8.09.2010 
            
 Abordar 
a situação da Vigilância Sanitária na Guiné torna-se muito complexo, dada a 
inoperância ou descumprimento do seu papel preponderante na promoção e prevenção 
das doenças e possíveis complicações, que simplesmente poderiam ser sanadas, 
caso a entidade competente cumprisse com as suas atribuições.
Abordar 
a situação da Vigilância Sanitária na Guiné torna-se muito complexo, dada a 
inoperância ou descumprimento do seu papel preponderante na promoção e prevenção 
das doenças e possíveis complicações, que simplesmente poderiam ser sanadas, 
caso a entidade competente cumprisse com as suas atribuições.
	
	 
	
	Entendo pouco ou nada sobre 
	a estruturação do sistema de saúde guineense, mas neste momento, é o que 
	menos importa. É sabido que na maioria dos países do mundo, a vigilância 
	sanitária desempenha um papel crucial na fiscalização de ações que trazem 
	riscos à população, principalmente no que diz respeito ao saneamento básico; 
	melhor: podemos caracterizar  a Vigilância Sanitária como um conjunto de 
	ações capazes de sanar, amenizar ou prevenir os riscos à saúde e intervir, 
	sempre que  necessário, na resolução dos problemas sanitários decorrentes do 
	meio ambiente, da produção e circulação de bens materiais, assim como 
	intervir na prestação de  serviços de interesse da saúde pública, o que 
	abrange o controle de bens de consumo que de forma direta ou indireta estão 
	relacionados com a saúde da população.
	
	 
	
	O principal teor desta 
	reflexão, consiste em analisar a ineficiência da vigilância sanitária  e o 
	seu impacto negativo no combate aos problemas básicos de saúde pública 
	guineense. Primeiro, vamos começar a analisar a forma como as frutas são 
	comercializadas no maior mercado do país (mercado de Bandim); Duvido muito 
	se existe um Guineense , que vive em Bissau, que não sabe como funciona o 
	mercado de Bandim e outros mercados que existem no país; como são 
	comercializados mangas, cajus, bananas etc.. Isso demonstra, mais uma vez 
	que os inúmeros problemas que afetam a Guiné Bissau não resultam da falta 
	de  indivíduos capazes, mas sim da falta de vontade dos nossos governantes e 
	gestores e da falta de conscientização da sociedade civil.
	
	 
	
	Quais foram as medidas 
	acionadas pela Vigilância Sanitária em conjunto com a Câmara Municipal, com 
	vista a pôr fim a essa pratica vergonhosa?
	
	 
	
	Um outro assunto muito 
	preocupante, pensando numa alimentação saudável baseada na boa higiene, são 
	os restaurantes e bares e a forma como são comercializadas comidas e 
	bebidas  nesses lugares, sem nenhum tipo de fiscalização pela vigilância 
	sanitária. Se fomos analisar, dos bares e restaurantes que existem no país, 
	95% funciona em condições precárias, sem fiscalização e com instalações 
	inadequadas. Onde está a Vigilância Sanitária, órgão que representa o 
	Ministério da Saúde no que diz respeito à matéria em questão?
	
	 
	
	Onde estão: a Câmara 
	Municipal, o Ministério das obras Públicas etc.?
	
	 
	
	Um dos aspectos  que deixa 
	muito a desejar, são as comidas comercializadas dentro do mercado de Bandim; 
	Do ponto de vista sanitário, aliás não é preciso ser especialista na matéria 
	para se perceber que  não existem mínimas condições para essa prática, 
	independentemente de ser um lugar tumultuado que carece de condições de 
	higiene, o que de certo modo acaba contribuindo de forma significativa  na 
	propagação das doenças ou dos agente causadores das doenças, entre as quais  
	a cólera que ceifa a vida a centenas de pessoas todos os anos.
	
	 
	
	Na qualidade de guineense e 
	profissional da área da saúde, preocupado com a saúde dos guineense, 
	gostaria de solicitar a Vigilância Sanitária, como órgão representante do 
	Ministério da Saúde, em conjunto com a Câmara Municipal, que accionem 
	medidas que  regulamentem o funcionamento de restaurantes e outros lugares 
	de alimentação pública, como forma de promoção e prevenção da saúde, 
	partindo do pressuposto de que é mais fácil e menos custoso investir na 
	prevenção  do que investir no tratamento.
	
	 
	
	Sabemos como estão 
	fragilizadas as nossas instituições de saúde, facto que convida cada 
	guineense a tomar medidas necessárias, como forma de evitar possíveis 
	enfermidades, partindo do principio de que não existe uma politica nacional 
	de saúde que vá de encontro às necessidades das populações. 
	
	
	 
	
	Analisando a precariedade  
	da saúde  na Guiné, podemos tirar ilação de que isso se deve à falta de 
	comprometimento dos nossos governantes com a saúde publica, pelos seguintes 
	motivos:
	
	 
	
	            
	1- Quando os nossos   governantes sofrem de uma simples 
	cefaleia (dor de cabeça), lá vão eles correndo para o estrangeiro  para 
	receber umas 40 gotas de dipirona, como se na Guiné não existissem médicos. 
	Nesta circunstância, como fica a maioria de população que não tem nem sequer 
	100 XOF para custear a passagem de camioneta (famoso tóka-tóka) para o 
	hospital Simão Mendes?
	
	 
	
	            
	2- Se os nossos  governantes nunca 
	deram prioridade à saúde, aí vem a pergunta: como almejar o desenvolvimento 
	de um país, sem levar em consideração um dos principais indicadores  de 
	desenvolvimento de um país?
	
	 
	
	            
	3- Mulheres desses governantes vão dar 
	à luz no estrangeiro, porque sabem as condições precárias em que estão os 
	nossos hospitais.  É bom que fique  claro que a falta de atendimento 
	condigno não se deve simplesmente à falta de qualificação profissional, mas 
	sim, a uma gama de factores, tais  como, falta de meios e materiais para que 
	esses profissionais exerçam  as suas profissões  adequadamente.
	
	 
	
	Na área da saúde, podemos 
	possuir conhecimentos técnicos e científicos, mas quando não possuímos meios 
	e materiais, ficamos muito limitados em atender as necessidades dos 
	pacientes, razão pela  qual devemos agradecer aos profissionais de saúde que 
	atuam na Guiné, pois, exercer a medicina, e a enfermagem na Guiné exige 
	muita coragem, determinação, criatividade e perseverança.
	
	 
	
	Apelo ao Ministério da Saúde 
	que dê um balão de oxigênio à população guineense.
	
	 
	
	Apelo à Sociedade Civil para 
	que cobre o que lhe  é devido, porque não podemos cobrar dos profissionais 
	de saúde a prestação dos cuidados adequados sem cobrar do governo a criação 
	de condições mínimas para que esses profissionais passem a exercer a 
	profissão com eficiência.
	
	 
	
	É chegada a hora de a 
	Sociedade Civil deixar de emitir notas de imprensa depois das desgraças, e 
	promover ações de reivindicação pacífica em relação aos diversos problemas 
	que afetam a sociedade guineense.
	
	 
	
	Chegou a hora de mostrar ao 
	mundo que não só sabemos fazer a guerra, mas sim existem Guineenses 
	comprometidos com o desenvolvimento do país, sem derramamento de sangue.
	 
	
	Vamos continuar meditando 
	nos problemas que afetam a nossa querida pátria.