O meu Carnaval

Por: Edson Incopté*

 

 

04.02.2008

Máscaras de Carnaval, por:  Dódó

 

Talvez se hoje fosse um dia normal, como qualquer outro, eu não estaria com o moral e o espírito tão em baixo. Mas deve ser pelo facto de ser dia 4 de Fevereiro, aquele que já foi um dos dias mais excitantes da minha infância. O dia em que me mascarava e ia passear até à Praça do Império onde quer que morasse! O dia em que o país todo saía à rua, em que encontrava os familiares e amigos que por vezes já não via há muito tempo. Mascarávamos para confraternizar, viver a festa da sociedade, até mesmo para fazer criticas ao mesmo.

 

Hoje à semelhança do que foi o meu primeiro Carnaval em Lisboa, falta muito pouco para me virem lágrimas aos olhos de tão triste que estou. Não sei se é por ser outra vez o meu primeiro Carnaval depois de ter voltado à Guiné no verão do ano passado, mas a verdade é que me vem à cabeça momentos que pensava já ter esquecido, tudo fruto das façanhas que os meus amigos e irmãos me contaram e que viveram nos Carnavais desde que saí do país.

 

Percebi que não estou habituado a passar os Carnavais a ver os brasileiros a sambarem na TV tal como pensava! Afinal ainda tenho guardado na cabeça as aventuras de Carnaval que vivi quando era mais novo, que pensava já ter esquecido. Talvez algumas pessoas sintam o Carnaval Lisboeta, mas eu não! Os anos passam e tem sido sempre a mesma coisa, ver pela TV o Carnaval do Rio de Janeiro e das Ilhas, ou sair à rua e ver crianças a atirarem balões de água aos carros que passam. Pensava estar habituado e integrado nesse Carnaval mas estou a ver que me enganei, aliás muito pelo contrário, passo uma semana a fazer comparações de como já foi e de como tem sido nestes últimos anos.

 

O meu Carnaval não é isso! O meu Carnaval é estar na rua, é ter a cidade cheia de gente, sem carros a circular, é ter o som do Gumbé no ouvido, o barulho do sicó a arrepiar, ou até mesmo uma simples lata a bater pelo caminho até à praça. Este sim é o meu Carnaval! O Carnaval a que me habituei e de que ainda tenho as melhores recordações.   

Estes texto foi feito mais por Topar plenamente o apelo da Dr.ª Filomena Embaló aos jovens, que aproveito para mais uma vez reforçar. Afinal os jovens são o futuro!

*Estudante do Curso Profissional de Informática de Gestão (20 anos de idade)          


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