RECONCILIAÇÃO 

 

 

 

 

 

Por: S. Katomuar

 

08.12.2006

 

A palavra reconciliação é traçoeira e a sua definição às vezes parece uma incógnita, quer dizer, depende como uma pessoa lhe quer definir ou interpretar. A língua Potuguesa define-a como: « O restabelecimento das relações entre  pessoas desavindas ». Este reatamento de relações que já existiam, tem de ser de uma forma verdadeira, sem mentiras e calúnias, o caso vulgar na sociedade dos malandros, em que, às vezes dizem só por dizer, mas no fundo do coração ainda restam muitas impurezas ! A minha pergunta sobre a Reconciliação é a seguinte: 

 

Se  há reconciliação pergunto: onde está Q. Spencer, E. Costa, W. N’Lay, M. Mina e muitos outros ? O porquê da reintegração dos chamados para-militares ‘’Aguentas’’ do Senhor general nas fileiras das Forças Armadas e o afastamento dos que estão a viver no Sul do país  na Tabanca X… perto do São Gregório e dos mais próximos ao Senhor A. Mané e V. Seabra ?

 

Digam-me porque é que o senhor  F. Cassamá não pode desempenhar as funções que lhe foram atribuídas  pelas Nações Unidas,  muito embora, possuindo as qualidades exigidas?

 

 Porque é que T. N’Waie recusa-se a sentar no mesmo lugar onde  se sentava o ex-colega, o excelentíssimo Seabra ; muito embora antes da sua morte o actual chefe das Forças Armadas tivesse cobiçado este lugar, sem escrúpulos e com uma ignorância infinita, me desculpem o termo!

 

Porque é que o senhor J. Cardoso deseja que o senhor D. Lima vá para o inferno depois que a sua casa foi queimada/ ou queimou-se no passado dia 14 de Fevereiro do ano em curso?

 

Onde estão as três fotografias na posse de Dj…que podiam trazer a verdade à luz do dia sobre a morte do Sr. Seabra?

 

O complôt montado pelo Senhor general e seus seguidores directos  resultou na morte do

Senhor Seabra e no pagamento de uma soma avultada que o Senhor N’Waie não soube dizer aos colegas quanto era! Muito embora a culpa não seja dele porque, o montante ilicito não tem valor e significado, por isso, ele não precisa de saber da quantia. Digo isso, porque a pergunta foi lhe feita por um colega da guerra « camarada kantu kê dau ? N’ta n’sibi nan !?

 

Porque é que não explicaram o motivo da  guerra com os Rebeldes de Casamança no passado mês de Março do ano em curso. Quantos soldados guineenses e quem são eles, que  perderam as suas vidas por causa de interesse  de um pequeno grupo de pessoas que estiveram em Dakar em Agosto de 2005 ?

 

O dito Sr. Presidente de todos os Guineenses, eu vejo, ouço e entendo através da comunicação social que, quando há uma situação preocupante no país,  caso da perda de vida dos soldados Guineenses e da população do norte do país numa guerra inventada, o Senhor deveria interromper os seus passeios nas belas cidades de Lisboa, Paris e Bruxelas para poder inteirar-se in-loco da situação !

 

Quem foram as pessoas acusadas no  bairro Militar e muitas outras zonas do país  por terem  colaborado com os ditos rebeldes de Casamança ?  Estes factos levam-me a pensar duas vezes ou mais sobre a chamada Reconciliação. Digo isso, por uma razão muito simples: o pelouro desta pasta está no caminho de se incendiar com  pólvora escondida sem dar conta.

 

O senhor Ministro da Defesa, passou para o Ministério de Ataque, porque as coisas estão lhe a empurrar para um sítio que é dfícil definir. Ser Presidente do Partido, P.A.I. não é fácil, não sei se o Senhor Ministro teve acesso à informação ou leu  a carta do seu camarada de luta, o Senhor  F. de Barros sobre o sistema que a Pátria viveu e continua a viver e também como o conhecedor da  História,  tem a noção que um sistema montado só se pode abolir com a revolução, isto quer dizer, tem que amarrar « lopê » para atingir as suas ambições não fundamentadas.

 

Tome cuidado com as suas manobras porque pode lhe sair caro. O Senhor Ministro é um dos promotores do regresso do Senhor general ao país, como  um Reconciliador de todos os guineenses; porque é que agora resolveu pegar nos foguetes sem chamas para lançar no seio da sociedade castrense em vez de ser um reconciliador?

 

 As aparências por vezes iludem, o Senhor general está muito passivo mas o tempo dirá, muito embora tenha hipotecado a sua vida pelo  poder  no meio de  crocodilos que já o conhecem.

 

Senhor Ministro quero aconselhá-lo a não ser oportunista ou precipitado nas regras do jogo. Há pessoas que estão ao seu redor e que estão seguindo as suas manobras perigosas.

 

Irmãos, os êxitos não dependem só da selecção dos amigos que andam atrás da carroça ignorando os que se opõem às ideias e às mentalidades que circulam no sistema que vigorava/vigora. Ás vezes pode acontecer ou já tinha acontecido, porque a ciência demonstra que, quando há forças antagónicas acontece sempre algo, assim como…….. ! Mas, é  melhor atingir os objectivos com a conjugação de ideias, aceitando as críticas externas e auto-críticas, seguindo o mesmo percurso com objectividade.

 

Para não se estagnar no meio de um processo, que é muito longo, é preciso uma boa organização, disciplina e estabilidade do piloto.

Haverá Reconciliação na Guiné, quando os tabús da luta de libertação Nacional, mentiras inventadas por Nino Veira e companheiros para interesses pessoais, forem trazidas à luz do dia, através de uma comissão da Verdade ou  de um Tribunal credível ( não como o nosso).

 

Faça  erros, faça mais uma vez os mesmos erros e mais uma vez para melhor !.

 

 

A Guiné vencerá.

Abraços do irmão

S. KATOMUAR (SKA)

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

www.didinho.org