SHALAN GUINEENSE

 

 

Mamadú Baldé *

msbsay@hotmail.com

01.04.2010

Hoje, fui acordado como todos guineenses, com as péssimas e desagradáveis notícias provenientes da Guiné-Bissau. Não existe dúvidas temos que CONDENAR, CONDENAR, CONDENAR!!! A Guiné-Bissau não pode ficar refém de vontades alheias e militares. A classe castrense deve, como num Estado democrático e civilizado, submeter-se à classe política. E é por isso que não se pode aceitar a inversão da ordem democrática através da força, independentemente dos problemas que possam existir no seio militar e/ou com o poder político.

 

Não se trata de concordar ou não com as acções do actual executivo governamental ou com as acções de Zamora Induta. Não se trata de apoiar ninguém, trata-se de revolta contra inversão de uma ordem democraticamente eleita. Ou uma perturbação da estabilidade social no país.

 

O que se passa na Guiné-Bissau? Como dizem os Super Mamadjombo por favor contem-nos. Mas independentemente do que se passa pede-se PAZ. Porque PAZ não é só ausência de guerra mas também instabilidade significa guerra. PAZ não é TUDO mas sem PAZ tudo não é NADA.

 

Neste momento e porque Reconciliação e Paz não devem significar pactuar com uma situação desestabilizadora deve-se questionar o que se passa na Guiné-Bissau? Acompanhei desesperadamente, durante todo o dia, através de chamadas para a Guiné, através do blogue Ditadura do Consenso (http://ditaduradoconsenso.blogspot.com/) e através das notícias que nos chegam através dos meios de comunicações quer na televisão quer na Internet.

 

Como guineense mereço saber o que se passa, aliás exige-se um esclarecimento cabal e nítido do que se passa. O que já se sabe não é suficiente e esperamos saber o que se passa. Pergunto que espécie de anarquia é que queremos para o nosso país? A Guiné-Bissau está obscura e todos os actores que vimos hoje nos meios da comunicação social são responsáveis, digo isso porque directa ou indirectamente tiveram a sua responsabilidade pois não assumiram o seu papel na prevenção deste problema desde Dezembro quando Bubo Na Tchuto entrou na Guiné-Bissau, é verdade que o Presidente da República Malam Bacai Sanhá esteve muito bem aquando do seu regresso depois da estadia no estrangeiro para tratamento: “Contra-Almirante Bubo Na Tchuto enquanto guineense voltou para o seu país” contudo naquilo que é acção concreta nada se viu da parte do Presidente para resolver a questão.

 

Quando disse que todos são culpados também referia-me à comunidade guineense na diáspora, principalmente em Portugal, que hoje anda de semblante carregado de consternação e revolta, mas que teve várias oportunidades de expressar/alertar o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior e Presidente Malam Bacai Sanhá sobre a pólvora em que o país estava e (está? claro) estendido. Sim, mesmo que não fosse necessário (como muitos estarão a dizer) mas cabia-nos demonstrar a nossa revolta, não podemos existir apenas para reagir, temos que ser alertas e demonstrar que não estamos dispostos a passar pelo que estamos a passar. É por ai que deve-se dizer a todos (incluído os nossos governantes) que o CONTRIBUTO existe para o bem da Guiné-Bissau em primeiro lugar, que se garantido, oferece a todos os guineenses condições de vida duma sociedade democrática e civilizada.

 

À comunidade internacional também pergunta-se porque ter estado à espera disso para reagir? Não se compreende porque a máxima de prevenção é obviamente o melhor comportamento a ter perante casos de risco. É por isso que nós, guineenses na diáspora, devemos de demonstrar a nossa indignação pois Guiné-Bissau enquanto um país integrado nas várias organizações internacionais deve ter que obedecer direitos básicos do ser humano.

 

Não basta indignar. E agora que estamos perante ameaça aos nossos irmãos revoltados no país devemos a eles uma mostra de indignação sem sombras de dúvidas porque só assim terão ânimo para lutar contra todos os males que este acontecimento pode trazer. Não estamos (no meu caso) perante manifestações de apoio a ninguém envolvido mas sim perante uma revolta contra acções que não respeitam uma ordem instituída pelo povo.

 

Importa ainda dizer que muitas questões/debilidades que aqui no CONTRIBUTO sabíamos que existe e que os outros recusaram a ver, acusando-nos de denegrir a imagem do país foram postos a limpo. E agora ainda vão nos dizer que existe estabilidade na Guiné-Bissau?

 

Vão-nos dizer que as instituições funcionam normalmente na Guiné-Bissau? As perguntas são muitas mas as respostas nenhumas.

Mantenhas Irmãos e vamos continuar a trabalhar!

*  Finalista da licenciatura de Estudos Africanos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

 

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