RECONHEÇO QUE MUITO POUCO CONSEGUIMOS TRANSMITIR ATÉ AQUI...(1)

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

15.02.2009

Cada vez mais, vejo  razões para adiar a institucionalização deste Projecto, não por falta de argumentos ou horizontes, mas por constatar que ainda há muito para explicar sobre a sua essência, antes desse importante e decisivo passo.

Este Projecto nasceu de uma iniciativa  pessoal, convertendo-se numa comunidade virtual de guineenses e amigos da Guiné-Bissau no decurso do seu percurso evolutivo, mas convém salvaguardar e sei que muitos ainda não perceberam que assim é, que o Projecto continua a ter uma orientação pessoal.

Isto quer dizer que, depois de 2 propostas publicamente apresentadas aqui no nosso site no sentido de todos se pronunciarem sobre uma possível institucionalização do Projecto, propostas essas que resultaram em 5 respostas apenas, nada mudou na sua orientação e como tal, continuo a ser o seu principal responsável!

Nestas últimas semanas marcadas por divergências de pontos de vista entre colaboradores, estendendo-se aos leitores, pude tirar uma importante ilação que aliás, é característica bem vincada na forma de ser dos guineenses; característica que peca pelo seu efeito negativo numa questão de princípios.

Antes de abordar esse ponto quero dizer que ninguém pode gostar mais, querer mais, comprometer-se mais com este Projecto, do que eu!

Ninguém pode sentir-se mais lesado (numa referência a desgaste de imagem) do que eu, que tenho sido insultado de todas as formas, assim como a minha família, sem esquecer as diversas ameaças que tenho recebido ao longo destes anos!

Carrego o Projecto às costas! Levanto-me com ele,  levo-o para onde quer que vá, volto com ele para casa e deito-me com ele!

Quem pode conhecê-lo melhor do que eu?

Quem pode dizer-me que o objectivo do Projecto é este ou aquele, ou que a nossa luta é esta ou aquela?

Quem pode interpretar melhor do que eu as palavras de ordem que não pedi emprestadas a ninguém (são da minha autoria) e que estão expostas na página principal do www.didinho.org ?

Pela Guiné-Bissau e pelos guineenses, através deste Projecto, tenho vindo a sacrificar a minha vida familiar ao longo destes quase 6 anos!

Sobre a ilação que tirei das divergências das últimas semanas, confesso que esperava uma postura mais correcta dos que se pronunciaram sobre as discussões havidas.

Como podemos reclamar pela Justiça se somos avessos à responsabilização das pessoas?

Como podemos corrigir algum erro se receamos ficar mal vistos por uma das partes de uma divergência, não atribuindo culpa a quem a tem ou razão a quem a tem?

E perante este procedimento cobarde, inconsciente ou conscientemente, continuamos a dar um mau exemplo para o que se pretende em relação à Justiça na Guiné-Bissau!

Como podemos responsabilizar alguém se não conseguimos distinguir numa discussão por exemplo, quem tem culpa e quem tem razão?

Estaremos perante o medo de dizer o que pensamos?

Estaremos conscientes de quem tem culpa e quem tem razão; de quem está certo e de quem está errado, mas porque queremos continuar a ficar de bem com todos, sugerimos apenas que se acabe com a polémica, mesmo sabendo que alguém, provavelmente quem tem razão, estará a ser vítima da nossa falta de princípios?

É desta forma hipócrita que somos honestos, que temos moral, que analisamos e tentamos solucionar divergências?

Será que tomar partido não é uma questão de princípio?

É claro que eu Didinho perante um conflito tento conhecer o caso e tomo partido pelo lado que considero ser o da razão; que considero justo!

Tomar partido do que pensamos ser a razão, do que pensamos ser a verdade, é um acto correcto e a melhor forma de mostrar que somos pessoas com princípios!

Responsabilizar alguém que achamos que não teve uma postura correcta numa determinada situação, é uma forma de ajudar esse alguém a corrigir os seus defeitos, a melhorar a sua forma de relacionamento com outras pessoas.

O que assistimos aqui no site nestas últimas semanas foi tudo menos solidariedade para com quem foi ameaçado, neste caso eu e para com a pessoa que estava comigo aquando da ameaça e que registou por escrito o seu testemunho.

Entre respostas e contra-respostas, pessoas houve que nunca foram capazes de dizer de que lado estava a razão, mesmo com todos os dados de como se iniciou a polémica, preferindo repartir culpas a todos os envolvidos, quando todos sabem como tudo começou...

É assim também que as coisas funcionam na Guiné-Bissau e é por estas e por outras que até hoje, ninguém foi responsabilizado por nada, mesmo sabendo que fulano é culpado disto, beltrano é culpado daquilo e por aí fora...

Como digo, reconheço que pouco conseguimos transmitir até aqui...

Vamos continuar a trabalhar!

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