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QUE O POVO GUINEENSE EXIJA RESPONSABILIDADES A QUEM 
DE DIREITO! 
  
		
			
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										Sobre a situação do 
										ex-chefe do Estado-Maior das Forças 
										Armadas guineense, Zamora Induta, 
										afirmou: 
										“Vamos dar o tratamento político que 
										merece a situação”, sem 
										precisar.  
	
	“Não pode voltar a ser Chefe do Estado-Maior das 
Forças Armadas por não 
ter condições políticas, morais e militares”, disse, sublinhando 
que o ex-Comandante “está 
bem de saúde ao cuidado das 
autoridades do país, mas 
com a liberdade limitada” 
e que já foi substituído pelo antigo 
Vice-Chefe do Estado-Maior, António Indjai. 
										
										
										Malam Bacai Sanhá, Presidente da 
										República da Guiné-Bissau, em 
										declarações ao Jornal de Angola, na 
										recente visita a Angola. |  
  
  
	
Fernando Casimiro
(Didinho) 
 
didinho@sapo.pt 10.04.2010 
 A MENTIRA 
É APENAS UMA VERDADE ADIADA... 
Foram precisos dez (10) dias, para o 
Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, chegar à conclusão de que deveria 
condenar o que aconteceu no passado dia 01 de Abril na Guiné-Bissau! 
Muitas mentiras começam a transformar-se em verdades na 
Guiné-Bissau e é por intermédio dessas verdades que se vão conhecendo, que o 
povo guineense, único dono legítimo do poder, deve posicionar-se de forma firme 
e exigir responsabilidades e responsabilizações a quem de direito. 
Continuamos a ser insultados por todos aqueles que 
minimizando as nossas capacidades de raciocínio, querem fazer-nos crer que está 
tudo bem na Guiné-Bissau e que, os acontecimentos do passado 01 de Abril não 
passaram de simples "incidente". 
Já se falou e se escreveu muito sobre os acontecimentos de 
01 de Abril, mas tudo isso é pouco, face a tudo o que não foi dado a conhecer 
por quem de direito, com base na argumentação de que, para se preservar a boa 
imagem (?) da Guiné-Bissau, as autoridades devem continuar a mentir, omitindo ou 
desvalorizando os factos. 
Hoje 10 de Abril, o Presidente da República, depois de se 
ter ausentado do país num momento extremamente delicado e com diversas questões 
por esclarecer, fez um discurso à Nação, condenando os acontecimentos de 01 de 
Abril e prometendo reestruturação "para breve" da chefia militar. 
Que urgência, que motivos, que razões poderiam ter 
"obrigado" o Presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, eleito 
pelo povo guineense, a ausentar-se do país num momento tão agitado e a proferir 
afirmações incoerentes sobre o que se passa na Guiné-Bissau, durante a sua 
estadia em Angola? 
Serão vários os motivos obviamente, mas destaca-se 
principalmente a necessidade de Angola pretender obter informações e garantias 
sobre os acordos já rubricados com as autoridades da Guiné-Bissau em relação aos 
grandes  investimentos na área mineira e na construção do porto de águas 
profundas de Buba. 
Angola tem fortes investimentos na Guiné-Bissau, tem 
adiantado muito dinheiro às suas autoridades, mas começa a ver ameaçados todos 
esses investimentos, devido à instabilidade na Guiné, mas também, pela manifesta 
desonestidade das autoridades guineenses que negoceiam e selam acordos com um 
parceiro, mas depois, voltam a negociar e a selar acordos com outros parceiros, 
na mesma área de interesse. Vejamos o que se segue: 
1- O jornal 
português "Público" na sua edição de hoje, 10.04.2010, dá a conhecer uma 
interessante notícia que certamente terá chegado antes ao conhecimento das 
autoridades angolanas e que dá conta do seguinte: No meio da grande crise 
político-militar que a Guiné-Bissau está a viver, a "holding" West 
Africa Mining, da Suíça, 
anunciou que as suas prospecções de ouro no norte do país foram positivas.
A licença que o Governo de Carlos Gomes Júnior concedeu ao grupo, em
Junho do ano passado, "cobre 
a exploração de todos os recursos minerais do país",
incluindo bauxite, 
lítio, irídio e diamantes. 
2- O jornal
África Monitor, na sua edição Nº 461, de 08.04.2010, faz 
referência ao seguinte: "
Nas últimas
semanas foram 
assinaladas manifestações de interesse em relação à construção do porto de Buba 
por parte de países como a 
Líbia 
(visita ao local de técnicos 
líbios). O 
interland 
que o porto de Buba pode servir 
é constituído por países de preponderância muçulmana.  
Claro que estas notícias são preocupantes para 
Angola e justificam a chamada de Malam Bacai Sanhá a Angola, qual "empregado" do 
Presidente José Eduardo dos Santos! 
Tomando em consideração as declarações proferidas pelo Presidente Malam Bacai 
Sanhá e referentes aos acontecimentos de 01 de Abril na Guiné-Bissau, aconselho 
o Sr. Presidente da República a ser mais ponderado, a evitar fazer declarações 
sobre o país quando se encontra no estrangeiro, pois demonstra falta de respeito 
e consideração para o povo que o elegeu. 
Se não tinha feito nenhuma comunicação ao país sobre os acontecimentos de 01 de 
Abril, por que razão deu a conhecer aos órgãos de comunicação social angolanos 
aspectos delicados da vida nacional? 
Por que afirmou que
Zamora Induta 
“Não pode voltar a ser Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
por não ter condições políticas, 
morais e militares”
quando todos sabem que está detido e qualquer pessoa, nessa 
circunstância, fica traumatizada? 
Havendo vontade política, havendo reposição da ordem 
constitucional, não merecia Zamora Induta receber tratamento psicológico e ser 
reconduzido nas suas funções? Não seria este o procedimento normal? 
Não teria Zamora Induta direito a manifestar ele próprio, se 
pretende, se é capaz, de retomar as suas funções? 
Se Zamora Induta não tem condições políticas, psicológicas e 
militares para voltar a ser Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, 
será que o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. também tem condições políticas, 
psicológicas e outras mais, para continuar a ser Chefe do Governo, depois de ter 
sido ameaçado de morte pelo Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças 
Armadas, António Indjai e de ter sido acusado pelo mesmo de "matar muita gente"? 
Quais foram os critérios utilizados pelo Sr. Presidente da 
República para avaliar as condições políticas, psicológicas e militares de um e 
de outro, para tomar partido de um e negar o direito a outro? 
Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá... 
Também afirmou em Angola que: "o 
ex-Comandante “está bem 
de saúde ao cuidado das 
autoridades do país, mas 
com a liberdade limitada” 
	 
Ontem, 09.04.2010, viu-se e ouviu-se o Presidente do 
Observatório dos Direitos Humanos, Democracia e Cidadania da Guiné-Bissau, João 
Vaz Mané (depois de uma visita ao quartel de Mansoa onde Zamora Induta se 
encontra detido) afirmar que: Zamora Induta,
está "extremamente 
doente" e detido em "condições péssimas". 
Não foi isso que o Sr. Presidente da República disse aos 
órgãos de comunicação social em Angola... Ou seja, desconhecendo a real situação 
de Zamora Induta, fez declarações infundadas e gratuitas no estrangeiro... 
Ainda mais grave, o Sr. Presidente da República disse à 
comunicação social angolana que Zamora Induta:" 
já foi substituído pelo antigo Vice-Chefe do Estado-Maior, António Indjai." 
Como foi possível dizer uma coisa dessas em Angola, sem 
antes se dirigir ao povo guineense? 
Como dizer uma coisa dessas, quando cabe ao Governo propor 
as chefias militares para que o Presidente da República confirme as nomeações? 
Como foi possível, se nenhum decreto oficial foi emitido, 
promulgado ou vetado? 
Sr. Presidente da República... 
Ao tomar conhecimento da decisão do Departamento de Tesouro 
dos Estados Unidos que acusa o ainda Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, "Papa"
Camara e o ex-Chefe do Estado-Maior da Marinha (será que vai 
reassumir o cargo?), Bubo Na Tchuto, de serem narcotraficantes,
o Sr. Presidente Malam Bacai Sanhá disse: 
 “Somos 
contra o tráfico de droga, estamos a lutar contra o tráfico de droga. Se for 
verdade [a acusação], é grave”. 
Sr. Presidente da República... Os Estados Unidos podem 
demorar a acusar, mas quando o fazem, é sinal de que algo mais pretendem fazer. 
Não recuam nas suas acusações, venha donde vier e de quem vier o desmentido. 
Atenção que, as Nações Unidas, um dia depois dessas acusações anunciaram 
partilhar a visão dos Estados Unidos sobre o assunto... 
Cabe agora às autoridades da Guiné-Bissau interpretar e 
avaliar as acusações e o posicionamento dos Estados Unidos, bem como da ONU. Se 
esses militares continuarem a fazer parte das chefias militares, se não houver 
nenhum inquérito sobre essas acusações, não tenho dúvidas de que os Estados 
Unidos conotarão as principais autoridades da Guiné-Bissau com o narcotráfico e 
aí, tanto pagarão os que estão directamente envolvidos, como os que apenas fazem 
de conta que o narcotráfico é (apenas) um problema da sub-região... 
A propósito de uma peça jornalística sobre o envolvimento do 
actual Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António 
Indjai no narcotráfico,  escrevi há dias o seguinte: 
	
	Sr. Presidente Malam Bacai 
Sanhá, não tenho a sua versão sobre a notícia, mas se realmente for verdade que 
o Sr. Presidente decidiu desmentir o ocorrido no aeroporto de Cufar, afim de 
continuar a preservar a boa imagem da Guiné-Bissau face aos seus parceiros 
internacionais, digo-lhe que agiu muito mal e pôs em causa toda a sua 
credibilidade e, por assim dizer, a credibilidade do próprio Estado! 
Se o Sr. Presidente realmente desmentiu o ocorrido, alegando 
preservar a boa imagem do país, ninguém voltará a acreditar que o Sr. Presidente 
está determinado a combater o narcotráfico... É caso para perguntar: quem 
aconselhou o Sr. Presidente a preferir a mentira, quando a verdade nunca esteve 
tão perto na Guiné-Bissau?  
	
	 
		
			
				| "(...) Através da Inteligência militar, o Presidente, primeiro-ministro e o 
Procurador-Geral da Republica, são informados do sucedido, 
mas Malam Bacai Sanha opta por desmentir 
o ocorrido em Cufar a fim de continuar a preservar a «boa imagem da 
Guiné-Bissau» face aos seus parceiros internacionais. Mesmo assim, a 03 de Março, é constituída uma 
							comissão pelos Serviços de Informações de Estado com 
							a missão apurar os pormenores da questão do «avião 
							em Cufar» e apurarem o envolvimento de «altas 
							hierarquias militares», entre os quais António 
							Indjai que acabou por reconhecer a sua 
							responsabilidade directa da operação de narcotráfico 
							em Cufar."  OS 
		MESMOS ERROS DE SEMPRE... 03.04.2010 |    
Ao Sr. Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. 
e sobre o seu posicionamento em relação às acusações dos Estados Unidos devo-lhe 
recordar que, sendo Primeiro-ministro e 
conhecedor 
de toda a podridão da Guiné-Bissau, nunca ajudou a descobrir as verdades sobre o 
que tem acontecido ao longo dos anos na Guiné-Bissau, precisamente 
porque é parte dessa podridão! 
Há muito
que o Sr. 
Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. 
sabe e de fonte segura, 
do envolvimento destes 2 chefes militares guineenses e outros, no narcotráfico, 
ou não é assim, Sr. Primeiro-ministro?! 
Questiona o Sr. 
Primeiro-ministro:" 
	
	Qual é a 
segurança que o Departamento de Estado (dos EUA), ao fazer esta publicidade, dá 
às autoridades deste país?" 
Bem, o Sr. 
Primeiro-ministro levantou uma séria e importante questão, mas que serve para 
questionar outras realidades da Guiné-Bissau. 
1- Se acusações graves implicam 
segurança, então, quem se atreveria a proferir acusações sobre as matanças de 1 
e 2 de Março de 2009? 
2- Se acusações graves implicam segurança, então 
quem se atreveria alguma vez a acusar um narcotraficante na Guiné-Bissau? 
Ou seja, mesmo conhecendo os factos, as autoridades da Guiné-Bissau, por 
elas próprias omitirão sempre  esses factos, bloqueando a acção da Justiça, 
promovendo crimes, entre assassinatos, corrupção e narcotráfico. 
Quer uma 
força militar americana na Guiné-Bissau antes de se fazerem acusações, Sr. 
Primeiro-ministro? 
Solicite-a! 
 
		
			
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					PM da Guiné-Bissau diz que «mediatização de 
					problemas» não ajuda o país 
  
					Por Redacção
 O primeiro-ministro (PM) guineense, Carlos Gomes Júnior, 
					afirmou, esta sexta-feira, que «a mediatização de problemas 
					sigilosos» não é boa para o país e poderá mesmo ter 
					«consequências nefastas».
 
 Gomes Júnior referia-se às sanções recentemente impostas 
					pelos EUA a dois oficiais guineenses, por alegado 
					envolvimento no tráfico de droga.
 
 «A troca de correspondência não pode ser mediatizada, sendo 
					mediatizada isso pode ter consequências nefastas.
					Qual é a 
					segurança que o Departamento de Estado (dos EUA), ao fazer 
					esta publicidade, dá às autoridades deste país?», 
					questionou, aos microfones da Rádio Jovem.
 Fonte: A Bola |  Também gostaria de questionar o Sr. 
		Primeiro-ministro sobre a grave acusação proferida pelo Vice-Chefe do 
		Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, 
		contra a sua pessoa: " O Cadogo é um 
		assassino, matou muita gente!" O que tem a dizer o Sr. 
		Primeiro-ministro sobre esta acusação? Uma outra questão Sr. Primeiro-ministro: 
O jornal português "Público" na sua edição de hoje, 
10.04.2010, dá a conhecer uma interessante notícia que certamente terá chegado 
antes ao conhecimento das autoridades angolanas e que dá conta do seguinte: No 
meio da grande crise político-militar que a Guiné-Bissau está a viver, a 
"holding" West Africa Mining, da
Suíça, anunciou 
que as suas prospecções de ouro no norte do país foram positivas. A 
licença que o Governo de Carlos Gomes Júnior concedeu ao grupo, em
Junho do ano passado, "cobre 
a exploração de todos os recursos minerais do país",
incluindo bauxite, 
lítio, irídio e diamantes. 
Ou seja, em Junho de 2009, em plena campanha eleitoral para 
as presidenciais antecipadas, o Sr. Primeiro-ministro, que até estava e está a 
par do acordo assinado com Angola relativamente à exploração de bauxite, afinal, 
também resolveu negociar com os suíços, garantindo-lhes a 
a exploração de todos os recursos minerais do país",
incluindo bauxite, 
lítio, irídio e diamantes. 
Sr. Primeiro-ministro, a 
pouco e pouco quem não o conhece ou finge desconhecer vai ficando a saber do que 
o Sr. é capaz... Foi sempre assim, de negociata em negociata, através de actos 
desonestos e ilícitos, que o Sr. conseguiu ter hoje o império que tem. 
Infelizmente há quem ache 
graça às suas propagandas, idolatrando-o, quando o Sr. ao invés de defender os 
interesses da Guiné-Bissau, como Primeiro-ministro, tem estado a servir-se desse 
cargo para agir como empresário e enriquecer-se cada vez mais com as negociatas 
que tem feito! 
Ainda bem que a mediatização 
do que quer que seja não passa pelas suas empresas nem pela sua área de 
influência político-partidária, Sr. Cadogo! 
		
			
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												Anúncio de 
												"holding" suíça 
												Está prestes 
												a arrancar exploração de ouro no 
												norte da Guiné-Bissau 
												
												09.04.2010 - 
												19:20    
									
										
											
												
													
														No 
														meio da grande crise 
														político-militar que a 
														Guiné-Bissau está a 
														viver, a "holding" West 
														Africa Mining, da Suíça, 
														anunciou que que as suas 
														prospecções de ouro no 
														norte do país foram 
														positivas. A licença que o Governo 
								de Carlos Gomes Júnior concedeu ao grupo, em 
								Junho do ano passado, “cobre a exploração de 
								todos os recursos minerais do país”, incluindo 
								bauxite, lítio, irídio e diamantes.
 Enquanto o ouro parece ser uma certeza no norte, 
								a bauxite vai ser explorada na região do Boé, no 
								Sueste, em cujas colinas a independência 
								guineense foi unilateralmente proclamada em 24 
								de Setembro de 1973.
 
 A investigação aurífera decorreu em 46 áreas com 
								anomalias geofísicas. As análises da amostras 
								“revelaram ser consistentemente positivas quanto 
								à sua proporção de ouro”, afirma o comunicado 
								ontem distribuído pela "holding" de Untermüli, 
								no cantão de Zug, na Suíça de língua alemã.
 
 Dados os resultados prometedores, a Westafrica 
								Mineral Mining Ltd “decidiu apressar o 
								processo”. Com base nas recomendações feitas por 
								geólogos, a empresa “vai começar imediatamente 
								um programa de extracção, de acordo com os 
								padrões internacionais”.
 
 A empresa M-Consult, do Mali, gerida pelo 
								geólogo Ahmed El Madani Diallo, que foi 
								candidato às presidenciais de 2002, está já 
								contratada para concretizar a exploração 
								aurífera no norte da Guiné-Bissau. Do trabalho 
								até agora efectuado, conclui-se que o potencial 
								de extracção de ouro é particularmente forte a 
								leste de Canquelifa (já perto da fronteira com a 
								República da Guiné) e entre essa localidade e 
								Paunca (nas proximidades da fronteira com o 
								Senegal).
 
 As reservas senegalesas de ouro estão avaliadas 
								em 60 toneladas, incluindo 30 toneladas de ouro 
								aproveitável com fins industriais. E na 
								República da Guiné (Conacri) a bauxite é a 
								principal produção mineira, pelo que desde há 
								décadas se admite que também a Guiné-Bissau virá 
								um dia a explorar esse produto.
 Fonte: Público 
				
				http://www.publico.pt/Mundo/esta-prestes-a-arrancar-exploracao-de-ouro-no-norte-da-guinebissau_1431531 |  
  
		
			
				| Militares da Guiné-Bissau 
				são formados em Angola 
					
						
							
								
									
										
										Angola vai formar, 
										em breve, quadros para as forças 
										militares de defesa e segurança da 
										Guiné-Bissau. O Presidente guineense, 
										Malam Bacai Sanhá, afirmou, ontem, em 
										Luanda, no final de uma visita de cerca 
										de 24 horas, que conseguiu garantias de 
										apoio neste domínio. 
										
										
										A Guiné-Bissau quer a ajuda de Angola 
										para treinar e formar quadros militares 
										em função da experiência angolana neste 
										domínio. A Guiné-Bissau 
										tem sofrido convulsões militares e 
										políticas nos últimos anos, uma das 
										quais resultou na morte do Presidente 
										“Nino” Vieira.  
										
										Malam Bacai Sanhá disse, à imprensa, no 
										Aeroporto Internacional de Luanda “4 de 
										Fevereiro”, momentos antes de deixar 
										Angola, que o programa de treinamento 
										deve começar “o mais rápido quanto 
										possível”, embora ainda não haja um 
										programa. 
										Ontem, Malam Bacai 
										Sanhá reuniu-se, em privado, com o 
										Presidente da República, José Eduardo 
										dos Santos, no Palácio Presidencial da 
										Cidade Alta, onde almoçou, deixando a 
										seguir Angola de regresso a 
										Guiné-Bissau. O Chefe de Estado guineense afirmou que 
										conseguiu, durante a curta visita, apoio 
										político, diplomático, económico e 
										financeiro de Angola.
 O encontro entre os dois estadistas 
										resultou em reforço das relações de 
										amizade e de cooperação existente, que 
										disse o Presidente guineense, são 
										“históricas e boas”.
 
										
										
										Malam Bacai Sanhá afirmou que recebeu do 
										Presidente da República, José Eduardo 
										dos Santos, os “melhores conselhos 
										possíveis”. “Vamos utilizá-los para o melhor para a 
										Guiné-Bissau”, salientou.
 
										Quanto à situação 
										política na Guiné-Bissau, Malam Bacai 
										Sanhá garantiu que é calma e que as 
										instituições do Estado estão em 
										funcionamento.A Guiné-Bissau pediu a Angola ajuda para 
										mobilizar recursos para o 
										desenvolvimento.
 
 Nunca temo pela minha vida
 
 O Presidente da Guiné-Bissau, Malam 
										Bacai Sanhá, afirmou, ontem, que não 
										teme pela vida, mesmo com as sucessivas 
										convulsões políticas e militares no 
										país.
 
										 “A minha vida 
										oferecia-a em 1962, quando entrei para a 
										luta de libertação nacional. Estou para 
										pagar a dívida ao povo guineense”, 
										disse. 
										
										
										Malam Bacai Sanhá negou que a sua 
										relação com o Primeiro-Ministro, Carlos 
										Gomes Júnior, esteja envolta de 
										crispação. Essas notícias, frisou, são 
										especulação da imprensa. 
										Apesar da situação 
										política que se vive nos últimos tempos, 
										o Presidente guineense afirmou que a 
										Guiné-Bissau vai avançar. 
										Sobre a situação do 
										ex-chefe do Estado-Maior das Forças 
										Armadas guineense, Zamora Induta, 
										afirmou: 
										“Vamos dar o tratamento político que 
										merece a situação”, sem 
										precisar.  
										“Não pode 
										voltar a ser Chefe do Estado-Maior das 
										Forças Armadas
										
										por não ter condições políticas, 
										morais e militares”, 
										disse, sublinhando que
										
										o ex-Comandante “está 
										bem de saúde 
										ao cuidado das autoridades do país, 
										mas com a liberdade limitada”
										
										
										e que já foi substituído pelo antigo 
										Vice-Chefe do Estado-Maior, António 
										Indjai. 
										Em relação 
										ao narcotráfico na Guiné-Bissau,
										
										Malam Bacai Sanhá lembrou que 
										não é um problema do país, mas da 
										sub-região em que está inserido.“Temos parcos recursos para lutar 
										contra o narcotráfico, mas estamos a 
										trabalhar para minimizar o mal”, disse.
 Fonte: Jornal de Angola, 09.04.2010 
				
				http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/militares_da_guine-bissau_sao_formados_em_angola |  
  
		
			
				| 
				Malam Bacai Sanhá veio a Luanda 
				dizer que “está tudo bem” 
				
				Alguém acreditou nele? O Presidente da 
				Guiné-Bissau esteve ontem em Luanda para abordar com o seu 
				homólogo angolano a situação de instabilidade que se regista no 
				seu país, sobretudo desde o passado dia 1, dia em que os 
				militares saíram mais uma vez à rua para imporem os seus 
				ditames. Malam Bacai Sanhá procurou mostrar-se tranquilo, 
				passando a mensagem que está tudo bem em Bissau e o que se 
				passou há uma semana foi um “incidente”.
				Só que em Luanda 
				ninguém terá acreditado na conversa e, muito provavelmente, foi 
				este cepticismo que ouviu de José Eduardo dos Santos. É que as relações entre Angola e a Guiné-Bissau 
				não são apenas ditadas pelo passado histórico das lutas de 
				libertação conduzidas pelo MPLA e o PAIGC. Depois de anos de 
				letargia, a cooperação entre as duas partes estende-se agora a 
				avultados investimentos na exploração mineral. A própria 
				embaixada de Angola em Bissau, a última a ser aberta nos PALOP, 
				recebeu como primeiro embaixador, e único até à data, um amigo 
				da adolescência de José Eduardo dos Santos. Brito Sozinho, 
				diplomata de carreira que já passou pela Nigéria e a Tanzânia, 
				fugiu juntamente com JES, em 1962, para então Congo-Leopoldville 
				(hoje RD Congo), para se juntar ao MPLA ali instalado. 
				Em 13 de Setembro de 2007, o então ministro das Obras Públicas, 
				Higino Carneiro, assinou em Bissau, com o titular dos Recursos 
				Naturais guineense, Soares Sambu, um acordo para exploração de 
				bauxite na região de Boé (sudeste da Guiné-Bissau e próximo da 
				fronteira com a Guiné-Conacri). A concessão foi entregue à empresa Bauxite 
				Angola que, para o feito, criou uma subsidiária local, a
				Sociedade 
				Mineira do Boé, ficando com 70% do capital e 
				dispersando o restante por empresários angolanos (20%) e pelo
				Estado guineense 
				(10%). 
				Para além da exploração mineral, a Bauxite Angola 
				comprometeu-se, entre outros investimentos sociais e económicos, 
				construir um porto de águas profundas, em Buba (19 metros de 
				calado e capacidade para operar em simultâneo três navios com 
				capacidade até 70 mil toneladas) e que deveria estar concluído 
				antes do final de 2012. No total, seriam despendidos pelos angolanos 
				cerca de 321 
				milhões de dólares, o que tornava este ambicioso projecto no 
				maior investimento produtivo de Angola fora de portas. Paralelamente a isto,
				a Sonangol 
				começou a ser vista como potencial participante na prospecção de 
				petróleo no off-shore da Guiné-Bissau e acordos para a 
				exploração de fosfatos e produção de cajú. 
				Com Nino Vieira na Presidência da República e o PAIGC liderado 
				por Carlos Gomes Júnior no poder em Bissau, as coisas pareciam 
				correr “às mil maravilhas” para Luanda. Por isso, não foi de 
				estranhar que em Janeiro do ano passado, o chefe do Governo 
				guineense (é o primeiro-ministro) viesse à capital angolana e 
				saísse de cá com um acordo para a abertura de uma linha de 
				crédito a Bissau. Só que a 1 de Março de 2009 tudo se alterou. Num espaço de 24 horas foram assassinados o 
				Presidente João Bernardo Vieira (Nino) e o chefe do Estado-Maior 
				das Forças Armadas, Tagmé Na Wayé, o primeiro morto a golpes de 
				catana e o segundo num atentado bombista. 
				Foi o regresso à instabilidade em Bissau e 
				o retomar dos receios em Angola. É que 321 milhões de dólares 
				investidos num país da dimensão da Guiné-Bissau é um valor 
				demasiado elevado para ser gasto sem que haja sossego para os 
				investidores. De lá para cá, todas as intenções angolanas de 
				apoiar os seus “irmãos” guineenses foram postas em 
				“banho-maria”. ANTÓNIO FREITAS Fonte: Novo Jornal - Edição Nº 116, 09.04.2010 - 
				Primeiro Caderno |  
  
		
			
				| 
				Guiné-Bissau, um ciclo 
				vicioso  Já é rotina: 
				periodicamente um militar arregimenta os colegas da sua tribo e 
				sequestram o poder na Guiné-Bissau.. Outra rotina: sempre que 
				tal acontece, um dirigente politico daquele país põe-se no avião 
				e vem a correr a Luanda. Para não variar, foi o que 
				acabou de fazer o presidente Malan Bacai Sanhá. Pouco mais de 
				uma semana depois de um grupo de militares ter encenado um golpe 
				de estado, o presidente guineense meteu-se no avião e veio a 
				correr a Luanda.  O ritual está de tal forma 
				oleado que, apesar de ser a primeira vez que visita Angola na 
				qualidade de chefe de Estado, Malam Bacai Sanhá não gaguejou 
				quanto ao que vinha: pedir apoio politico, moral e...económico. 
				Quer dizer: sempre que um militar guineense acorda mal disposto 
				ou por causa dos salários atrasados ou porque entende que é a 
				vez da sua tribo assumir a chefia do Estado Maior das Forças 
				Armadas ou ainda porque ele e os seus não são tidos nem achados 
				no lucrativo negócio do tráfico de drogas - e sequestra o poder, 
				os líderes políticos põem-se num avião e vêm bater as portas de 
				Angola.  E isso já se tornou num ciclo 
				vicioso de que os guineenses certamente se beneficiam. Na 
				verdade, enquanto Angola continuar a compensar os golpistas, a 
				Guiné-Bissau será um poço permanente de instabilidade. 
				 Nas declarações que prestou à 
				imprensa pouco antes de deixar Luanda Malam Bacai Sanhá pareceu 
				plenamente satisfeito. Seguramente alcançou o pleno em todos os 
				objectivos que o trouxeram a Luanda. Isto é, saiu daqui com os 
				bolsos a abarrotar de dinheiro.  O presidente guineense viu os 
				bolsos confortados no mesmo momento em que, por ocasião do Dia 
				Mundial da Saúde, uma médica voltava a chamar atenção para uma 
				aterradora estatística: 200 de entre mil bebés angolanos não 
				atingem os 5 anos de idade.  A causa da terrível mortalidade 
				está mais do que explicada: não há recursos financeiros para 
				apetrechar devidamente os hospitais angolanos. Entretanto, 
				dinheiro é o que nunca faltou à Presidência angolana para dar à 
				elite guineense, sempre que um qualquer militar acorda com 
				ressaca.  A propósito: porque não fazer 
				já da Guiné-Bissau um protectorado de Angola? Ao menos assim as 
				remessas de dinheiro que vão parar à elite daquele país ficariam 
				inscritas no nosso Orçamento Geral do Estado.  O África Monitor, uma 
				publicação lusa de circulação restrita, estima em 600 milhões de 
				dólares o investimento que as autoridades angolanas têm previsto 
				para a Guiné-Bissau. Tal dinheiro será empregue na exploração 
				dos jazigos de bauxite do Boé e na construção de um porto em 
				Buba.  Ora, 600 milhões de dólares é 
				dinheiro que a maior parte das províncias angolanas nunca viu 
				nem verá. Pelo menos enquanto o Governo deste país persistir em 
				assumir sozinho responsabilidades que deveriam ser partilhadas 
				por toda a comunidade internacional.   Fonte: Semanário Angolense 
				- Edição 362, pág. 48, 10.04.2010 |  
  
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