| Amílcar Cabral, um 
            revolucionário do século XXI Carlos Lopes 
            Pereira* - 13.10.07
 
 “A etapa fundamental da libertação dos povos 
            não é um problema de luta armada ou luta desarmada; porque para nós 
            é sempre luta armada. Existem dois tipos de luta armada: a luta 
            armada na qual os povos combatem de mãos vazias, enquanto que os 
            imperialistas ou colonialistas, esses sim armados, matam e 
            assassinam; e a luta armada daqueles que como nós, reconhecendo que 
            não somos seus escravos, empunham armas para responder aos 
            imperialistas”.
 Amílcar Cabral1
 
 
 0. 
            Actualidade do legado teórico de Amílcar Cabral – Uma questão 
            fundamental que gerações de revolucionários de diferentes partes do 
            Mundo colocaram e continuam a colocar hoje é como fazer a revolução. 
            O que fazer? Como derrubar o capitalismo e construir o socialismo? 
            Em cada país, como mobilizar os trabalhadores, as massas populares, 
            o povo para as lutas transformadoras? Com que forças sociais? Com 
            que meios? Utilizando a via armada ou através de meios 
            “pacíficos”?
 
 A evolução mundial nos últimos 15/20 anos, em 
            especial o fim da União Soviética e o recuo do “socialismo real”, o 
            avanço do capitalismo com as suas receitas neoliberais, a hegemonia 
            militar dos Estados Unidos da América e a agressividade belicista do 
            imperialismo, os problemas ambientais à escala planetária que 
            colocam em risco a própria sobrevivência humana, o aprofundamento do 
            fosso entre países “ricos” e “pobres”, o aumento das desigualdades 
            sociais, da miséria e das doenças afectando milhões de pessoas no 
            Terceiro Mundo e também em regiões de países “ricos”, apesar dos 
            prodigiosos avanços científicos e tecnológicos e da contínua 
            resistência dos povos à exploração – tudo isso aponta para respostas 
            cada vez mais diferenciadas. Não havendo “modelos” de revolução ou 
            de socialismo a copiar, não sendo a libertação nacional e a 
            revolução social produtos de exportação, as novas respostas a velhas 
            questões devem ser encontradas, de forma criativa, em cada país 
            pelos povos em luta, de acordo com as realidades 
            específicas.
 
 Neste debate sobre os desafios do Mundo 
            contemporâneo, em que justamente se colocam como alternativas a 
            civilização socialista ou a barbárie capitalista, o conhecimento de 
            alguns aspectos do pensamento de Amílcar Cabral, fundador e líder do 
            movimento nacionalista da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, é decerto um 
            contributo de qualidade à procura de soluções inovadoras.
 
 Isto, por um lado, porque a sua obra teórica é hoje pouco 
            conhecida fora de alguns círculos africanos e, por outro lado, e 
            sobretudo, porque o legado teórico do dirigente africano é, à luz 
            dos combates que hoje travamos, surpreendentemente actual e 
            inovador.
 
 Vejamos então, algumas questões interessantes 
            abordadas por Amílcar Cabral – a luta armada como continuação da 
            política, o papel da violência na libertação dos povos, as opções 
            colocadas à pequena burguesia revolucionária (“traição ou 
            suicídio”), a natureza do Estado saído da luta de libertação 
            nacional, a validade do marxismo nas condições de uma sociedade 
            tribal.
 
 1. De rebeldes a revolucionários – Filho de um 
            professor primário cabo-verdiano e de uma guineense, nascido em 1924 
            na Guiné-Bissau e assassinado em 1973, em Conakry, por traidores a 
            soldo do colonialismo português, Amílcar Cabral estudou agronomia em 
            Lisboa (era um dos poucos guineenses da sua geração com formação 
            superior), onde conviveu com jovens de outras colónias – Agostinho 
            Neto, Mário Pinto de Andrade e Lúcio Lara, de Angola, Marcelino dos 
            Santos, de Moçambique, Alda Espírito Santo, de São Tomé e Príncipe, 
            Vasco Cabral, da Guiné, entre outros –, que mais tarde se tornariam 
            também dirigentes dos movimentos nacionalistas nos seus 
            países.
 
 No início da década de 50, aprofunda os conhecimentos 
            sobre a realidade económica e social da Guiné (dirige um 
            recenseamento agrícola), ali estabelece contactos mais estreitos com 
            os seus compatriotas, tenta em vão formar um clube desportivo (o que 
            lhe é proibido pelo governador colonial!), passa algum tempo em 
            Luanda – onde participa da formação do Movimento Popular de 
            Libertação de Angola (MPLA) – e, de regresso ao país natal, funda em 
            1956, com um grupo de guineenses e cabo-verdianos, o PAIGC.
 
 O 
            britânico Basil Davidson, jornalista, escritor e historiador da 
            África, contará mais tarde esse episódio: “Em Setembro de 1956, 
            encontrando-se discretamente em Bissau, uns tantos africanos 
            decidiram encarnar a história em si mesmos e formaram o Partido 
            Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Eram 
            exactamente seis, incluindo Amílcar Cabral, que era o espírito 
            condutor; mas todos sabiam para onde iam. Começaram por lançar 
            apelos pacíficos em que pediam modificações sociais e políticas, e 
            apenas obtiveram como resposta o silêncio e uma repressão cada vez 
            maior. Quase sete anos mais tarde, em Janeiro de 1963, passavam à 
            revolta armada. (...) Tinham deixado de ser rebeldes para serem 
            revolucionários”2.
 
 Nos anos seguintes, entre 1956 e 1959, 
            Cabral e companheiros procuram desenvolver a luta pela independência 
            de forma “pacífica” – escrevendo artigos em revistas, infiltrando 
            patriotas no único sindicato legal (o dos trabalhadores do 
            comércio), reivindicando melhores condições para os africanos, 
            organizando greves.
 
 Precisamente, a 3 de Agosto de 1959, uma 
            greve dos estivadores de Bissau e dos trabalhadores dos barcos de 
            transporte fluvial, no porto de Pidjiguiti, é brutalmente reprimida 
            pela tropa colonial – com apoio de colonos – a tiro, provocando 50 
            mortos e mais de uma centena de feridos. Face à natureza criminosa 
            do colonialismo português, Cabral compreende que a única via para 
            libertar a Guiné é “através da luta conduzida com todos os meios 
            possíveis, incluindo a guerra”. Mais tarde, perante a 4ª Comissão da 
            Assembleia Geral das Nações Unidas, em Outubro de 1972, relembraria 
            que o massacre de Pidjiguiti foi “uma dolorosa lição para o nosso 
            povo. Ficámos a saber que, contra os colonialistas portugueses, não 
            se podia escolher entre a luta pacífica e a luta armada. Eles tinham 
            as armas e estavam decididos a massacrar-nos”.
 O movimento muda 
            de táctica, os seus quadros passam à clandestinidade, mobilizam mais 
            gente nas cidades e nos campos, preparam a luta armada que será 
            desencadeada em 1963 e vencida em 1974. Amílcar Cabral explicará 
            essa opção várias vezes, nos anos seguintes: “A luta de libertação 
            nacional é (...) uma luta política que pode revestir diversas 
            formas, de acordo com as circunstâncias específicas em que se 
            desenvolve. No nosso caso concreto, esgotámos todos os meios 
            pacíficos ao nosso alcance para levar os colonialistas portugueses a 
            uma modificação radical da sua política no sentido da libertação e 
            do progresso do nosso povo. Só encontrámos repressão e crimes. 
            Decidimos então pegar em armas para nos batermos contra a tentativa 
            de genocídio do nosso povo, decidido a ser livre e senhor do seu 
            próprio destino”3.
 
 2. Só a violência é libertadora – Para 
            além da opção pela luta armada no processo de libertação nacional, 
            Amílcar Cabral reflectiu também sobre o papel da violência na gesta 
            emancipadora dos povos: “Os factos dispensam-nos de usar palavras 
            para provar que o instrumento essencial da dominação imperialista é 
            a violência. Se aceitarmos o princípio de que a luta de libertação 
            nacional é uma revolução, e que ela não acaba no momento em que se 
            iça a bandeira e se toca o hino nacional, veremos que não há nem 
            pode haver libertação nacional sem o uso da violência libertadora, 
            por parte das forças nacionalistas, para responder à violência 
            criminosa dos agentes do imperialismo. Ninguém duvida de que, sejam 
            quais forem as suas características locais, a dominação imperialista 
            implica um estado de permanente violência contra as forças 
            nacionalistas”.
 
 Nesse discurso, pronunciado em Havana em 
            Janeiro de 1966, em nome dos povos e das organizações nacionalistas 
            das colónias portuguesas, na 1ª Conferência de Solidariedade dos 
            Povos da África, da Ásia e da América Latina, o dirigente do PAIGC 
            lembrava: “Não há povo no Mundo que, tendo sido submetido ao jugo 
            imperialista (colonialista ou neocolonialista) tenha conquistado a 
            sua independência (nominal ou efectiva) sem vítimas. O que importa é 
            determinar quais as formas de violência que devem ser utilizadas 
            pelas forças de libertação nacional, para não só responderem à 
            violência do imperialismo mas também para garantirem, através da 
            luta, a vitória final da sua causa, isto é, a verdadeira 
            independência nacional”.
 
 E sublinhava que “(...) a única via 
            eficaz para a realização cabal e definitiva das aspirações dos povos 
            à libertação nacional é a luta armada. Esta é a grande lição que a 
            história recente e actual de libertação ensina a todos aqueles que 
            estão verdadeiramente empenhados na libertação nacional dos seus 
            povos”4.
 
 3. Porque falharam as independências africanas? – 
            Quando, no final dos anos 50 do século passado, o PAIGC decide 
            preparar e lançar a luta armada na Guiné, Cabral compreende que, nas 
            condições objectivas do país, não existindo proletariado, o 
            campesinato – ao contrário do que defendiam, por exemplo, Fanon em 
            relação à Argélia ou Mao para o caso da China – devia ser a força 
            numérica principal e que a luta só podia ser dirigida pelo sector 
            “revolucionário” da pequena burguesia.
 
 Explicava ele, em 
            1964, num seminário organizado em Itália pelo Centro Frantz Fanon de 
            Milão: “A questão de saber se o campesinato representa ou não a 
            principal força revolucionária é de importância capital. E, no que 
            diz respeito à Guiné, devo responder negativamente. Pode assim 
            parecer surpreendente que baseemos no campesinato a totalidade dos 
            esforços da nossa luta armada. Representando todo o país, 
            controlando e produzindo as suas riquezas, é fisicamente muito 
            forte; no entanto, sabemos por experiência quanto nos custou 
            incitá-lo à luta”5. E defendia que, nas condições da Guiné, a única 
            camada social capaz de consciencializar em primeiro lugar a 
            realidade da dominação imperialista e de manipular o aparelho de 
            Estado herdado dessa dominação era a pequena burguesia nativa.
 
 Aliás, a natureza do Estado saído da luta armada vitoriosa 
            de libertação nacional estava no centro das preocupações de Amílcar 
            Cabral, para quem a luta de libertação nacional era uma revolução e 
            não terminava com “a bandeira e o hino”. Para ele, aliás, a natureza 
            do Estado pós colonial é o segredo do falhanço das independências 
            africanas, já que, em muitos casos, “apenas se substituiu o homem 
            branco pelo homem negro, mas para o povo tudo ficou na mesma”.
 
 Na análise de Cabral, depois da independência, para manter o 
            poder que a libertação nacional colocava nas suas mãos, a pequena 
            burguesia só tem um caminho: deixar agir livremente as suas 
            tendências naturais de emburguesamento, transformar-se em 
            pseudo-burguesia nacional, isto é, negar a revolução e enfeudar-se 
            necessariamente ao capital imperialista, o que corresponde a uma 
            situação neocolonial, quer dizer, à traição dos objectivos da 
            libertação nacional. Para não trair esses objectivos, a pequena 
            burguesia deve reforçar a sua consciência revolucionária, repudiar 
            as tentações de emburguesamento, identificar-se com as classes 
            trabalhadoras, não se opor ao desenvolvimento normal do processo da 
            revolução. Ou seja, segundo Cabral, “para desempenhar cabalmente o 
            papel que lhe cabe na luta de libertação nacional, a pequena 
            burguesia revolucionária deve ser capaz de suicidar-se como classe, 
            para ressuscitar na condição de trabalhador revolucionário, 
            inteiramente identificado com as aspirações mais profundas do povo a 
            que pertence”6. Esta alternativa – trair a revolução ou suicidar-se 
            como classe – constitui o dilema da pequena burguesia no quadro 
            geral da luta de libertação nacional.
 
 4. Não temos de ser 
            mais marxistas que Marx – Basil Davidson escreveu em 1968, depois de 
            uma visita às áreas libertadas da Guiné, que “o PAIGC é um movimento 
            revolucionário que se baseia numa análise marxista da realidade 
            social. Mas, ao fim e ao cabo, dizer isto é realmente dizer muito 
            pouco. Que movimento revolucionário dos últimos cinquenta anos se 
            declarou qualquer outra coisa? O ponto importante é que o PAIGC é um 
            movimento revolucionário baseado na análise da realidade social na 
            Guiné: revolucionário precisamente e, sobretudo, porque as suas 
            linhas de rumo são inspiradas em circunstâncias inteiramente 
            indígenas. Isso não torna as suas conclusões necessariamente 
            correctas mas indubitavelmente torna-as originais. Quanto à 
            correcção das conclusões, a prova do pudim está e há-de estar no 
            comê-lo; até agora, pode dizer-se que a prova dá boa conta de si”7.
 
 Na verdade, Cabral dava a maior importância à ideologia, 
            afirmando que “se é verdade que uma revolução pode falhar, mesmo que 
            seja nutrida por teorias perfeitamente concebidas, ainda ninguém 
            praticou vitoriosamente uma revolução sem teoria 
            revolucionária”8.
 
 Em 1971, em Londres, Amílcar Cabral contou 
            a um grupo de intelectuais –e vale a pena a longa citação, até 
            porque o texto é muito pouco conhecido – qual era a sua base 
            ideológica: “Nós acreditamos que uma luta como a nossa é impossível 
            sem ideologia. (...) Partir das realidades do nosso próprio país 
            para a criação de uma ideologia para a luta não implica que se 
            pretenda ser um Marx ou um Lénine ou qualquer outro grande ideólogo, 
            mas é simplesmente uma parte necessária da luta. Confesso que não 
            conhecíamos suficientemente bem estes teóricos quando começámos. Nós 
            não os conhecíamos nem metade do que os conhecemos agora! Nós 
            tivemos necessidade de conhecê-los, como disse, a fim de julgarmos 
            em que medida podíamos aproveitar a sua experiência para ajudar a 
            nossa situação – mas não necessariamente para aplicar a ideologia 
            cegamente, só porque ela é uma ideologia muito boa. Este é o nosso 
            ponto de vista. Mas a ideologia é importante na Guiné. (...) Não 
            queremos que o nosso povo seja mais explorado. O nosso desejo de 
            desenvolver o nosso país com justiça social e com o poder nas mãos 
            do povo é a nossa base ideológica. Nunca mais queremos ver um grupo 
            ou uma classe de pessoas explorar ou dominar o trabalho do nosso 
            povo. Esta é a nossa base. Se se quiser chamar a isso marxismo, 
            chame-se marxismo”9.
 
 Nessa conversa na Universidade de 
            Londres, Cabral abordou a questão da aplicação do marxismo-leninismo 
            nas condições de uma sociedade historicamente atrasada: “Não 
            podemos, a partir da nossa experiência, dizer que o 
            marxismo-leninismo tem que ser modificado – isso seria presunçoso. O 
            que nós devemos fazer é modificar, transformar radicalmente as 
            condições políticas, económicas, sociais e culturais do nosso povo. 
            Isso não quer dizer que nós não temos respeito por tudo quanto o 
            marxismo e o leninismo contribuíram para a transformação das lutas 
            em todo o Mundo e através dos anos. Mas nós temos a certeza absoluta 
            de que temos de criar e desenvolver na nossa situação específica a 
            solução para o nosso país. Acreditamos que as leis que regulam a 
            evolução de todas as sociedades humanas são as mesmas. A nossa 
            sociedade desenvolve-se da mesma maneira que outras sociedades no 
            Mundo, de acordo com o processo histórico; mas devemos compreender 
            claramente em que estágio está a nossa sociedade. Marx, quando criou 
            o marxismo, não vivia numa sociedade tribal; acho que nós não temos 
            necessidade de ser mais marxistas que Marx ou mais leninistas que 
            Lénine na aplicação das suas teorias”10.
 
 Numa outra conversa 
            no estrangeiro, em inglês, desta vez nos Estados Unidos, com 
            organizações de negros americanos, em Outubro de 1972 – três meses 
            antes de ser assassinado –, Cabral reafirmou a ideia da 
            especificidade de cada luta: “Nós baseamos a nossa luta nas 
            realidades concretas do nosso país. Apreciamos as experiências e as 
            conquistas de outros povos e estudamo-las. Mas a revolução ou a luta 
            de libertação nacional é como um vestido que deve ser moldado para 
            cada corpo. Evidentemente, há certas leis gerais ou universais, 
            mesmo leis científicas para quaisquer condições, mas a libertação 
            nacional tem de ser levada a cabo de acordo com as condições 
            específicas de cada país. Isto é importante. As condições 
            específicas que devem ser consideradas incluem as condições 
            económicas, culturais, sociais, políticas e mesmo geográficas. Os 
            manuais de guerrilha ensinaram-nos um dia que sem montanhas não se 
            pode fazer guerra de guerrilhas. Mas no meu país não há montanhas, 
            apenas o povo”11.
 
 Vamos reter, então, com Amílcar Cabral, 
            duas ou três ideias que, tal como há 30 ou 40 anos, quando as 
            defendeu, continuam hoje válidas e constituem ensinamentos preciosos 
            para os que continuam a lutar pela libertação nacional e pela 
            emancipação social dos povos.
 
 Uma primeira ideia é a de que 
            “a etapa fundamental da libertação dos povos não é um problema de 
            luta armada ou luta desarmada; porque para nós [os povos dominados e 
            as classes dominadas] é sempre luta armada. Existem dois tipos de 
            luta armada: a luta armada na qual os povos combatem de mãos vazias, 
            enquanto que os imperialistas ou colonialistas, esses sim armados, 
            matam e assassinam; e a luta armada daqueles que como nós, 
            reconhecendo que não somos seus escravos, empunham armas para 
            responder aos imperialistas”.
 
 Uma segunda ideia que fica, 
            mostrando Amílcar Cabral, neste começo do século XXI, como um 
            revolucionário pleno de actualidade, é a de que “Nós baseamos a 
            nossa luta nas realidades concretas do nosso país. Apreciamos as 
            experiências e as conquistas de outros povos e estudamo-las. Mas a 
            revolução ou a luta de libertação nacional é como um vestido que 
            deve ser moldado para cada corpo. Evidentemente, há certas leis 
            gerais ou universais, mesmo leis científicas para quaisquer 
            condições, mas a libertação nacional tem de ser levada a cabo de 
            acordo com as condições específicas de cada 
            país”.
 
 
 
 
 
 Notas:
 1 Citado por Oscar 
            Oramas, in Amílcar Cabral/Para além do seu tempo, Hugin, Lisboa, 
            1998, p. 64
 2 Basil Davidson, A libertação da Guiné/Aspectos de 
            uma revolução africana, Sá da Costa, Lisboa, 1975, pp. 27-28
 3 
            Amílcar Cabral, intervenção num simpósio em Alma-Ata, na República 
            Socialista Soviética do Cazaquistão, em 1970, in Obras escolhidas de 
            Amílcar Cabral/A arma da teoria/Unidade e luta, vol. I, Seara Nova, 
            Lisboa, 1978, p. 215
 4 Cabral, op. cit., p. 211
 5 Cabral, op. 
            cit, p. 103
 6 Cabral, op. cit., pp. 212-213
 7 Davidson, A 
            libertação da Guiné..., p. 87
 8 Cabral, Obras escolhidas..., p. 
            202
 9 Amílcar Cabral, “Criar e desenvolver na nossa situação 
            específica uma solução própria”, in revista O Militante, órgão do 
            PAIGC, Bissau, n.º 1, Julho de 1977, p. 46
 10 Cabral, 
            idem.
 11 Cabral, O Militante, n.º 2, p.57.
 
 
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