SAI SATANÁS, SAI!

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

12.06.2009

Fernando Casimiro (Didinho)O Governo da Guiné-Bissau afinal tem um novo porta-voz, mas esqueceu-se de comunicar a retirada do estatuto de Porta-voz do Governo, atribuído ao Ministro da Comunicação Social,  Fernando Mendonça, passando-o para o senhor Óscar Barbosa "Cancan", Ministro da Energia e dos Recursos Naturais.

Que se saiba, oficialmente Óscar Barbosa é Porta-voz do PAIGC e não do Governo, portanto, a Conferência de Imprensa do Governo que delegou Óscar Barbosa como seu Porta-voz para apresentar alegadas provas de uma tentativa de golpe de Estado, foi na verdade a confirmação de que, o principal "conselheiro" do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. é Óscar Barbosa.

Provas... Ouvi-as primeiro através da RDP África e não consegui ligar nada do que foi dado a conhecer com tentativa de golpe de Estado. Depois vi e ouvi na RTP África a reportagem e, mais uma vez, não consegui tirar nenhum ponto que sustente uma acusação ao ponto de servir de prova, até porque quer as imagens, quer a gravação áudio não são muito perceptíveis.

Entretanto, vi muito ódio, muita maldade nas expressões do senhor Óscar Barbosa "Cancan" e nas entrelinhas da sua miserável intervenção, ficaram ameaças sérias...

Disse "Cancan" que o Governo não irá tolerar mais situações do género.

Pergunto: será que depois da morte de alguém, pode-se falar em tolerância?!

Óscar Barbosa "Cancan", já foi colaborador deste nosso Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, porque em tempos (2004), manifestou livre vontade em dar o seu Contributo, escrevendo e partilhando artigos de opinião.

Foram muitas as vozes que me chamaram a atenção para o facto de o Cancan não ser boa referência para fazer parte dos colaboradores do Projecto.

Registei essas chamadas de atenção e  embora concordando com os argumentos apresentados, não podia abdicar dos registos das memórias de um homem que tinha convivido de perto quer com Luís Cabral, Nino Vieira e, posteriormente com Carlos Gomes Jr.

Conheço o "Cancan" desde sempre, pois em determinada fase da sua vida, recebeu apoio, como filho, da parte do meu falecido avô paterno, Manuel Casimiro e, por isso, sempre nos tratamos como família.

Desde que comecei a criticar o PAIGC e o Governo de Carlos Gomes Jr. que o Cancan passou a ter-me como inimigo e há quem tenha ouvido da boca dele, algumas ameaças à minha pessoa, há cerca de 2 anos.

Hoje decidi remover Óscar Barbosa "Cancan", da lista de colaboradores do nosso Projecto, porque não merece a nossa confiança e consideração!

Segue um poema da minha autoria dedicado ao senhor Óscar Barbosa "Cancan", Ministro da Energia e dos Recursos Naturais, Porta-voz do Governo, Porta-voz do PAIGC, Conselheiro e Testa de ferro do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr..

Vamos continuar a trabalhar!

Sai Satanás, sai!

Óscar Barbosa

Hoje vi teus olhos carregados de ódio

de muito ódio

parecias um demónio

parecias não,

és um demónio

 

Estavas lá a dar a cara

a dar a voz

pelos crimes de outros

demónios como tu

 

Ouvi-te mentindo

ouvi-te ameaçando

 afinal,

não esqueceste o teu passado

de mentiras, intrigas e crimes...

 

Se o amanhã existir

da luta de hoje

poderemos todos dizer

sai Satanás, sai!

Didinho 12.06.2009

 

Bissau, 12 jun (Lusa) - O governo da Guiné-Bissau apresentou gravações de áudio e vídeo como provas da tentativa de golpe de Estado em 5 de junho, em que foram assassinados dois políticos do país.

Na presença de jornalistas, sem direito a perguntas, o ministro dos Recursos Naturais e Ambiente, Óscar Barbosa, apresentou uma gravação de áudio de uma suposta conversa telefônica entre o suposto líder do grupo, o ex-ministro da Defesa Hélder Proença, que era dirigente do PAIGC (partido no poder), a partir de Dacar, capital do Senegal, com um militar não identificado, em Bissau.

Na mesma ocasião, Óscar Barbosa, acompanhado pelo ministro do Comércio, Botché Candé, exibiu um vídeo que teria sido gravado com uma microcâmera em uma caneta, mostrando uma conversa entre o ex-primeiro-ministro Faustino Imbali e o atual vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, coronel António Indjai.

Tanto a gravação de áudio como a de vídeo não são claramente perceptíveis. Na gravação de áudio, em crioulo, Hélder Proença pede ao militar (que seria membro da sua ligação com as Forças Armadas em Bissau) para que o suposto golpe não fosse adiado em relação à data prevista, isto é, na madrugada de 5 de junho.

"Era bom que a coisa não seja adiada. Não pode ser adiada por causa de fuga de informação", disse Hélder Proença, que foi morto na madrugada de 5 de junho, na estrada Dacar-Bissau por forças de segurança, que afirmam que o político resistiu à ordem de prisão quando o golpe foi descoberto.

Sobre o pedido de Proença para que o golpe não fosse adiado, o militar o tranquilizou, dizendo-lhe que a ação não seria adiada.

"Não pode ser e não vai ser adiado hoje. Pode deixar que já tenho os homens e quarenta AK (armas automáticas do uso exclusivo do exercito guineense). Vamos bloquear o homem na sua residência onde ele dorme", disse o seu interlocutor militar, numa alusão ao chefe interino do Estado-Maior das Forças Armadas, Zamora Induta.

Material apresentado

Ainda sobre a suposta conversa entre Hélder Proença e o militar, o político informou que toda a documentação do suposto golpe de Estado, incluindo os discursos, já teria sido preparada, encontrando-se na posse de Faustino Imbali.

"Não se preocupem com os outros aspectos, comunicado e coisas do gênero, já está tudo preparado e está com o Faustino Imbali", disse Proença numa série de conversas telefônicas gravadas pelos Serviços de Informação de Estado (SIE, o serviço secreto guineense).

O Governo apresentou ainda um comunicado do auto-intitulado Alto Comando das Forças Republicanas para a Restauração da Ordem Constitucional que seria apresentado ao país caso o golpe de Estado tivesse êxito.

No comunicado, são feitas várias acusações ao chefe interino do Estado-Maior ao primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, acusando-os de serem os responsáveis pelo "bloqueio" do país e "perversão da ordem constitucional", com a morte do presidente João Bernardo Nino Vieira e do chefe do Estado-Maior, Tagmé Na Waié, em março.

"Contra esta perversão da Ordem Constitucional e Democrática, um grupo de patriotas, combatentes de liberdade da Pátria e membros das nossas gloriosas Forças Armadas, reunidos em torno do Alto Comando das Forças Republicanas, decidiu a partir deste momento pôr fim a este estado de coisas, com o objetivo de evitar que o nosso país venha a conhecer mais uma espiral de violência de consequências imprevisíveis", diz o comunicado distribuído aos jornalistas, como mais uma prova do golpe de Estado.

 

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