CARTA ABERTA AO SR. MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

 

De: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

18.06.2007

 

Sr. Major Baciro Dabó

Esta carta aberta já deveria ter sido publicada desde o passado dia 1 de Junho, no entanto, por motivos de força maior, só hoje decidi publicá-la.

Começo por lhe dizer que sei que o Sr. Ministro é um especialista nato em negar as suas práticas, facto com que nos habituou ao longo dos tempos e que já não nos estranha.

Esta minha carta é para lhe dizer, na sua qualidade de estratega - operacional do "seu" General-Presidente, que tomei conhecimento, na noite de 31 de Maio passado, de uma conspiração orquestrada pelo Sr. Ministro, com vista à eliminação física da minha pessoa!

A informação foi-me transmitida desde Bissau, através de uma fuga de informação do grupo com que o Sr. Ministro esteve reunido.

Da sua boca, Sr. Ministro, saíram palavras tais como: "Ele é um alvo fácil de matar. O seu irmão já foi, agora é a vez dele..."

Como lhe disse no princípio desta carta, o Sr. Ministro já habituou os guineenses a dar o dito por não dito, mas posso lhe dizer que tenho total confiança na fonte que me contactou, para me avisar da preparação de uma armadilha, por estes dias, no sentido da minha eliminação física.

Quero dizer-lhe a si e ao seu patrão que, vivendo eu no país que se chama Portugal e sabendo que os Srs. sabem onde vivo e, por isso, cobardemente podem orquestrar qualquer acto contra a minha pessoa, decidi, desde o dia 1 de Junho, participar às autoridades portuguesas sobre esta conspiração, tal como anteriormente o fiz em relação a ameaças de morte a mim dirigidas.

O Sr. Major Baciro Dabó para mim não passa de um assassino, repito, não passa de um assassino e o tempo acabará por provar isso!

Repare que sou responsável pelo que escrevo e não negarei que foi isso que escrevi, caso queira processar-me pelo termo utilizado.

A Guiné-Bissau continua a ser um país dirigido por um monstro que tem no seu estratega - operacional, de nome Baciro Dabó, a missão de eliminar os incómodos de um regime que ao longo dos anos se especializou em matanças para silenciar as vozes incómodas.

Como já escrevi inúmeras vezes, o meu trabalho é uma Missão para o resto da minha vida, por isso, não é a morte que me preocupa, mas sim o que devo fazer enquanto estiver em vida para cumprir a Missão que tenho pela frente!

Quero dizer-lhe a si e ao seu Mandante que assassinar alguém nunca foi, nem será, um acto nobre ou de coragem, pelo contrário!

Sejam responsáveis, deixem-se de mascarar frequentemente e, sabem que mais? Confessem os vossos pecados que são muitos...!

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