Existir por existir

 

Por: Edson Incopté

 

08.03.2009

 

 

Nasci num país que lutou por direitos

Hoje não tenho qualquer direito!

Grito, mas não sou ouvida

E ouço aquilo que não quero, sem pedido.

Sou mutilada em nome da tradição

Sou incompleta em nome do Islão.

 

Não tenho forças para lutar…

Lutar contra aquilo que não existe.

Insistem em viver noutro olhar

Eu insisto em sonhar

Sem olhar o fanado que persiste.

 

A minha lágrima cai sobre a faca

A mesma faca que me fez incompleta

Mas nem assim se desinfecta

Do sangue indefeso da mulher Guineense.

O crime é consumado

Em nome do fanatismo, como aí Deus é chamado!

 

Não sou mais a criança mutilada em nome do Islão

Fui a criança incompleta por nascer mulher

Sou a mulher que a religião tirou o prazer

Por vontade do barão.

 

A dor é grande. Mais do que um humano pode suportar

Felizmente sou mulher Guineense, só assim consigo aguentar! 

E apesar da dor

A vontade é ainda maior

De um dia viver d’amor. 

 

Existo por existir…

Na esperança de um amanhã sem fanados

De uma religião sem finados

Existo na esperança futura

Que um dia minha filha será pura.

 

 


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