QUE NÃO SE FIQUE (APENAS) PELAS PALAVRAS!

Há dias, tive oportunidade de escrever um texto "GRAVE, GRAVÍSSIMO", abordando as declarações de Kumba Yalá, altamente comprometedoras para a União Africana, em referência às últimas eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

Acho de muito bom senso que se exija a clarificação desta denúncia tanto à União Africana, como ao Ministério Público guineense, dado tratar-se de uma denúncia gravíssima e que requer explicações detalhadas no sentido da transparência que se exige, depois de toda a controvérsia à volta dos resultados das eleições presidenciais de 2005.

Sabendo que hoje, a Assembleia Nacional Popular funciona simplesmente como uma componente passiva dos 4 órgãos de soberania da República, isto por implicações da estratégia de Nino Vieira, que ao demitir o governo saído das eleições legislativas, "demitiu" a própria Assembleia Nacional Popular, criando uma representatividade parlamentar que não existia na altura das eleições legislativas, nem na forma de Partido político e muito menos como qualquer espécie de coligação partidária, cabe ao povo guineense manifestar-se no sentido da reavaliação do processo eleitoral de 2005.

A sociedade civil guineense não deve ficar indiferente a declarações comprometedoras que reavivam a polémica sobre a cumplicidade conspirativa da comunidade internacional no regresso de Nino Vieira ao poder na Guiné-Bissau!

Os guineenses é que devem escolher, livremente, o Partido que deve governar, que, por sua vez, deve indicar um nome para Primeiro-Ministro!

Que não se fique, apenas, pelas palavras, ou pelos esclarecimentos superficiais. Importa, a bem da Guiné-Bissau e, pela verdade, que se esclareçam as declarações em tom de denúncia, feitas por Kumba Yalá, um déspota, tal como Nino Vieira, que só pensa em servir-se do poder, prejudicando a Guiné-Bissau e os guineenses!

Bissau, Guiné-Bissau (PANA) - Partidos políticos da Guiné-Bissau agrupados no seio da Aliança das Forças Patrióticas (AFP) manifestaram a sua preocupação pelas recentes declarações do antigo chefe de Estado Koumba Yalá de que teria apoiado o actual Presidente João Bernado "Nino" Vieira nas eleições de 2005 a pedido da União Africana (UA).

Num comunicado a que a PANA teve acesso quarta-feira em Bissau, os partidos que apoiaram o candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Malam Bacai Sanhá, nas últimas eleições presidenciais, consideram que a "denúncia testemunha que a UA imiscuiu-se nos assuntos internos da Guiné-Bissau".

Por isso, este grupo de partidos exige esclarecimentos da União Africana considerando que tal atitude "viola a Declaração de Durban sobre os princípios que regem as eleições democráticas".

A AFP manifesta ainda a sua estranheza com as declarações de Koumba Yalá em que reclama que devia ter sido ele a disputar a segunda volta das presidenciais com Malam Bacai Sanhá e nunca Nino Vieira.

Perante estas denúncias de Koumba Yalá, a AFP defende estarem reunidas as condições para interpor um recurso de revisão do processo relativo ao contencioso eleitoral passado.

Bissau - 09/11/2006