O BEM E O MAL SÃO FACILMENTE DETECTÁVEIS PELO ANTAGONISMO DOS SEUS EFEITOS

 

Quando se descobre o mal, há que tentar conhecê-lo até ao mais insignificante (que possa parecer) pormenor, para que possa ser isolado e combatido, pois enquanto existir, enquanto não for erradicado, tal como uma doença endémica, será sempre um perigo e uma preocupação para as populações locais e não só...!Didinho

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

21.12.2008

Aqueles que desconhecem o conceito de cidadania e comprometidos com os interesses pessoais na relação com a estrutura constitucional do poder e com os partidos políticos, estarão sempre prontos a criticar, destrutivamente, a visão dos que, comprometidos responsavelmente com as suas obrigações (dever) de cidadão, à margem de qualquer interesse pelo poder institucional e portanto, comprometidos com o país, optam por exteriorizar as suas ideias e opiniões (independentemente da área de intervenção/abordagem), em defesa dos interesses colectivos e da República.

Diz-se que o bem e o mal andam juntos, baseando-se talvez, no conceito de que, se não houvesse o bem não se poderia reconhecer o mal ou vice-versa.

Andam juntos, porquanto nós seres humanos, pertencermos ao mesmo planeta Terra e sermos portadores de ambos os valores, que no entanto tendem, proporcionalmente, para um desequilíbrio natural que acaba por caracterizar cada um de nós, através dos nossos actos.

O bem e o mal, tal como a verdade e a mentira, são valores universais antagónicos e relativos na forma de interpretação e aplicação individual, em função (sempre) da conveniência.

Na Guiné-Bissau, o bem e o mal andam juntos, mas o desequilíbrio pende para o mal e cada vez com valores mais altos (seguidores).

As pessoas que dirigem o país e os cidadãos em geral, são actores participativos na definição e configuração do modelo estrutural dos valores que se pretende para a Guiné-Bissau. Não se consegue isso por decreto ou por qualquer imposição, mas através de exemplos do que universalmente se designa por Boas Práticas.

A Guiné-Bissau, através da sua participação como Estado-membro das Nações Unidas; de diversas organizações continentais e regionais e, por assim dizer, subscritora de Convenções Universais e Internacionais, deve constituir/adoptar os valores dessas Convenções Universais como propósitos nacionais de referência, criando mecanismos/canais próprios para as respectivas divulgações e enraizamento na sociedade.

De povo crente que é o guineense, independentemente da religião de cada um, deve-se aproveitar os conceitos da moral e da religiosidade para uma melhor consciencialização e formação espiritual da sociedade na Guiné-Bissau.

Pese embora a constatação prática dos efeitos do bem e do mal na Guiné-Bissau, continua-se a fomentar a interacção de ambos os valores, enxertando o mal em ambientes que deveriam ser de referência, acção e alcance do  bem.

O bem e o mal andam juntos na Guiné-Bissau porquanto os decisores, que deveriam ser espelhos de referência do bem, terem mais percentagem do mal nas suas constituições espirituais, do que bem!

A realidade dos factos do passado e do presente não engana na afirmação desta constatação.

Saído de um processo eleitoral pacífico e participativo, a Guiné-Bissau, pela opção do seu povo decidiu legitimar um governo de um único partido, o PAIGC através da maioria absoluta conseguida nas eleições de 16 de Novembro.

Os guineenses, esperançados num futuro melhor decidiram pelo partido que melhores garantias lhes transmitiu. Entretanto, convém termos presente que o mal há muito que continua enraizado nos partidos e noutros sectores da vida política e social, em geral, na Guiné-Bissau.

Vimos encenações e tentativas de desestabilização do país após a divulgação dos resultados provisórios das eleições, actos orquestrados pelo primeiro magistrado da nação, o ditador João Bernardo Vieira, exemplo de referência do mal na Guiné-Bissau!

Mas também continuamos a ver figuras do mal na direcção do PAIGC partido vencedor das eleições, figuras essas que ocuparão postos de deputados da nação e ministros no governo a ser formado pelo PAIGC.

Dir-se-á que foi a vontade do povo!

Mas o PAIGC não sabia que essas pessoas pertencem ao clube do mal?

Como é que um governo do PAIGC pode lutar contra o narcotráfico se uma das figuras da campanha eleitoral e que reclama parte dos resultados obtidos pelo PAIGC à sua imagem e representatividade nestas eleições, Baciro Dabó, é um narcotraficante?

Como é que o PAIGC pode garantir segurança aos cidadãos guineenses quando tem nas suas fileiras um elemento tão perigoso como Baciro Dabó, que inclusive pode estar no PAIGC ao serviço de Nino Vieira para destruir o próprio PAIGC e esta conquista eleitoral?

Como pode o PAIGC garantir estabilidade institucional, quando as disputas internas continuam, por exemplo na atribuição de cargos para o parlamento e governo?

Como pode ter pactuado o PAIGC (que diz pretender o melhor para os guineenses) com a integração de narcotraficantes nas suas listas nestas eleições (para além de Baciro Dabó, temos o Hélder Proença que quer ser Presidente da Assembleia Nacional Popular e, por conseguinte, a segunda figura na hierarquia do Estado a seguir ao presidente da República)?

Quem precisa do mal como companheiro, só pode ter simpatia pelo mal e isso, não é bom para a Guiné Positiva com que os guineenses sonham!

Apesar da esperança que nos deve acompanhar em todos os momentos, bons ou maus, há que ser realista e encarar o futuro com apreensão, pois o mal, estando no dirigismo nacional, não trará benefícios ao país e ao povo!

Vamos continuar a trabalhar!

 

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