DIREITO DE RESPOSTA DO SENHOR EMBAIXADOR APOLINÁRIO MENDES DE CARVALHO

 

 

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

13.01.2009

Começo por agradecer e felicitar o senhor Embaixador Apolinário Mendes de Carvalho, pela disponibilidade e pelo à vontade em esclarecer o texto do nosso jovem e valorosa promessa guineense, Edson Incopté.

 

O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO orgulha-se de todos os seus colaboradores e estará sempre, pedagogicamente falando, disponível para apoiá-los, quando necessário, no reconhecimento de falhas de comunicação/informação que lhes possam ter induzido na elaboração de textos de opinião que posteriormente possam motivar confrontação de argumentação e direito de resposta de alguém particularmente visado.

 

No espaço www.didinho.org as opiniões são livres e, portanto, da responsabilidade directa dos seus autores.

 

No espaço www.didinho.org  a verdade do autor de um texto de opinião pode, sempre que assim se justificar, ser contrariada pela verdade de alguém visado, que beneficia sempre do direito de resposta para uma possível contra-argumentação dos factos com que discorda e a ele referenciado.

 

Este é um Projecto de aprendizagem partilhada; de mérito partilhado e, obviamente, de demérito partilhado!

 

Temos vindo a estabelecer interligações de vivências, de experiências e de comportamentos, que nos possam permitir aproximar dos padrões da sensatez, da coerência e da ética, valores que pretendemos igualmente partilhar com todos os que de uma forma ou de outra têm acompanhado o nosso trabalho.

 

Pautamo-nos pela verdade, mas cientes de que há verdades.

 

Edson Incopté merece toda a nossa estima e apoio e vemos nele um jovem capaz de servir de referência a muitos jovens guineenses que ainda não encontraram motivações que os faça cultivar o espírito patriótico que ele já possui.

Reconheço que por ainda ser um jovem, apesar de muita lucidez, e tendo em conta que a emotividade de um jovem com a idade dele contrasta com a ponderação que uma pessoa mais adulta e experimentada tem, e sem querer desmentir o seu registo na afirmação sobre a seguinte passagem: " Na semana passada (03-01-2009), no regresso à nossa convivência dos sábados no Lumiar, onde realizamos as nossas partidas, ficamos a saber pela boca do Secretário Executivo da CPLP, Eng. Domingos Simões Pereira que havia um prémio monetário no valor de 20 mil euros. Dinheiro que nuca ouvimos falar, quanto mais ver a cor! ", pois cabe a ele fazê-lo ou não, bem como aceitar ou não o esclarecimento do Embaixador Apolinário Mendes de Carvalho, creio que houve qualquer falha que originou esta "certeza" na referência ao nome do actual Secretário Executivo da CPLP, Eng.º Domingos Simões Pereira, pessoa por quem nutro muita estima e consideração e de quem acho improvável uma manifestação do género.

A propósito, ainda há umas semanas atrás não publiquei um artigo de opinião no dia em que tinha previsto fazê-lo porque havia referências sobre a CPLP que queria mencionar no referido artigo e queria ter a certeza de que a minha verdade era também a verdade da CPLP.

 

Fiz questão de telefonar para a CPLP, pedindo para falar com o Eng.º Domingos Simões Pereira. Não consegui falar com ele de imediato porque estava em reunião, mas ao final da tarde teve a gentileza de me telefonar e de se inteirar das minhas questões. Conversamos muito e fiquei deveras impressionado com a "grandeza" das suas capacidades e disse cá para mim: Ainda bem que a Guiné-Bissau está superiormente representada no Secretariado Executivo da CPLP!

O Edson Incopté merece toda a minha confiança, mas deve confirmar se de facto ouviu da boca do  Eng.º Domingos Simões Pereira, que havia um prémio monetário no valor de 20 mil Euros ou, assumir que foi-lhe passada essa mensagem, reconhecendo por isso essa eventual falha.

 

Creio, apesar das inúmeras leituras e interpretações do texto/denúncia de Edson Incopté, que quer o senhor Embaixador Apolinário de Carvalho, quer o Eng.º Domingos Simões Pereira saberão compreender e ter em linha de conta que o mesmo foi feito com base nas certezas de um grupo de jovens futebolistas guineenses que representaram a Guiné-Bissau no torneio organizado pela CPLP, certezas essas características da emoção e nem sempre da razão.

 

Da parte do nosso Projecto não temos dúvidas de que Edson Incopté tem valor e coragem para admitir as suas falhas e pedir desculpas se disso se tratar, como aliás, certamente qualquer outro colaborador do Projecto faria.

 

Aproveito, uma vez mais, para agradecer a consideração do senhor Embaixador Apolinário Mendes de Carvalho que por não ficar indiferente ao texto de Edson Incopté, demonstrou estar à altura das suas responsabilidades como Chefe da Missão Permanente da Guiné-Bissau junto da CPLP.

 

Os guineenses devem falar, discutir e debater os seus problemas, pois só assim é possível haver esclarecimentos e chegar-se à verdade consensual, das muitas relativas!

 

Vamos continuar a trabalhar!

 

 


 

Resposta ao artigo “ É Ambição Excessiva ou Mesmo Falta de Carácter?” da autoria do Sr. Edson Incopté, publicado no www.didinho.org em 12 -01-2009

 

 

Por: Embaixador Apolinário Mendes de Carvalho *

 

13.01.2009

 

Antes de mais agradeço a oportunidade que me é oferecida para responder ao referido artigo. Confesso contudo, que gostaria de utilizar o meu tempo, para contribuir com artigos de opinião que possam ser úteis aos meus compatriotas, como fazia em tempos, e não para responder a este género de artigos.

Apesar da atitude inicial de ignorá-lo, acabei por responder ao artigo supracitado por conselho de um amigo, que me recordou também ser pai de família e saber quanto custou construir a imagem de técnico e cidadão que tenho na sociedade guineense. Igualmente, sinto o dever de não defraudar muitos jovens e quadros guineenses que me têm citado como uma das suas referências.

 

No âmbito da Presidência guineense da CPLP foi elaborada e implementada uma Agenda Cultural que incluía muitas actividades, a saber: colóquios, exposições, shows de música e danças tradicionais, etc. A maior parte destas actividades tiveram lugar antes e durante a Semana Cultural que decorreu no mês de Maio. Paralelamente à Agenda Cultural, foi aprovada a realização de um Torneio de Futebol “ Taça Embaixador José Aparecido de Oliveira”. Estas iniciativas, pioneiras em relação às presidências anteriores, foram promovidas pela Presidência guineense com apoios de Representações de Estados membros e do Secretariado Executivo. Toda a responsabilidade directa da organização, bem como eventuais prémios eram da responsabilidade directa do organizador, a Guiné-Bissau. Estas actividades não faziam parte do Plano de Actividades do Secretariado Executivo, não existindo deste modo verbas destinadas às mesmas.

 

A Presidência guineense, que carecia de recursos financeiros e humanos para o efeito, contou com o apoio técnico oportuno e empenhado do Secretariado Executivo, que disponibilizou o seu pessoal para integrar a comissão organizadora da Semana Cultural e do Torneio de Futebol. Cada Estado membro tinha um representante na Comissão, sendo ela coordenada pelo pessoal do Secretariado. A Guiné-Bissau foi representada pelo Sr. Bacar Camará. Todas as competências para organizar o evento foram entregues a esta comissão técnica, incluindo os prémios.

 

Apesar das dificuldades com que deparamos na organização do evento desportivo, devido à decisão tardia sobre a sua realização e falta de tempo para angariar patrocínios, decidimos avançar com as actividades porque queríamos colocar na agenda interna da Comunidade o referido torneio. Tivemos uma colaboração preciosa de todas as Embaixadas e representantes de equipas e em nenhum momento foram colocados preocupações particulares referentes aos prémios. Queríamos fazer a festa do desporto e envolver membros das comunidades dos Estados membros residentes em Portugal, o que foi conseguido com sucesso.

 

Todos os membros da Comissão estavam informados a priori dos objectivos do Torneio e das condições disponíveis. A meu pedido (após proposta da comissão) a Missão Permanente do Brasil junto da CPLP ofereceu os prémios, que consistiam apenas em Taças e Medalhas. A preparação dos prémios foi feita directamente pela comissão e Missão do Brasil. Em nenhum momento falou-se de prémios em dinheiro e este assunto não foi tratado com nenhuma entidade.

Inicialmente a Comissão propôs oferecer equipamentos a todas as equipas antes do início do torneio, mas por falta de patrocínio acabou por deixar cair este propósito, ficando as Embaixadas com a responsabilidade de assegurar todos os aspectos logísticos da participação da respectiva equipa no torneio.

 

Quanto ao eventual “prémio” atribuído aos atletas da equipa angolana, a organização não teve conhecimento, até porque as possibilidades não são as mesmas e cada grupo podia oferecer aquilo que estivesse ao seu alcance. Foi oferecida à equipa da Guiné-Bissau aquilo que tinha sido anteriormente prometido por mim de forma particular. Entendo sublinhar que antes do início do torneio todos os nossos atletas e dirigentes da equipa da Guiné-Bissau tinham sido informados previamente das condições da nossa participação.

 

Face às dificuldades e carência de apoios que a nossa equipa tinha, tive que colocar de lado os “galões de embaixador” para me envolver directamente na assistência e acompanhamento da equipa, por entender que era a condição e o caminho do sucesso. O que me foi solicitado na altura mereceu a minha atenção e com recursos financeiros escassos, maioritariamente do meu bolso, tentei fazer o mínimo para tornar possível e dignificar a nossa participação, bem como dizer um obrigado a todos os compatriotas participantes. Aproveito mais uma vez para agradecer os responsáveis da equipa, o treinador Lai e todos os atletas, que fizeram tudo o que estava ao alcance para uma boa participação e vitória no torneio. Fui desportista e pude medir quanto custou.

 

No que diz respeito à alegada existência de um prémio monetário de 20.000 (Vinte Mil) Euros, que o Sr. Edson Incopté afirma saber da sua existência, tenho a dizer simplesmente o seguinte: Não me foi entregue e nem tive conhecimento de qualquer valor monetário destinado para prémios. Igualmente não tive conhecimento de dinheiro algum destinado para prémios do Torneio de Futebol entregue à comissão técnica organizadora. Caso eventualmente se supõe tratar-se da CPLP a entidade financiadora, digo desde já que o Secretariado Executivo não me deu a conhecer em momento algum nenhum tostão destinado para prémios do Torneio de Futebol. Até porque, como já fiz saber, não havia verbas com este objectivo no orçamento da instituição. 

 

A existir esse prémio, também gostaria de conhecer o seu paradeiro. Gostaria de saber que instituição ou patrocinador ofereceu este valor para prémios e a quem foi entregue. Por isso, peço um pouco mais de empenho ao autor do texto da “verdade”, ou seja que tenha ambição excessiva de procurar a verdade, carácter e seriedade suficientes para ir até ao fim. Melhor, desafio-lhe a fazê-lo. Da minha parte terá todo o apoio, disponibilidade de tempo e eventuais contactos que precisar para esclarecimentos. Penso que não será difícil, pois qualquer valor monetário ao ser atribuído deixa rastos, ou seja teria que existir um documento que regista a finalidade para que é destinado e um cheque ou registo de transferência bancária. Esta é a prática geral da contabilidade, esta é a prática do Secretariado Executivo da CPLP ou de qualquer instituição ou empresa que se preze.

 

Como podem imaginar, a fonte de informação indicada pelo Sr. Incopté, sobre os alegados 20.000 (Vinte Mil) Euros para prémios, Eng. Domingos Simões Pereira, já foi informado desta situação, tendo desmentido qualquer contacto com este fulano e muito menos ter dado qualquer informação sobre o referido assunto. Aliás não era de esperar outra coisa. Custou-me acreditar no conteúdo do artigo, quando me informaram do mesmo.

Para conhecimento do Sr. Incopté, faço saber que o Eng. Domingos S. Pereira e Apolinário M. Carvalho trabalharam conjuntamente na organização da VI Cimeira da CPLP em Bissau com um orçamento de mais de um Milhão de Euros, com contas auditadas por gabinetes privados de auditoria, tendo sido as mesmas aprovadas.

Não sei qual o propósito do Sr. Incopté, o que lhe move, pois no mínimo a sua atitude é grave e passível de procedimento judicial. Porque tentar enlamear o nome de alguém que deu tudo o que tinha para o sucesso da Presidência da CPLP por parte da Guiné-Bissau? Será que não pode conviver com o sucesso dos outros?

 

Permita-me aconselhá-lo o seguinte: Contrariamente ao que alguns pensam a Guiné-Bissau tem ainda muitos cidadãos honestos e quadros capazes e empenhados, incluindo no aparelho do Estado, sem os quais não teríamos a gestação de movimentos e novas dinâmicas susceptíveis de restaurar a dignidade do país e constituir a força transformadora da guineendadi. Acredita e procura fazer parte desta onda, com o saber fazer e obras feitas.

Por boa educação e postura própria fico por aqui, por enquanto.

 

* Chefe da Missão permanente da Guiné-Bissau junto da CPLP


 

 

É ambição excessiva ou mesmo falta de carácter?

 

 

 

Por: Edson Incopté

edson_incopte@hotmail.com

11.01.2009

Infelizmente a mesquinharia de alguns filhos da Guiné-Bissau continua a fazer-se sentir onde quer que estejam.

Certamente muitos se recordarão de eu ter anunciado através do site www.didinho.org a realização do torneio da CPLP que decorreu no estádio da Musgueira em Lisboa, entre 8 de Junho a 20 de Julho de 2008, no qual participou a nossa selecção satélite, orientada por Lay (o famoso Manhote).

Durante todo o torneio tivemos o acompanhamento permanente do Sr. Apolinário Mendes de Carvalho Chefe da Missão da Guiné-Bissau junto da CPLP e de outros elementos ligados à nossa embaixada. O Sr. Apolinário que se multiplicou no sentido de conseguir criar todas as condições para a nossa participação no torneio, chegou a tirar do próprio bolso para pagar as despesas dos estágios realizados nos dias dos jogos. Na altura, ficamos todos bastante contentes com a disponibilidade demonstrada pelo Sr. Apolinário, pessoa que considero um exemplo, até que se prove o contrario!

Também deve ser de conhecimento de muitos que a Guiné-Bissau ganhou o torneio batendo Angola na final. O problema veio depois ou melhor chegou agora!

Durante todo o torneio muitos jogadores procuraram saber se existia algum prémio monetário inserido no torneio. Pergunta que sempre obteve resposta negativa. Sempre nos foi dito que o torneio era de cariz meramente amigável e que o mesmo tinha como objectivos a aproximação da CPLP à população e promover a convivência dos cidadãos residentes em Portugal. Portanto seria entregue uma taça e medalhas aos jogadores. O que quer que se viesse a fazer para além disso seria da vontade da embaixada de cada nação. Quero com isso dizer que quem participou no torneio fê-lo única e exclusivamente movido pelo amor ao país e ao futebol. Já que nos foi incutido que seria muito bom para a imagem do país ganharmos o torneio. Embora a organização pertencesse maioritariamente ao Brasil quem estava na presidência da CPLP era a Guiné-Bissau, logo, era bom para o nome da nossa terra a conquista do torneio, isso sem falar do facto de ser o primeiro e, portanto, ficar sempre na história.

Por termos vencido o torneio tivemos direito a estar presentes no cocktail que marcou o encerramento da presidência da Guiné-Bissau na CPLP no Palácio da Foz, onde orgulhosamente os Guineenses exibiram a taça conquistada. Depois disso, uma semana depois, realizou-se um piquenique na Quinta do Lumiar para cerca de 30 pessoas, onde mais uma vez o Sr. Apolinário esteve e conviveu com toda a equipa.

Posto isso, a coisa ficou por ali, nada mais foi feito nem dito!

Na semana passada (03-01-2009), no regresso à nossa convivência dos sábados no Lumiar, onde realizamos as nossas partidas, ficamos a saber pela boca do Secretário Executivo da CPLP, Eng. Domingos Simões Pereira que havia um prémio monetário no valor de 20 mil euros. Dinheiro que nuca ouvimos falar, quanto mais ver a cor! 

A pergunta agora é a seguinte: O que foi feito com os 20 mil euros?

Porque gasto naquele piquenique para cerca de 30 pessoas é que não foi, de certeza absoluta!

Sendo assim queremos esclarecimentos acerca de todo esse enigma. Todos os participantes no torneio pela nossa selecção gostavam de ver esclarecida esta questão. Pedimos esclarecimento não no sentido de reaver o dinheiro ou algo que se pareça, até porque ninguém é ingénuo a esse ponto. Mas sim para esclarecermos também possíveis dúvidas em relação ao carácter de determinadas pessoas e sabermos com que contar amanhã, mesmo porque o torneio não fica por aqui, voltará a realizar-se.

Para concluir gostava de dizer que caso se venha a confirmar que esse dinheiro existiu mesmo, será mais uma prova da gananciosa mentalidade dos muitos filhos da Guiné-Bissau que nos representam. Pois até a equipa Angolana que perdeu na final recebeu 100 euros por elemento e a nossa que venceu o torneio ninguém recebeu nem um centavo. Caros irmãos, caso isso tudo se venha a confirmar, vai mais uma vez mostrar a cultura de podridão em que estamos atolados.

 

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