenses não eram dados direito a questionar nada ao Portugal.

Mas hoje guineenses tem direito a questionar e a reclamar pelo seu direito, destino e interesse nacional. Tanto dentro da Guiné bem como os que estão espalhados por mundo a fora. Estamos cientes do que alguns países integrantes de CPLP desejam impor em Guiné Bissau o sistema e regimes que lhes interessa. Esses países não têm vontade política em ajudar Guiné Bissau a alcançar entendimento entre si.

Se o senhor é ministro de Portugal; país a que faz parte de CPLP, poderíamos lhe considerar ministro da causa angolana, portuguesa, moçambicana, timorense, caboverdiana e guineense. Devendo assim, lutar para qualquer problema numa dessas nações, ser solucionado cautelosamente dentro de dialogo. Mas nunca fazer afirmação tendenciosa que prejudique entendimento entre partes envolvidas.

...representação da Guiné-Bissau na cimeira de Maputo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "deve ser assegurada pelas autoridades que derivam do voto popular".  http://makaangola.org/ António Aly Silva  18:35 

Entende se que existe a legislação maliciosa contra a Guiné Bissau mesmo sabendo  o que Carlos Gomes Jr. e tropas angolanas pretendiam que gerou conflito do dia 12 de Abril. Por que o povo guineense tem que sofrer...? Guineenses, com ou sem CPLP, a Guiné Bissau é a nossa terra.

Não aceitamos a manipulação como tem sido infelizmente de alguns dos filhos da nossa terra, que já estão do lado do neo-colonialista. Saibam que existem ainda muitos guineenses que sabem que o nosso destino não depende de Portugal, de Angola e nem de Cabo Verde. Raimundo Pereira, Carlos Gomes Junior, e seus ministros, não podem ser os únicos filhos da Guiné Bissau que só através dos mesmos alcançaremos progresso e entendimento. Senhor Paulo Porto e CPLP; será que deve se ignorar todos os rumores e agora com depoimento dos que falam claramente de assassinatos que ocorreram no governo de Carlos Gomes Junior que ele está envolvido..?

Devemos entender que em parte, a situação que Guiné Bissau passa hoje é fruto de injustiça que há séculos foi produzido pelo então governo de Portugal em Guiné Bissau. Não se limitava a levar todo recurso da Guiné Bissau que podiam ao metrópole, Lisboa. Desestruturaram o nosso país com o incentivo da impunidade e estímulo ao ódio tribal para melhor explorar. E esse mal persiste até hoje. Deve se responsabilizar ao governo Portugal pelo que a Guiné Bissau vive hoje.

Tudo indica que ainda existe a intenção de implantar novamente o sistema. Porque só pode ser entendido que quanto mais Guiné Bissau mergulhar na instabilidade, ficando mais debilitado, mais fácil a será manipulados os que acreditam que só Portugal pode nos salvar. Porém é uma falsidade que o tempo revelou. Se Portugal não construiu Guiné Bissau durante V séculos e 27 anos que o explorou, vai construir alguma coisa hoje? Guineense, não se iludam! Colocar Raimundo Pereira e Carlos Gomes Junior no governo de país para abrir porta a Portugal com finalidade de explorar petróleo, porto de Búba, bauxita, pesca fosfato etc., por exemplo, é tudo o que Portugal quer. Ou seja, implantar um governo de modelo português como acontece em Angola para sugar diamante, oro e petróleo. PAULO PORTAS; estamos de olhos abertos. Isso nunca vai acontecer em Guiné Bissau.

Não entendam que, por sermos apenas país de 1.515.000 de habitantes e de 36.125km2, significa que somos província de Portugal, muito menos de Angola ou de Cabo Verde ainda. Respeitem os guineenses. Saibam que é um país soberano. Livre para seguir o seu destino. Ajudem-nos sim, mas não nos explorem. Carlos Gomes Júnior nunca mais no cenário político da Guiné Bissau.

M’bana N’tchigna

* Licenciado em Filosofia e em Teologia

 

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