REFLEXÃO

 

 

Ricardino Jacinto Dumas Teixeira *

ricardino_teixeira@hotmail.com 

01.07.2013

No meu artigo de opinião, publicado no Espaço Contributo sob o título “ESTIMULANDO O DEBATE: ILAÇÕES DE 12 DE ABRIL E TOLICE ÉTNICA - Ricardino Dumas Teixeira 01.07.2012”, num gesto de provocação reflexiva sobre o pensamento de AMILCAR CABRAL, nosso eterno intelectual, dizia: o conflito político atualmente na Guiné-Bissau, com a proliferação do campo social político, não pode ser entendido no quadro do pensamento binário colonizado e colonizador, de AMILCAR CABRAL. Não houve reações, positivas ou negativas, repúdio ou questionamentos, mas o silêncio serviu-me de referência para compreender que minha mensagem não passou, não teve ressonância entre aqueles que pensam pelas suas próprias cabeças. Hoje, depois de uma profunda reflexão, achei pertinente trazer uma citação de AMILCAR CABRAL, que encontrei por acaso, e se CABRAL estivesse vivo, concordaria comigo, quando, na década de 1960, em plena luta, dizia o seguinte aos seus companheiros:

Na sociedade neocolonial ou situação pós-colonial, a estruturação mais ou menos acentuada da sociedade nativa vertical e a existência do Estado nacional, integrado por nativos, agravam as contradições no seio dessa sociedade e tornam difícil, se não impossível, a criação duma frente unida tão ampla como no caso colonial” (CABRAL, 1978, p. 210).

Quero dizer aos colegas e conterrâneos guineenses e amigos da Guiné-Bissau, não devemos deixar nos levar pelos sentimentos, dominados pelas paixões na análise da realidade, particularmente no que tange pensamento de AMÍLCAR CABRAL. Questionar ou criticar Amílcar, INTELECTUAL ORGÂNICO, com fundamento, não significa separatismo, etnicismo, fundamentalismo, racismo entre outros “ISMOS”. Significa, sim, desenvolver o pensamento crítico, algo que CABRAL sempre procurou com ética, trabalho e estudo e dedicação PERMANENTE. Repito: a luta de classe, embora importante para aglutinar interesses para a independência nacional, não é suficiente para compreender o conflito atual na Guiné-Bissau. Meu interesse pessoal é produção de conhecimento, independentemente da religião, cor da pele, condição econômica ou origem social e cultural. Como diária alguém, devemos apreender sempre, nos livros, nas experiências dos outros e na nossa própria experiência concreta. Para terminar, quero dizer o seguinte: Eu não penso pela minha própria cabeça, mas eu penso.

 Ricardino Jacinto Teixeira

* Doutorando em sociologia política UFPE/Brasil

 

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