O SIM QUE TE DIREI…

 

 

Cadija Mané *

cadija.mane@gmail.com

14.09.2010

Cadija ManéFico sentada a imaginar o dia em que te direi o sim…imagino alegria daqueles que nos rodeiam e a quem queremos tanto fazer feliz.

 

Passei anos da minha vida a imaginar o amor, a amar uma ilusão daquilo que tracei que deveria ser o amor! Amei ou pensei amar tantas pessoas ou amei o amor que pensei ver e sentir nessas pessoas, quis que em cada relação o amor surgisse que nem um passo de mágica, que aqueles tantos olhassem para mim e soubessem o que me ia na alma, assim como nos filmes que depois de alguns minutos o casal fica feliz para sempre!

 

Vejo-me que nem um pássaro que voa e que não consegue encontrar o seu rumo, perdido nos céus. Entro em conflito comigo mesma vezes sem conta, interrogo-me vezes sem parar à procura de respostas que sempre estiveram ali e que eu simplesmente não quis ver. Tive sinais divinos da verdade, mantive-me sempre com o véu e não quis ver com clareza.

 

Ao pé de ti, estranhamente chorei porque me disseste que não queria fazer esforços para me concentrar e encontrar o meu ninho e pousar tranquilamente, chorei porque te perguntei o que é o amor? Porque é que não encontro ou não vivo aquele amor dos meus pensamentos? Porque é que não encontro o meu príncipe? Dolorosamente, que nem uma imagem que volta para trás, vi a minha vida e percebi que perdi tanto tempo, errei tanto?! Prendi-me em ilusões, não dei e não voei na direcção certa e magoei-me vezes sem conta que meu coração ficou dorido.

 

Fizeste-me ver o que é simples: o amor não pode ser fácil, porque se assim fosse não seria amor, seria um sentimento efémero e transformado em cinza. O amor não pode ser vivido imaginado, ele é real, mais real do que o real e ele começa do diálogo, da conversa, da partilha, do choro, da alegria, da dor, do abraço, de pequenos pedaços, ele tem que se conquistar, nele consiste a sabedoria, consiste em conhecer o outro, apoiá-lo e ser-se seu amigo. O amor é aceitar a realidade de braços abertos e correr o risco saudável de se saber que aquele passo que estamos a dar é certo e seguro e que de muitas partilhas e experiências podemos ser felizes. Eu quero ser feliz e a felicidade é neste momento correr esse risco saudável de dizer que contigo posso ser feliz e que não há nada que indique o contrário porque quando queremos algo o universo conspira a nosso favor e Deus para nos abençoar.

 

Pega na minha mão, ouve o sim que tenho para te dizer e vamos ser felizes.

 

Cadija Mané

 

* Socióloga

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