18.06.2014

Querido Casimiro,

O problema da justiça, que você considera para o futuro da Guiné, é muito importante. Aqui está a minha idéia.
A mudança não pode acontecer sem justiça. A impunidade não pode ser aceite. Mas aqui há um risco: as coisas poderiam parar. Facilmente a justiça humana aparece como uma vingança. E isso levanta novo ódio e novas injustiças. A injustiça pode ser limpa só com o perdão. É o perdão que elimina o ódio. Mas isso pressupõe alguém capaz de suportar mais do que outro o mal que sofreu. E isso é humilhante, mesmo ofensivo, para as pessoas afetadas em sua família. Esta humilhação só pode ser superada se o Estado é visto como um bem maior do sofrimento que alguém suportou. É preciso um coração, uma moral e uma ética que só Deus pode dar. E só os cristãos têm uma moralidade que os  leva a amar todos, até os inimigos.
Mas mesmo uma consideração apenas humana poderia obter o perdão. Quem faz o mal, ele nunca o faz sem a ajuda de alguns outros. No caso da Guiné a verdadeira culpa pelo que aconteceu nela também se encontra fora da Guiné. Portanto, você nao pode enfurecer com aqueles que apenas são perpetradores de manobras concebidas e elaboradas no exterior. Você poderia evolver os guineenses acusados, a participarem em atividades especiais para o novo começo da Guiné.