UM POVO RICO QUE VIVE NA MISÉRIA E O SEU PAPEL NA DEMOCRACIA

 

 

 Simplício Leitão de Melo *

 giomelo_69@hotmail.com

11.08.2009

SIMPLÍCIO LEITÃO DE MELOEste humilde povo que vive sem se aperceber da sua própria riqueza, esquece-se que ele é o senhor da sua própria miséria, fome e maus tratos. Este povo nunca soube que ele é o dono da própria vida que vive.

Deus lhe deu tudo:  um país que tem de tudo,  uma natureza que nunca soube aproveitar de modo a  ter uma vida melhor.  Nunca ninguém pensou que esta terra é sua e que pode dar e receber dela; uma terra que poderia ser transformada num paraíso de África ou num mundo onde nenhum dos seus filhos precisaria de emigrar e se o fizesse seria para conhecer o outro lado do mundo. Mas nunca soubemos dar valor a este país de terra fértil, onde os seus filhos poderiam ter o que comer para toda a vida. Bastaria só trabalhar e pensar um pouco no que temos na terra onde nascemos: um solo fértil e acolhedor e  um clima invejável.  

Vejamos, este povo é sofredor, porque quer. Repare-se como funcionam os políticos, politiqueiros, que só conhecem as pessoas quando chegam as eleições. Fazem  promessas,  nem sequer conhecem  a Bíblia da República e querem mandar. Por favor, meus políticos, deixem este povo pensar bem no que é bom para ele.

Os políticos querem é o voto do povo e não se interessam pelo país. Mas mesmo assim o povo aplaude-os com mãos e pés e um sorriso de fome e miséria, porque ele come e vive de eleição em eleição. Mas este povo nunca pensou que sem o seu voto eles são uns Zé-ninguém, pois ele é que decide quem será o seu governante. Mas o povo comete sempre o mesmo erro. E a sociedade civil, os sindicatos, as associações, os chefes religiosos e régulos defendem o governo e não o povo como devia ser. Mas como o governo os suborna, esquecem-se que eles são defensores da humanidade. Todas estas instituições estão politizadas.

Quando é que vamos ser filhos da Guiné com pensamento de guinendade?

Esta mãe  de nome Guiné-Bissau, nunca fez nada para travar a epidemia, esta guerra, este mal-estar e esta pobreza que é a nossa manta de cobrir. Por que ficamos calados? Não há nenhuma voz viva que possa travar esta maldita guerra, que é a guerra mais terrível que um homem possa ter em toda a sua vida? Nem a 1ª e a 2ª guerras mundiais podem ser comparadas com esta guerra onde o povo sofredor não tem palavra, não tem respeito e é humilhado. Apenas se aproveita do seu voto para se ser eleito. Quando é que os politiqueiros reconhecem a humildade deste país? Eles não são políticos porque não têm a ambição de pensar, de construir uma nação digna, com respeito. Pergunto-me  onde está a nossa cidadania? Este povo que merece  tudo é dono do seu próprio país!

Um país onde todos os seus filhos só pensam na emigração onde possam sentir-se como um ser humano. Os próprios políticos quando estão "fora de jogo" rapidamente entram para a equipa dos emigrantes.  

A nossa querida terra esta a ser maltratada pelos homens que nunca pensaram nela e nem nos seus filhos, mas um dia ela terá liberdade para os seus próprios filhos e será uma terra de acolhimento para todo o mundo graças à beleza da sua natureza.

Se todos nós pensássemos um pouco nela e fizéssemos por ela o que deveria ser feito por cada um de nós, esta nação seria outra. O nosso povo nunca pensaria em emigrar e ninguém teria interesse em fazer política de barriga cheia como estão a fazer os nossos políticos que nem sabem que a política tem as suas regras..

O povo sabe bem como funciona a democracia africana. Depois de eleitos, os senhores deputados esquecem-se de que o povo é que os conduziu para a "casa da misericórdia".

A realidade desta terra é que merece do seu filho o melhor do mundo. Há que saber aproveitar o que de bom este país nos deu.
 

Guiné pensa um minuto pa bu fidjos

Abo i terra bonito ma bu malgoss

O povo escolheu. Vamos todos de mãos dadas construir esta terra. Quem ficar de mãos cruzadas, não poderá contar a história aos seus filhos e netos. Penso que agora vai ser consolidada a democracia, mas com uma condição: que os que estão de fora não estorvem os outros e os deixem trabalhar para que depois sejam julgados pelo seu povo.          

 

* Técnico médio em Programação para Computadores

 

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