O SINISTRO PRIMEIRO MINISTRO

 

Gustavo Gomes

gustavo.gomes69@gmail.com

10.10.2010

 Gustavo GomesNo dia 2 de Janeiro de 2009,  o Sr. Carlos Gomes Jr., tomou posse como Primeiro Ministro da Guiné-Bissau.

Convido os ilustres leitores a recordar em resumo, os compromissos assumidos nessa época em entrevista à imprensa Nacional e Internacional.

- O combate à pobreza será prioridade.

- Sou homem de ação e de resultados. Não prometo para depois não cumprir.

- Médicos e pessoal de saúde estarão em todos os cantos de nossa terra.

- Disciplinar o Estado estipulando uma cultura de trabalho, competência, dinamismo e rigor.

- Organizar as Finanças Públicas com contenção de gastos e controlo das receitas.

- Acabar com negócios obscuros com os  passaportes diplomáticos.

- Dotar o País de infra-estruras, construir barragens hidoelétricas no sul e superar as carências de energia elétrica e de água.

- Reforma nos setores da defesa e segurança.

- Transformar em estabelecimento prisional a antiga fábrica de óleo de palma do ilhéu do Rei.

Mesmo não tendo mencionado medidas de reestruturação e incremento na  Justiça, Agricultura, Educação, Cultura, Esportes e Turismo, avançar nos temas elencados já seria uma mudança e de compreender-se que estivesse a prometer o que entendia possível de cumprir face os desmandos de governações anteriores.

Carlos Gomes Jr., de imediato nomeou 21 ministros e 11 secretários de Estado. Só ai já eram 32 elementos no governo, um absurdo. Mas acreditou-se, e pronto aceitou-se já que era o que ele necessitava para cumprir tantos compromissos.

Seu primeiro ato governativo foi a abertura de um posto de gasolina, que já aí deixava dúvidas quanto ao limite de separar os interesses financeiros meramente pessoais e os de que aquela era obra de ignição de desenvolvimento e combate à pobreza ou seria o que ele entende como infra-estruturas que rumem ao desenvolvimento?

Seu desprezo aos acontecimentos no País, deu-se quando de  sua tranquila permanência em Lisboa enquanto fratricidas atrocidades criminosas e eliminações aconteciam em Bissau. Seria isso disciplinar o Estado e estipular (com exemplo) uma cultura de trabalho dinamismo e rigor?

O pagamento de substanciais subsídios natalinos aos ministros, o pagamento de 70 milhões de dólares aos “empresários” guineenses (quem? Quais?) como indemnização por prejuízos sofridos durante o conflito militar de 1998-1999. Seria isso a necessária contenção de gastos e controlo das finanças?

Por volta do mês de Abril de 2010, ficou por longo tempo afastado de suas funções públicas em tratamento médico no exterior. Porquê? Não achou nenhum médico ou pessoal de saúde “espalhado” nos quatro cantos de nosso País? Ou qual tem sido o incentivo, acolhimento dispensado aos inúmeros formados?

Contundentes acusações de que o Sr. Carlos Gomes Jr., foi mandante de assassinatos, perseguições politicas  e conivência com o tráfico de drogas,   foram publicamente proferidas por altas esferas do poder militar no dia 1º. de Abril de 2010, sem qualquer reação do Primeiro Ministro.

Seria o “quem cala consente”? Ou seria a confirmação de seu compromisso de que é homem de ação e resultados e de que não promete para depois não cumprir?

O sinistro Primeiro Ministro é mesmo um fanfarrão. Vangloria-se de ter achado centenas de funcionários públicos “fantasmas” (?) que recebiam “indevidamente” vencimentos do erário e de estar a pagar em dia o funcionalismo. Enaltecer-se a nível pessoal pelo cumprimento de uma obrigação?

No entanto mantem em segredo “negociatas” com o nosso petróleo, com a mineração, concessão portuária e tantos outros. Será o seu entendimento de que isso é para acabar com a falta de água e luz elétrica em nosso País? Ou vai lutar para que continuemos a nos preocupar com a falta de água e no escuro para não vermos o que se passa?

Recentemente propôs e foi sancionado pelo Presidente da República a recondução ao cargo de CEM da Armada do Sr. Bubo Na Tchuto. É isto o significado de reforma nos setores de Defesa e Segurança? Propondo um nome de pessoa que quando estava “acomodado” na representação da ONU, ele o Primeiro Ministro afirmou “ Bubo na Tchuto sai da ONU para a cadeia”. Então quem mudou? O Bubo ou o Primeiro Ministro? Ou trata-se de mais uma “manobra” para manutenção da “farsa” governativa?

Segundo se diz nas esquinas no poilão de Brá, as provas contra o Primeiro Ministro estavam “quentes” e foi preciso ceder para não se “queimar”.

Bom, espero que pelo menos cumpra com a transformação da antiga fábrica de óleo de palma em estabelecimento prisional. Afinal quando a Justiça estiver a funcionar na nossa Pátria, vai mesmo precisar de uma cadeia.

Ou será que o digníssimo Primeiro Ministro já não vê tanta prioridade assim nesse empreendimento e nem no fim das “trapaças” com passaportes diplomáticos?

Respeito os inúmeros guineenses entusiasmados e firmes defensores do Sr. Cadogo, como sendo um “injustiçado”(?), perseguido por Malam e “politiqueiros intriguistas” etc. etc.,  É um direito que têm, tanto quanto o meu de criticá-lo.

Mas por favor, não percam tempo infligindo-me ofensas pessoais. Evoluam. Peguem no texto acima e o rebatam ponto por ponto. Aí sim estaremos no rumo do debate civilizado que deve nortear as relações humanas. Não é mesmo?

Nha mantenhas


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