A TEIA  QUE NOS SUFOCA

 

 

Gustavo Gomes

gustavo.gomes69@gmail.com

26.03.2011

 Gustavo GomesEmpresários de nome e riqueza, muitos deles pouco ou nenhuma idéia têm do que seja um planejamento estratégico, investimentos de longo, médio ou curto prazo, globalização ou marketing.

Querem é ganhar dinheiro pelos bons conhecimentos na esfera governamental e militar que lhes facilitem as negociatas de receber ciclicamente verbas de financiamentos ou ganhar licitações para projetos começados e largados. Ter “amizades” que reduzam ou anulem impostos ou taxas a recolher aos cofres públicos,  ou participar de lavagem de dinheiro ilícito ou ajudar a “girar” a plataforma do tráfico de drogas ou habilitar-se receber dívida (?) do governo.

Este esquema permite-lhes dar boa vida aos “parceiros” do governo e aos militares colaboracionistas, bons estudos e boa vida a filhos, mulheres, amantes etc. e a acumular expressivos valores no exterior.

Reinvestir na Guiné? Nunca. A preocupação é só ver até quando se mantêm na mó de cima.

Estes empresários estão iludidos e desconhecem que as novas regras internacionais sujeitam ao congelamento ou bloqueio quaisquer contas bancárias e bens pessoais, familiares ou empresariais que tenham proveniência nebulosa.

Não percebem que, com este comportamento de sanguessuga, alimentam o clima de instabilidade politico militar (guerra)  que tanto dizem temer por prejudicar os negócios, até mesmo dos poucos empresários que não participam desse esquema.

Esses ditos empresários, não têm espirito empreendedor, para investir, crescer, dar emprego e atrair e associar-se a  investidores internacionais de credibilidade. Enfim desconhecem o segredo de fazer a roda dos negócios girar, como fazem noruegueses, uruguaios ou neozelandeses.

Nossos generais, almirantes e brigadeiros, frutos de uma luta armada, mas que depois não buscaram adquirir instrução, estudo ou adestramento  para  fazerem jus às patentes ganhas ou conseguidas.

Há dúvidas quanto a isso?

Que militar conhecemos (além de Bubo, é claro) que entendem  que “estado de pleno direito” é quando são eles a mandar nas Leis. Quando são as Leis a mandar neles aí “é a ditadura” que se apressam em reverter.

De que adiantarão programas de reestruturação das forças de segurança se as altas patentes não têm o devido preparo intelectual, o devido conhecimento de estratégia internacional ou sequer da Constituição do País (basta ver em quantas quarteladas e motins o País já se meteu), ou do Código de Disciplina Militar.

Nenhuma Ordem militar de dignidade, honra e patriotismo pode aceitar o dito Exército Guineense como uma Ordem militar, levando em consideração a  sucessão de bárbaros assassinatos de militares por militares, os golpes de estado, a soldadesca obrigada a ver o território invadido por pessoas, embarcações e avionetas estrangeiras. A soldadesca sendo obrigada a buscar, esconder proteger e levar drogas, pertencentes a companheiros de farda que vivem no luxo enquanto eles miseravelmente confinados em casernas impróprias.

O que lhes passará pela cabeça quando compararem com as extraordinárias instalações hoteleiras em que ficará estacionada a força da missão de militares  angolanos.

E mais. Que deputados vemos a questionar onde estão as receitas do petróleo (40%) explorado em conjunto com o vizinho Senegal (60%). Que deputados vemos a exigir a identificação das  autoridades públicas  envolvidas nos constantes escândalos das receitas, desvio de verbas e falcatruas nas licitações de serviços públicos. Que deputados ou partidos de oposição vemos indignados com a falta de empenho em investigar o narcotráfico, os assassinatos e perseguições. Que deputados demandam por esclarecimento quanto ao pagamento de 70 milhões de dólares aos empresários. Quais são os deputados da nação que irão acompanhar os trabalhos da missão militar e dos investimentos angolanos? Quais são as empresas que abocanharam blocos de exploração petrolífera e que as estão a revender, e quais empresas estão a levar nosso pescado, nossos minérios nobres, nossas madeiras?

Dos órgãos de justiça nem vale a pena comentar. Amine só  sabe gastar em viagens internacionais.

Há celeridade da dita justiça em  absolver Bubo Na Tchuto, traficantes procurados internacionalmente ou convocar desafetos, mas impera a morosidade e a falta de meios quando se trata  de dar andamento aos inúmeros processos de assassinatos, crimes de lavagem de dinheiro, garantias de direitos individuais de propriedade.

Tudo orquestrado pela Primatura governamental de um Primeiro ministro ex testa de ferro de um ex presidente mas que, presentemente está abastado com uma fortuna de proveniência duvidosa. Comporta-se com horripilante arrogância, convicto de que é o iluminado dono único e absoluto do País. Seu lema tem sido o de prender e arrebentar e eliminar quem questione suas negociatas e as de seus comparsas. 

O  titubeante Presidente da República abstém-se de cumprir suas obrigações de garante da soberania e vigilante da governança. Ao invés disso, preferiu criar um governo paralelo, à sombra, que é uma mescla de intelectuais até idóneos junto a uma  escória de delfins e militares nem tanto.

Enfim, todos farinha do mesmo saco. Todos a chafurdarem na lama da mesma pocilga, convictos que conseguem e vão continuar a conseguir enganar a todos o tempo todo.

Será?

Se tenho consciência de que estou sendo repetitivo?

Sim. E assim continuarei para que eles não julguem que também a mim estão a enganar.

Nha mantenhas

 


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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