SONHANDO COM O SONHO DO PRIMEIRO-MINISTRO/PRESIDENTE

 

Carlos Gomes da Silva

Carlos_DaSilva@pch.gc.ca

04.11.2009

Ontem à noite, sonhei ter ouvido o Primeiro-Ministro / Presidente (fictício) dizer que, doravante,  a Guiné passa a ser um sonho único, um pensamento constante e inseparável de todos os guineenses. Da memória desse meu sonho, eis o registo do que ele disse:

 

"Meus caros companheiros e compatriotas, tal como vocês, estou preocupado.  Tal como vocês, ouço alegações de corrupção, de injustiça e inflação dos preços e na concessão de contratos públicos. Tal como vocês, ouço dizer que o crime organizado subiu-nos até ao pescoço e que se intimida gente honesta, que se serve  dos malfeitores para branquear dinheiro sujo.  

 

Aqui e no resto do país, vejo representantes eleitos pelos seus constituintes, esses mesmos, a obterem prendas, presentes das mesmas firmas e companhias a quem eles concederam grandes contratos durante anos!

Tal como vocês, noto que os bilhões em fundos públicos  (o dinheiro que vocês ganham com  o suor do vosso trabalho) foram e arriscam uma vez mais a ser desperdiçados.

 

Estou  mergulhado no percurso da continuidade  da obra de Amilcar Cabral. A minha devoção completa e incondicional ao nosso povo faz-me ver de que forma e até que ponto a actual classe política nos decepciona.

 

Na verdade, conheço e bem a Guiné e os guineenses!

 

Agora, quero que todos vocês entendam o seguinte: como primeiro-ministro/Presidente zelador do nosso bem comum, não me refugiarei atrás de investigações policiais que nunca resultarão, nem atrás do meu ministro de mis informação pública.

 

Defender os interesses superiores da Guiné não será uma fórmula vazia / oca. Quando os problemas se acumularem na nossa Assembleia Nacional, não recuarei um passo sequer, o meu dever é de resolver as crises e não ignorá-las.

 

E digo-vos claramente, que quando existirem casos de corrupção e conflitos de interesse entre privados e o partido, ou esses da oposição, eu pessoalmente passarei o aspirador!

 

Saibam que o vosso primeiro-ministro não é um covarde!

 

 O código civil, a moral e a ética são para respeitar e assim faremos. Mas sei também que nada, absolutamente nada, impõe melhor respeito pela integridade a todos os níveis do Estado que os exemplos dados pelos nossos dirigentes e governantes.

 

Brevemente, assumirei a minha responsabilidade de restabelecer o elo de confiança entre vocês (povo) e os vossos seus representantes eleitos. Minha esperança é que nossa democracia estará em primavera crescente. 

Não tolerarei a deploração do nosso sistema de justiça que tendo em conta os objectivos (um beco sem saída) continua o mesmo depois de 35 anos, em estado de coma. O nosso Supremo Tribunal é como a torre de Pisa.

 

Vou adoptar uma Constituição secular que estabeleça a neutralidade dos órgãos do Estado na administração pública. Garantir nas escolas a mestria do Português escrito e falado.

 

Vou propor ensinar uma segunda língua e reabilitar os cursos de história nacional.

 

Vou favorecer os cuidados de saúde, e o respeito pela dignidade das pessoas vulneráveis. A doença não deve ser mais um objeto de lucro. Vou oferecer  uma educação de qualidade não obstante os salários dos pais.

 

Ah sim, como estadista, não terei medo da minha própria sombra e reivindicarei outra vez o poder para o povo e pelo povo.

 

A oposição oficial será incluída na governação do país, eles tentarão tomar o poder através de eleições de forma democrática e legal. Naturalmente, confrontá-los-ei com unhas e dentes, mas com o devido respeito às pessoas, aos partidos e ideologias, tendo em conta a clareza das suas pretensões.

 

 A Guiné, claro está, terá finalmente como líder um homem transformado pela leitura dos ensinamentos e testemunhos de Amilcar Cabral. Um homem comprometido com os interesses da Guiné e dos guineenses e não com os grupos de interesse…

 

Ao acordar no dia seguinte a este belo sonho, a ideia se evaporou ao ler nas bancas as notícias matinais, de que alguém ao serviço dos patrões do partido deste país e do povo, maltratou os pobres na metrópole, o despertar foi brutal...

 

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