Os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento da Guiné-Bissau: Que perspectivas?
Ao adoptar a Declaração do Milénio durante a Assembleia-geral das Nações Unidas em Setembro de 2000, a Guiné-Bissau comprometeu-se, à semelhança de 190 outros países, a trabalhar em prol da realização dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento (OMD). A realização destes oito objectivos constitui hoje um desafio para a Guiné-Bissau.
Os objectivos não são um instrumento programático. A vontade política e as boas ideias políticas que sublinham qualquer tentativa de atingir os objectivos só podem funcionar se forem transformadas em estratégias de desenvolvimento controladas e conduzidas a nível nacional, orientadas por uma ciência sã, boa economia e governação transparente e responsável.
Mas o verdadeiro poder dos objectivos é político. São a primeira visão nacional de desenvolvimento que conjuga um aval global com um enfoque clara nas populações mais pobres do país e os meios que sobre eles devem ser aplicados.
Os objectivos são um conjunto de referência para avaliar o progresso – e para proporcionar ás pessoas a responsabilização dos políticos. Ajudam as pessoas a lutar pelo tipo de políticas e acções que hão de criar empregos dignos, melhorar o acesso às escolas e erradicar a corrupção.
Também são compromissos dos líderes nacionais, que têm de ser responsabilizados pelos seus eleitorados em função do seu desempenho
O nosso Pais, de acordo com o Relatório Mundial do Desenvolvimento Humano de 2003 do PNUD, foi considerado um país absolutamente prioritário, que necessita da mobilização de um conjunto de parceiros de desenvolvimento a seu favor na sua luta contra a pobreza vejamos alguns indicadores do desenvolvimento do País:
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Indicadores |
Valores |
Anos |
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Superfície |
36.125 km2 |
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População |
1.300.000 habitantes |
2002 |
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Taxa de crescimento da população |
2,1% |
2002 |
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População urbana |
33% |
2002 |
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Taxa de fecundidade |
6,8 crianças |
1991 |
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Esperança de vida à nascença |
45 anos |
2002 |
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Índice do Desenvolvimento Humano |
0,373 |
2001 |
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Taxa de mortalidade infantil |
124 por 1.000 |
1999 |
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Taxa de mortalidade maternal |
822 por 100.000 NV |
1996 |
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Taxa de má nutrição em crianças com menos de cinco anos |
25% |
2000 |
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Taxa de escolarização |
61,8% |
2000 |
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Taxa de alfabetização |
36,6% |
2000 |
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Taxa de alfabetização das mulheres |
16,7% |
2001 |
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População activa |
589.491 |
2000 |
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% do sector agrícola na população activa |
82% |
2000 |
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% da população com menos de 1$/dia |
20,8% |
2002 |
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% da população com menos 2$/dia |
64,7% |
2002 |
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Produto interno bruto |
161,3 milhares F CFA |
2003 |
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PIB por habitante |
138.200 F CFA |
2003 |
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Taxa de crescimento do PIB |
-4,2% |
2002 |
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Taxa de crescimento do PIB (previsão para 2003) |
3,9% |
2003 |
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Taxa de inflação anual |
3,9% |
2003 |
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Taxa de investimento doméstico |
8,3% |
2003 |
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Investimento estrangeiro directo em% do PIB |
0,5% |
2003 |
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Peso da dívida externa em% do PIB |
341,1% |
2003 |
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Saldo dos serviços |
-16,6% |
2003 |
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Saldo excluindo donativos |
-12,2% |
2003 |
A população adulta está muito pouco alfabetizada e a taxa de alfabetização dos homens com mais de 18 anos, estimada em 2001, é de 24,8% e de 16,7% para as mulheres. Excepto nas regiões de Bissau, Bolama/Bijagós e Cacheu, a população pode ser considerada de quase analfabeta.
