"A independência nacional tem de ser apenas o primeiro grande passo para a nossa liberdade e dignidade de homens e de africanos, no caminho da construção de uma vida de paz, de progresso e de felicidade para os povos - irmãos da Guiné e Cabo -Verde".

 Amilcar Cabral (O que quer o nosso Partido, 1960)


GUINÉ-BISSAU: SALVAGUARDAR A INDEPENDÊNCIA NACIONAL

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

24.09.2006

A independência nacional foi a maior vitória do nosso povo e uma das maiores conquistas de sempre dos movimentos de libertação nas suas lutas contra o colonialismo.

A proclamação da independência da República da Guiné-Bissau fez despertar o mundo para a capacidade de organização dos povos oprimidos, bem como para o reconhecimento da grandeza da obra de Amilcar Cabral sustentada no processo da luta de libertação nacional que culminou com as independências da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde.

Trinta e três anos depois e tendo em consideração os registos de um processo pós-independência que não correspondeu às expectativas dos guineenses e cujo falhanço se deve essencialmente aos desvios das linhas de orientação traçadas por Amilcar Cabral, é chegada a hora do assumir de responsabilidades, do reconhecimento dos erros e da projecção de novas estratégias de orientação que possam recuperar a motivação e o orgulho nacionais.

A Guiné-Bissau passa por momentos delicados mas, tem condições para superar as adversidades que teimosamente têm negado a reviravolta necessária para a sua afirmação.

É imprescindível que haja diálogo entre guineenses, independentemente das suas divergências políticas ou sociais.

É imprescindível que o diálogo entre guineenses se baseie em princípios e valores como sejam: a Verdade, a Justiça e o Perdão, que são referências que podem e devem suportar a tão almejada Reconciliação Nacional.

É imprescindível que os guineenses assumam os seus compromissos para com o país.

Trinta e três anos depois, a paz e a estabilidade não estão garantidas, o que  continua a condicionar o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

A independência nacional custou a vida a milhares de guineenses, sujeitou o povo guineense a todo o tipo de sacrifícios. Hoje, trinta e três anos depois, devemos reconhecer que chegou a hora de salvaguardarmos a nossa maior vitória, a independência nacional!

Viva a Guiné-Bissau!

Nota complementar: Este texto foi apresentado no dia 24. 09. 2006 como Editorial no noticiário das 14:00, o principal serviço de notícias da Rádio Bombolom FM e o de maior audiência nacional (Guiné-Bissau).

www.didinho.org