PROSA 
 

Foi apenas em 1993 que a prosa aparece na literatura contemporânea bissau-guineense, pela pena de Domingas Sami que inaugurou este estilo com uma recolha de contos « A escola » sobre a condição feminina na sociedade nacional.

Em 1994, surge o primeiro romance de Abdulai Silá, « Eterna Paixão , que publicou outros dois romances: « A última tragédia », traduzido para francês e « Mistida » em 1997. Na sua obra Silá põe em destaque a coabitação na sociedade colonial das duas comunidades presentes, a colonizadora e a colonizada. A transição para uma sociedade pós-colonial onde uma nova elite saída da luta de libertação se instala no poder, fazendo contrastar o seu discurso revolucionário com uma prática desastrosa na governação do país, é visitada pela pluma atenta do escritor. O seu romance “Mistida” publicado um ano antes do início da guerra  civil de 1998/1999 é considerada pelos críticos literários como uma obra profética.

Em 1997, Carlos Lopes, autor de numerosas obras de carácter histórico, sociológico e político, inaugura a sua incursão na literatura nacional com a publicação  de “Corte Geral”, uma recolha de crónicas, na qual, com muito humor, descreve situações reveladoras do surrealismo que caracteriza  a sociedade guineense de todos os tempos.

Um outro escritor se impõe em 1998 na cena literária: Filinto Barros, com o seu primeiro romance “Kikia Matcho », que mergulha o leitor no mundo mágico e místico africano, abordando a vida decadente da capital nos anos 1990 e o sonho falhado que representa a emigração.

Em 1999, Filomena Embaló publicou também o seu primeiro romance, “Tiara”, que levanta o véu do delicado tema da integração familiar e social no seio da própria sociedade africana.

Carlos Edmilson Vieira, em 2000, editou « Contos de N' Nori », uma recolha de contos que evocam lendas e costumes populares, recordações de brincadeiras da juventude e as vicissitudes sociais e políticas da sociedade guineense.  
 

 

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