UMA REFLEXÃO SOLIDÁRIA

 

 

Por: Mamadu Lamarana Bari

 

mlbarry1@gmail.com

 

Prof. Dr. Mamadu Lamarana Bari

 

24.05.2008

 

 

 

Bendizer o desencontro de atitudes não é se atemorizar perante o provocador, mas sim mostrar-se disposto a salvá-lo das masmorras de ignorância e do egocentrismo em que está metido.

 

Caro Irmão Didinho

 

Chamo-lhe assim, continuo chamando-lhe assim e continuarei a tratá-lo assim para sempre. Irmão não é apenas aquele com quem saímos da mesma mãe. Irmão é aquele que soma, que emociona vendo o semelhante triste e se prontifica a ajudá-lo. Irmão é aquele que se prontifica a troco de nada, a elevar e fazer outros compartilharem na elevação do prestígio do seu semelhante, seja ele conterrâneo ou cidadão de outro país. Irmão é aquele que se prontifica a gosto para tornar o semelhante cidadão do mundo, isto é, revelando seus valores. Irmão é aquele que nutre coragem para revelar a verdade e não deixar que outros sejam levados por convencimento a fazer da mentira a verdade.  Tudo isso, Didinho, eu identifiquei em você, por isso, desde quando vi pela primeira vez o site www.didinho.org, apostei nele e vi a pessoa  que está à frente como um verdadeiro irmão. Tenho razões de sobra para lhe tratar familiarmente como irmão, não só por conhecer e conviver com seus tios, mas também por conhecer a sua falecida mãe. Preferi escrever esta mensagem em prosa para dar a extensão que merece o verdadeiro sentido da palavra que nela estou expressando. Poderia tê-la feito em versos mas quem sabe, talvez algumas pessoas se sentiriam tentadas a interpretar o que estaria dizendo, ou o que quereria dizer.

 

Meu caro irmão, as críticas construtivas nos ajudam a melhorar e nos incentivam a dar cada vez mais o melhor de nós. As críticas destrutivas ou maldizentes para não dizer "malditas" não ajudam a construir nada, mas também não conseguem destruir a verdade inconteste e muito menos o seu trabalho que é LUZ e PAZ nesta missão árdua sua de fazer de todos nós informados sobre problemas quotidianos da nossa querida Guiné. Eu já disse uma vez a um dos colaboradores do site didinho quando estava à frente da página Educação, que o assunto Guiné é de todos nós, europeus, americanos, asiáticos e africanos, porque os problemas que este jovem país atravessa perpassa a nossa vontade, ainda que envergonhados,  de isolá-lo perante o mundo. A Guiné através de seus filhos na diáspora ajuda a erigir economias, a educação e a saúde de países até do primeiro mundo. A contribuição de guineenses no mundo atual é algo de se admirar e aplaudir. Isso são fatos nos Estados Unidos, na Europa como um todo, na Ásia, nas Américas e na África.

 

Neste contexto, rendo as minhas homenagens ao Professor Doutor Joaquim Tavares, carinhosamente chamado por todos nós de Djoca.  Primeiro, por ter sido Doutor Joaquim Tavares (Djoca), excelente aluno de todos os tempos no Liceu Nacional Kwame N'Krumah, ainda que saudosamente quiséssemos chamá-lo Liceu Honório Barreto, a ordem dos fatos não alteraria a minha afirmação. Djoca senhor nota 100 (20 valores). Este é um dos fatos que atestam a qualidade intelectual do nosso querido Professor Doutor Joaquim Tavares. Segundo, outros fatos acadêmicos são a excelência nos estudos, na Faculdade de Medicina de Lisboa e de Pesquisas nos Hospitais e Universidades dos Estados Unidos por onde o senhor Doutor Joaquim Tavares passou. Terceiro, os diplomas e homenagens mostram o grande Investigador que ele é.

 

Não nos enganemos irmãos, todos nós sabemos que nos Estados Unidos não se vence com brincadeira. O Título Doutor ou Professor não se dá de qualquer maneira. Tem que se ralar na carteira e queimar as pestanas 48 horas por dia, se é que existe o dia com 48 horas, mas é força de expressão para dizer que se 24 horas não chegam a um estudante de Graduação para colocar as matérias em dia, imagine-se um estudante de doutoramento. Não existe o doutorado a la Carte, do tipo escolhe o que você quer falar e escrever e montaremos as matérias para daqui a uns 24 meses você voltar para defender. Um doutorado nos Estados Unidos e mesmo no Brasil, país que adota o sistema americano do ensino, leva no mínimo 24 meses de creditação e aulas, o sistema presencial, e mais 24 meses ou, no máximo 30 meses para a elaboração e a defesa de Tese do Doutoramento. Não contando o exame de Qualificação Doutoral (eliminatório) que um estudante do Doutorado é submetido para testar a sua maturidade intelectual e acadêmica.   Portanto, meu irmão Didinho, eu assino em baixo, pode chamar Djoca de Professor Doutor com letras maiúsculas.

 

Além de tudo isso, o Djoca, agora sim o chamo carinhosamente assim, pelo lado humano dele é de uma sensibilidade sem par em lidar com os semelhantes. Djoca foi excelente companheiro de todos os seus contemporâneos no Liceu nos idos de 1976 a 1978. Ele foi o nosso professor de Português, Matemática, Física, Química, História, Geografia, enfim de todas as matérias. Ele conseguia ser mais claro na explicação do assunto do que o próprio Professor da matéria pelos detalhes criativos que arranjava na hora para ilustrar as aulas. Isto tudo com a preocupação de não deixar ninguém sair do encontro sem entender nada. Outro detalhe importante do Djoca é a sua pontualidade ímpar. Uma vez, precisei de sua ajuda na disciplina de Matemática, porque corria o perigo de ser reprovado nos exames finais. Combinamos encontrar no Bar do Benfica às 16:00 h. Como morava no Cupelom de Baixo perto da Capela, então para mim o Bar do Benfica era um salto. Cheguei meia hora antes do combinado, qual foi a minha surpresa, o Djoca estava lá sentado me aguardando, eu envergonhado olhei para o relógio e ele amavelmente sorriu dizendo que foi ele o antecipado. Meus irmãos, não só saí de lá satisfeito sabendo o assunto na ponta da língua, como também fui aprovado com a média de 80 pontos em Matemática. Portanto, meu irmão Djoca, como lhe disse uma vez na correspondência que mantivemos, você foi também ontem um dos que agradeço pelo meu sucesso hoje no mundo acadêmico. Nesta base, tributo as  minhas homenagens à sua pessoa como homem, intelectual, acadêmico e grande companheiro de todos os tempos. O que vem de baixo que não lhe atinja, você é Estrela Maior na Constelação da intelectualidade guineense. Que os sentimentos alheios me perdoem. Mas devemos honrar o nome de quem faz da Guiné grande pela sua luta e obstinação de não se tornar indiferente perante os problemas da Guiné, as minhas homenagens, também, para este grande Lutador pela Verdade - o Didinho. A sua voz ninguém cala porque ela ecoa a verdade e contribui para unir os guineenses em torno do repensar as nossas atitudes como cidadãos e como homens públicos.  Falamos com mérito de Amilcar Cabral, porquê não falarmos de novos talentos guineenses como o Professor Doutor Joaquim Tavares. O Amilcar Cabral, certamente, onde está, que Deus  o tenha,  acena afirmativamente com as minhas palavras.

 

Caro irmão Didinho perdoemos a quem nos tem ofendido, porque essa ofensa não atingiu apenas a sua pessoa, mas todos nós guineenses e amigos do site www.didinho.org. Nesta base, peço que seja tornada pública esta singela homenagem.

 

Muito respeitosamente,

 

 

Mamadu Lamarana Bari

 


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