AFINAL, ALGUÉM QUER AFUNDAR O BARCO DA ESTABILIDADE CONSENSUAL...

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

21.11.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Para recordar um dia: Reconhecer, na actual conjuntura, haver Estabilidade na Guiné-Bissau é, por incrível que pareça, estar a promover a INSTABILIDADE na própria Guiné-Bissau!

Muita gente que hoje fala de Estabilidade, de Paz, Desenvolvimento e boa imagem do país; gente eufórica com a paz podre que se tem confundido com Estabilidade na Guiné-Bissau, não sabe, ou finge não saber que este nosso Projecto/Associação Guiné-Bissau: CONTRIBUTO teve e tem tido desde 2003 a esta parte, um papel determinante na mudança de mentalidades e comportamentos dos cidadãos guineenses, entre ditadores civis e militares, bem como do comum cidadão. É verdade que não chegamos a todos os guineenses, tal como gostaríamos, mas a mensagem, como o som dos tambores de outrora, vai dando conta aos guineenses de que, é preciso mudar o que está mal, quase tudo, e optar por caminhos do bem, para construirmos a nossa terra, garantindo o bem-estar comum, com dignidade, através do trabalho!

Muitos que hoje nos vêem ( Projecto/Associação CONTRIBUTO) como inimigos da Pátria, jamais tiveram coragem de dar a cara para criticar os verdadeiros inimigos e destruidores da Guiné-Bissau, enquanto nós púnhamos e continuamos a pôr, sem medo, nossas vidas e as dos nossos familiares em risco, criticando e denunciando esses senhores, seus promotores e tudo o que está mal na Guiné-Bissau, despertando consciências!

Enquanto guineenses eram perseguidos, detidos, torturados e assassinados, nós estávamos aqui a denunciar tudo isso, alertando o mundo, mas também, mostrando aos criminosos "donos" do poder, que a Guiné-Bissau tornou-se diferente desde 10 de Maio de 2003 (data da fundação do nosso Projecto), porque resolvemos lutar por ela, colocando-a no centro de todas as atenções, aqui no nosso site www.didinho.org, partilhando-a com todos os nossos irmãos e amigos um pouco por todo o mundo!

Enquanto guineenses estavam a ser desconsiderados, vendo seus direitos violados pelo poder, nós estávamos aqui a denunciar e a partilhar com o mundo esses  problemas da nossa terra, para que alguém nos pudesse ajudar!

Hoje é fácil falar da Guiné-Bissau, lendo gratuitamente milhares de quilómetros de textos de opinião das mais variadas áreas temáticas (que ajudam a conhecer e a compreender melhor todo um percurso de instabilidade ao longo de 36 anos de independência), escritos por nós, sem nunca termos questionado quanto íamos ganhar pelo envolvimento nesta Missão; sem nunca recuarmos pelos riscos que a nossa liberdade de pensamento e acção comportam; pelo desgaste físico e intelectual de tantas e tantas horas de dedicação a esta causa que se chama Guiné-Bissau; pelos desgastes das relações familiares que inevitavelmente este compromisso impõe, etc. etc.

Hoje, a maioria dos estudantes guineenses (e não só) espalhados por várias universidades do mundo quando não encontram algo mais preciso nas suas pesquisas sobre assuntos da Guiné-Bissau no nosso site, enviam-nos mensagens solicitando apoios concretos que pontualmente prestamos, afim de ajudá-los nas suas formações!

Não se pense que tudo o que de diferente está a acontecer aos guineenses, sobretudo o despertar para a defesa dos interesses da Pátria, veio do acaso.

Veio do trabalho de pessoas sérias que têm conseguido mobilizar e motivar os compatriotas a não virarem a cara à luta pela mudança, pela afirmação da Guiné-Bissau!

Milhares de guineenses em várias partes do mundo "esquecidos da Pátria-Mãe" voltaram a sentir orgulho na Guiné-Bissau; voltaram a dizer SIM à Guiné-Bissau, graças ao nosso trabalho quotidiano, aos nossos apelos, ao nosso papel de ponte ao serviço da Guiné-Bissau!

Defensores dos Direitos Humanos, jornalistas, políticos e governantes guineenses contactam-nos sempre que são ameaçados, pois sabem que podem contar connosco e temos feito a nossa parte para ajudar a protegê-los... Muita gente não sabe disto, mas aproveito a ocasião para dizê-lo, pois há quem nos queira desacreditar, esquecendo-se das horas de aflição em Bissau...

Nós também sabemos o que significa Estabilidade, Paz, Reconciliação e tudo o mais que se tem dito nos dias de hoje sobre a Guiné-Bissau, mas sabemos que a tal Estabilidade que se apregoa não existe, porque nenhuma estabilidade se obtém numa esquina de uma qualquer taberna aberta nas madrugadas da caça ao bicho-homem. Ela é a mais difícil prova de equilíbrio nas relações inter-pessoais, bem como institucionais. Ela depende, em grande medida, da formação cívica e moral das pessoas e na Guiné-Bissau, ainda temos muito trabalho pela frente nesse sentido!

Na Guiné-Bissau, aqueles que demonstram formação cívica e moral são frequentemente crucificados, pois o mal sobrepõe-se ao bem, ou não fosse o país dirigido ao longo dos anos por agentes do mal!

Que Estabilidade temos na Guiné-Bissau, quando a Contra-Inteligência militar (está-lhe atribuída esta tarefa?) alerta para risco de instabilidade, pasme-se, não de carácter militar, mas envolvendo políticos, do partido do Governo.

Será verdade, ou é mais uma invenção dos que querem denegrir a imagem da Guiné-Bissau, mesmo quando se fala do PAIGC e dos seus podres, com o seu Presidente e Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau à cabeça...

Será que haverá mais um relatório, desta vez da Contra-Inteligência Militar e não dos Serviços de Informação do Estado, dando conta de uma nova tentativa de golpe de Estado e da inevitável resposta assassina contra pessoas incómodas?!

Para recordar um dia: Reconhecer, na actual conjuntura, haver Estabilidade na Guiné-Bissau é, por incrível que pareça, estar a promover a INSTABILIDADE na própria Guiné-Bissau!

Vamos continuar a trabalhar!

Guiné Bissau: Contra inteligência militar alerta para risco de instabilidade

2009-11-21

Bissau – Documento Divisão de Informação e Segurança Militar, do Estado Maior General das Forcas Armadas, da Guiné-Bissau alerta para «ameaças internas» que «apontam o avizinhar de riscos eminentes da instabilidade interna no PAIGC».

No documento, datado de 10 de Novembro de 2009, que a PNN teve acesso, intitulado «ameaças internas», a Divisão de Informação e Segurança Militar, do Estado Maior General das Forcas Armadas lê-se que «da forma como as coisas tem vindo a evoluir, apontam o avizinhar de riscos eminentes da instabilidade interna no PAIGC, partido no poder, dado que, alguns destacados dirigentes desta formação politica, que travam querelas políticas com o Presidente do Partido, igualmente Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, certamente vão constituir o pelouro de suporte do actual Presidente da Republica Malam Bacai Sanha».

O argumento assenta no facto de, segundo o documento «secreto», apesar de pertencerem todos o mesmo partido com o Primeiro-ministro, existem na realidade uma perda de confiança que pode ser traduzida em contradições interna no seio do PAIGC e que podem contribuir para intoxicar a relação entre os dois mandatários do país.

A Divisão de Informação e Segurança Militar, do Estado Maior General das Forcas Armadas, aludindo «focos de rumores», alguns ex-membros do Governo exonerados recentemente, com peso partidário, não foram, se quer, postos ao corrente da remodelação Governamental e que o Primeiro-ministro não submeteu a composição do novo executivo para apreciação nos órgãos do seu partido.

Perante este quadro, o documento concluiu que existem militantes do PAIGC, que já estão a perspectiva a realização de um congresso extraordinário, a fim de se proporcionarem o afastamento de Carlos Gomes Júnior na liderança do partido e consequente a sua exoneração do cargo do Primeiro-ministro.

(c) PNN Portuguese News Network

http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=20239

 

COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL


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PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

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