A Guiné-Bissau entretém a comunidade internacional
 
As 
autoridades da Guiné-Bissau vão entretendo a comunidade internacional com 
manobras de diversão designadas de aperto aos narcotraficantes. 
 
Edson Incopté  
edson_incopte@hotmail.com
06.10.2009
 Para 
que a comunidade internacional libere as verbas para o combate ao narcotráfico, 
para a tão falada reforma das forças armadas, entre outras coisas, há que 
mostrar serviço. E vontade de mostrar serviço é coisa que não falta aos nossos 
dirigentes. Para tal, abriu-se uma autêntica caça aos proprietários de jipes de 
alta cilindrada na capital Guineense. Subitamente os famosos jipes deixaram de 
circular pela capital, segundo as autoridades, pelo facto da Polícia Judiciária 
e Policia de Ordem Publica estarem a apertar o cerco aos supostos 
narcotraficantes. Enquanto os proprietários dos jipes alegam falta de condição 
das estradas.
Para 
que a comunidade internacional libere as verbas para o combate ao narcotráfico, 
para a tão falada reforma das forças armadas, entre outras coisas, há que 
mostrar serviço. E vontade de mostrar serviço é coisa que não falta aos nossos 
dirigentes. Para tal, abriu-se uma autêntica caça aos proprietários de jipes de 
alta cilindrada na capital Guineense. Subitamente os famosos jipes deixaram de 
circular pela capital, segundo as autoridades, pelo facto da Polícia Judiciária 
e Policia de Ordem Publica estarem a apertar o cerco aos supostos 
narcotraficantes. Enquanto os proprietários dos jipes alegam falta de condição 
das estradas. 
O governo, por sua vez, emitiu 
um despacho proibindo a circulação de veículos sem chapa de matrícula ou que 
circulam com vidros escuros, coisa que nascemos e vimos os Barões fazerem sem 
darem a mínima explicação a quem quer que fosse.
Em resposta ao que afirmam as 
autoridades, não vejo em que medida essas acções estão a contribuir para o 
combate ao narcotráfico. Simplesmente porque não cabe na minha cabeça que o 
fulano ou o sicrano deixará de traficar porque parou de andar de jipe! Assim 
como não cabe na minha cabeça que o facto dos vidros dos automóveis estarem 
fumados influencia na identificação dos proprietários ou dos usuários, pois 
todos sabemos que o grau de ostentação dessas pessoas é tão elevado que todo o 
povo sabe quem são. É justamente por esse facto que não compreendo que afirmação 
é esta, atribuída à Directora da Policia Judiciaria: 
“Em declarações recentes à 
Lusa, a directora da PJ, Lucinda Barbosa, já afirmava que os narcotraficantes 
estavam "invisíveis", dificultando a tarefa da polícia para os encontrar e saber 
o que andam a fazer.”  
Pelo amor de Deus... Querem 
que alguém acredite que os narcotraficantes tornaram-se “invisíveis” porque 
deixaram de andar de jipes a alta velocidade pelas ruas de Bissau?! Como se não 
se soubesse de quem são os jipes?!   
Os senhores vêm cheios de 
pompa afirmar que os Jipes de alta cilindrada desaparecem de Bissau com o aperto 
aos narcotraficantes, como se de uma grande vitória contra os narcotraficantes 
se tratasse ou de uma medida de enorme eficácia contra o narcotráfico, quando 
tudo não passa de manobra de charme para mostrar serviço à comunidade 
internacional, para assim receberem o dinheiro. 
Meus senhores, os jipes de 
alta cilindrada não deixaram de existir no país, simplesmente estão parados nas 
garagens e os senhores sabem bem em que garagens! Assim como sabem a quem 
pertence cada jipe de luxo que circula no país! Se eventualmente esses 
proprietários são suspeitos de narcotráfico, então porquê aguardar por eles nas 
estradas de Bissau? 
Porquê aguardar que essas 
pessoas circulem com os jipes sem chapa de matrícula ou de vidro escuro? 
Talvez porque muitos senhores 
não têm moral para ordenar buscas à casa de quem quer que seja sob pena de 
poderem vir a sujar os seus próprios nomes ou de alguém ligado a eles. 
Seguindo este critério de 
riqueza injustificada, suponho que é disso que se trata, para que qualquer 
pessoa passe a grau de suspeito de narcotraficante, talvez seja altura de se 
fazer um levantamento dos bens de alguns ministros, funcionários públicos e 
personalidades influentes da nossa praça. 
Todas as pessoas que ao 
ingressarem nos quadros do Governo Guineense enriquecem do dia para a noite sem 
justificação plausível, começando de imediato pelos funcionários das alfandegas 
que do dia para a noite passam de palhotas a construções definitivas, 
prosseguindo com a investigação dos bens de muitos ministros no exterior, penso 
que seguindo a mesma linha usada para os proprietários dos jipes, isto é, 
expandindo a medida de justificação para o enriquecimento súbito, seria sim uma 
demonstração de vontade no que diz respeito ao combate contra o narcotráfico. 
Mas como todos sabemos que isso nunca irá acontecer, porque existe muito lixo 
por debaixo do tapete, fiquemos pelo aviso de que estamos atentos às manobras de 
diversão.
Assim como estamos atentos às 
pessoas que já têm as mãos a coçar, desejosas de colocar as mesmas na massa que 
a comunidade internacional vem prometendo. Já houve até quem tivesse o 
descaramento de vir a público dizer que é hora da comunidade internacional 
desbloquear as verbas. Como se todos não soubéssemos o porquê de tanta pressa. 
Isso quando a mesma pessoa havia dito no passado que os Governantes da 
Guiné-Bissau não podiam ficar à espera da comunidade internacional. 
Estamos juntos!
 
	
		
			| Jipes de alta cilindrada 
			desaparecem de Bissau com aperto aos narcotraficantes 4-Oct-2009
 
 A capital da Guiné-Bissau deixou de estar inundada por jipes de alta 
			cilindrada que circulavam a alta velocidade, na mesma altura em que 
			a polícia começou a "apertar o cerco" aos presumíveis 
			narcotraficantes, há cerca de dois meses.
 
 
 Os famosos Hummers, que circulavam pelas ruas de Bissau e pelo 
			interior, há muito que deixaram de ser vistos.
 
 Segundo uma fonte judicial contactada pela Agência Lusa, o 
			desaparecimento dos jipes de alta cilindrada está relacionada com as 
			medidas preventivas tomadas pela Polícia Judiciária e Polícia de 
			Ordem Pública guineenses.
 
 "Está relacionado com as medidas da PJ e com as medidas que a POP 
			tomaram", afirmou a fonte, acrescentando que a vigilância das forças 
			policiais "está a ser apertada".
 
 Em declarações recentes à Lusa, a directora da PJ, Lucinda Barbosa, 
			já afirmava que os narcotraficantes estavam "invisíveis", 
			dificultando a tarefa da polícia para os encontrar e saber o que 
			andam a fazer.
 
 No entanto, a versão dada à Lusa por alguns dos alegados 'donos' dos 
			jipes, a maioria jovens, é outra: a má condição das estradas, devido 
			às chuvas.
 
 No entanto, os Hummers são veículos cujas principais características 
			são a força e potência para circular em terrenos lodosos ou 
			esburacados.
 
 A Guiné-Bissau chegou a ter cerca de duas dezenas desses veículos, 
			inicialmente construídos pela General Motors para servir o exército 
			norte-americano, mas que acabaram por ser "adoptados" pelos amantes 
			do todo-o-terreno.
 
 Um jipe Hummer novo custa entre 80 mil e 120 mil dólares (entre 55 
			mil e 82 mil euros).
 
 País com menos de dois mil quilómetros de estradas asfaltadas, nos 
			seus 36.125 quilómetros quadrados, a Guiné-Bissau chegou a 
			"ostentar" nas suas estradas, além dos Hummer, jipes das marcas 
			Jaguar, Lincoln Navigator e até Porsche Cayenne.
 
 O Governo, no âmbito da luta contra o narcotráfico, emitiu despachos 
			a proibir veículos sem chapa de matrícula ou que circulavam com 
			vidros escuros, como era o caso dos jipes topo de gama.
 
 Só que, regra geral, as ordens das autoridades ou eram ignoradas ou 
			eram rapidamente esquecidas, tal era a quantidade de carros com 
			estas características que rolavam pelas estradas do país.
 
 Fonte: Angop
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