LIBERTAREMOS A GUINÉ-BISSAU DA DITADURA DE NINO VIEIRA E DA SUA REDE ENVOLVENTE!

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

28.03.2007

 

Fernando Casimiro (Didinho) Augusto Barai Mango que substituiu Francisco Fadul na liderança do PUSD um dos três partidos que recentemente firmaram o Pacto de Estabilidade parlamentar e governativo na Guiné-Bissau, veio declarar hoje que o PUSD renuncia ao acordo assinado.


"Cheguei domingo. Primeiro auscultei o meu substituto que assinou o pacto, para depois poder ter liberdade para convocar uma reunião da comissão política e anunciar a decisão", disse Augusto Barai Mango.

"Não reconhecemos esta assinatura. O partido é o que está reunido neste momento. Nós é que somos legais. Só nós é que temos voz para decidir sobre a vida do partido".

Augusto Barai Mango pode dizer o que quiser, pode renunciar ao que quiser, só não pode obrigar os deputados do PUSD que votaram positivamente a Moção de Censura contra o ex-governo de Aristides Gomes a retroceder na votação confirmada pela Assembleia Nacional Popular e também pelo recente comunicado da Presidência da República!

O Governo de Aristides Gomes, esse caiu definitivamente. O processo da Moção de Censura é irreversível, portanto, tudo o que tiver que se decidir será sempre com base consequente dessa Moção de Censura.

Na sua missão de pau mandado e ao estilo do seu antecessor, Francisco Fadul, Augusto Barai Mango, não soube camuflar a bandeira que realmente representa chegando ao ponto de reafirmar "fidelidade e solidariedade para com o governo e o Presidente da República, enquanto garante da estabilidade e paz social".

Porque entra Augusto Barai Mango nesta estratégia de contra-ofensiva preparada por Nino Vieira?

Primeiro que tudo, há que referir que tal como escrevi há dias, Nino Vieira sabe que um Governo saído deste Pacto de Estabilidade é o princípio do fim do seu regime e isso, ele não quer, nem vai aceitar!

Após várias tentativas para deturpar a Constituição da República, no sentido de negar provimento do desfecho que culminou na aprovação da Moção de Censura ao governo de Aristides Gomes e, perante esclarecedoras análises jurídico-constitucionais sobre a matéria, Nino Vieira teve que mudar de estratégia para não ter que aceitar a formação de um Governo saído do Pacto de Estabilidade.

Avançou com um comunicado dando conta da queda do governo em função da aprovação da Moção de Censura mas, deixou escapar, no mesmo comunicado onde dizia que estavam a ser feitas consultas para se encontrar soluções, que as consultas não eram, não são, para ouvir da parte dos partidos signatários do Pacto de Estabilidade o nome sugerido para Primeiro-Ministro e muito menos sobre um eventual Programa de Governo elaborado pelos três partidos.

Se Nino Vieira estivesse de boa fé e fosse de encontro com o que diz a Constituição da República, saberia que no caso da queda do governo de Aristides Gomes devido à aprovação de uma Moção de Censura, as consultas que deveriam ou devem ser feitas não se estendem ao Conselho de Estado! Será que há razões para ouvir o Conselho de Estado numa matéria em que a Assembleia Nacional Popular é soberana, como é a votação das Moções?

Claro que não!

O Conselho de Estado que Nino Vieira decidiu consultar é outra parte desta estratégia, que tem, na acção de Augusto Barai Mango, o incentivo à provocação e, consequentemente, a uma definição da situação actual como uma grave crise institucional, para de seguida, Nino Vieira dissolver a Assembleia e ter tempo para gerir o futuro em conformidade com as suas conveniências e interesses.

Na minha opinião, Nino Vieira já tem um novo governo formado, por isso ter reconhecido a queda do governo de Aristides Gomes, sendo que só estava à espera de comprar a consciência e acção de Augusto Barai Mango, para legitimar a decisão que comunicará brevemente ao país: Dissolução da Assembleia Nacional Popular!

Como escrevi há dias, no caso de Nino decidir pela dissolução da Assembleia, até pode optar por um governo de gestão chefiado novamente por Aristides Gomes.

Sabemos que a dissolução da Assembleia Nacional Popular implica a marcação de eleições antecipadas no prazo de 90 dias, no entanto, sabemos também que, na sua jogada ditatorial, Nino Vieira pode ir adiando as eleições pois um dos argumentos de peso será sempre a questão financeira, ou alegações de tentativas de golpe de Estado para negar, por tempo indefinido, o exercício democrático na Guiné-Bissau.

É claro que os guineenses de bem, os que se orgulham em ser guineenses e têm compromissos com o país, assim como os amigos da Guiné-Bissau, não vão permitir que o mal, representado por Nino Vieira, continue a destruir o país!

Não restam dúvidas a ninguém de bom senso que a Guiné-Bissau vive debaixo de um regime ditatorial.

Não restam dúvidas de que Nino Vieira está a provocar uma nova guerra na Guiné-Bissau.

Também devo dizer que não tenho dúvidas que os guineenses unir-se-ão para libertar, uma vez mais, a Guiné-Bissau!

Que o nosso povo se levante. Que o nosso povo se organize. Que o nosso povo saia à rua sempre que for necessário! Se o povo reclama por Justiça, deve haver Justiça...! É preciso que o povo volte a ser o dono da terra!

Vamos continuar a trabalhar!

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