Caixa de texto: UNIÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES DA GUINÉ

 

 

 

Comunicado de Imprensa

 

A UNTG acaba de descobrir provas irrefutáveis de que o Executivo sob a liderança do Dr. Aristides Gomes, decidiu de forma arbitrária e pouco transparente mandar processar um título em nome da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné e sem o conhecimento da nossa Central Sindical, no valor de 9.052.000 (nove milhões e cinquenta e dois mil francos CFA) e para fins não programados pela UNTG.

 

A UNTG declina total e completa responsabilidade sobre o título feito em seu nome, que no nosso entender, é um crime de desvios de fundos públicos, para desenvolvimento de actividades subversivas e portanto, merecedoras de denúncia e de condenação pública e institucional.

 

Este título no valor de 9.052.000 FCFA é mandado liquidar pelo próprio Governo na pessoa do Senhor Primeiro-Ministro Dr. Aristides Gomes, no preciso momento em que o país é confrontado com uma medida unilateralmente assumida pelo actual Executivo, ao mandar alterar o horário laboral da função pública, recusando-se a dialogar e concertar como instrumentos para a resolução deste diferendo laboral, no âmbito do Conselho Nacional de Concertação Social, facto este que levou a UNTG a apresentar um pré-aviso de greve de três dias.

 

Para além de uma arrogância sem limites, o Governo do Senhor Aristides Gomes, está com a sua atitude e prática obscuras, a tentar ingerir-se em assuntos da estrita responsabilidade da nossa Central Sindical, onde existe uma direcção democraticamente eleita através das urnas pelos trabalhadores guineenses, ao contrário do Executivo, cuja legitimidade carece do voto popular dos guineenses, através das urnas.

 

A UNTG perante esta grave e irresponsável atitude passível de procedimento judicial, vem alertar o Senhor Presidente da República, enquanto garante da Constituição, para a necessidade de uma tomada de posição contra as práticas com manifesto cunho de violação grave dos procedimentos e demonstrativos de falta de transparência, de ética e de civismo que o Governo chefiado pelo Senhor Dr. Aristides Gomes está dando provas desde que assumiu as suas funções.

 

A UNTG aproveita igualmente esta infeliz e obscura acção praticada pelo Governo do senhor Aristides Gomes, para informar a comunidade internacional e o povo guineense, sobre o conteúdo deste tipo de acção que põem em causa a respeitabilidade e honorabilidade da Guiné-Bissau.

 

Em nome da transparência, da legalidade e da justiça, a UNTG vai enviar uma carta de denúncia à Procuradoria-Geral da República dando conta deste abusivo e obscuro processo de levantamento de dinheiro dos cofres do Estado em nome da UNTG sem o conhecimento ou consentimento desta Central Sindical.

 

A terminar, a UNTG vem exortar os sindicalistas e os trabalhadores guineenses a cerrarem fileiras no sentido de evitar as tentativas de compra de consciência que o Governo do Senhor Aristides Gomes está a tentar levar por diante, na sua vã e nefasta tentativa de travar a nossa luta contra os desmandos cometidos pelo actual Executivo.

 

Assim sendo e face à manifesta incapacidade do Governo chefiado pelo Dr. Aristides Gomes em aceitar o diálogo e a concertação, como instrumentos para a resolução deste diferendo laboral, a UNTG, na salvaguarda dos direitos dos trabalhadores guineenses e destabilizar a nossa Central Sindical, vem alertar o Executivo que não aceitará nem permitirá que haja ingerências externas que tenham por objectivo minar a unidade dos trabalhadores guineenses na sua luta pela preservação e consolidação em bases sustentáveis dos seus direitos.

 

A nossa denúncia visa igualmente salvaguardar os valores inquestionáveis das conquistas democráticas dos trabalhadores guineenses, pois está em preparação um plano para esvaziar e desvirtuar o Conselho de Concertação Social, como espaço de diálogo, de concertação, de negociação, enfim, de acordos entre o Governo e seus parceiros sociais, instrumentos que também consubstanciam o nosso modelo político, baseado no Estado de Direito.

 

Bissau, 20 de Dezembro de 2005

 

Pela UNTG

 

 

Desejado Lima da Costa

Secretário-Geral