O SUPOSITÓRIO POLÍTICO ENTRE PAULO PORTAS E PASSOS COELHO


 

Filomeno Pina  *

filompina@hotmail.com

04.07.2013

A situação de "neurose" política que se vive em Portugal, desde há uns dias, ainda sem final feliz/infeliz para os actores políticos partidários e o Povo, este paciente espectador que aguarda o veredicto final, sem saber se o Presidente da República, agirá antes ou depois deste jogo de sedução entre Dr. Paulo Portas e Dr. Passos Coelho, ainda "fechados" nos bastidores com a porta entreaberta, para se ouvirem os murmúrios do exterior, uma vez que, movidos por influências dos dinossauros da política Portuguesa  não podem sair da linha invisível/traçada, parece!?

Esta situação (Paulo Portas/Passos Coelho) faz lembrar uma expressão na neurose, caracterizada pelo – impasse e contenção – do paciente numa situação "indecisa", também com ganhos secundários, centrados no narcisismo/estrutura (imagem pretendida neste caso), alimentada por uma pulsão complexa e difusa na personalidade do individuo, que não deixa de "invadir", acumulando e só posteriormente, implodir/explodir numa espécie de "clímax", que terá certo gozo, neste caso, para o individuo, uma espécie de Sado masoquismo...

Sinceramente, parece-me que estamos a viver uma situação política exemplar, como controle tipo "ano-rectal", ou melhor, indo ao encontro da imagem do supositório introduzido no recto, enquanto neste "corredor", entre a porta de entrada (ânus), à distância limite do recto, para o intestino grosso, e neste espaço "ano-rectal", ainda é possível um controle voluntário do supositório introduzido no nosso corpo, tornando assim possível, expelir ou aceitar o objecto (supositório) durante a sua permanência.

Enquanto neste corredor, a passagem definitiva seria para o interior do corpo (intestinos...), o contrário, seria expulsar o supositório, aqui seria acabar com a sensação de prazer/desprazer, supostamente perverso ou manipulador no individuo, sendo que  me parece uma situação parecida, esta que vivemos em Portugal neste momento!?

Quem espera um clímax neste teatro medonho!?

Enquanto dura esta dança, estamos nisto, ver o Dr. Paulo Portas, exibir o seu controle "atípico" em politica, sobre o outro parceiro da coligação, afinal, nem tudo que parece é, fica uma pergunta no ar, quem manda neste governo de coligação?

Parece que é neste momento quem não está, que não sabe se volta (não faz e não sai de cima), mas que pode, de repente, dar ordem de recuo deste governo, aos membros do seu partido (CDS). O mesmo que expelir o supositório ainda no recto e, acabando desta maneira de roer a corda, pondo um ponto final nesta dança na corda "bamba".

Esta situação política é embaraçosa, alertando para a falta de sensibilidade dos governantes nos vários momentos da vida deste último Governo em Portugal.

Agora temos assistido a uma fuga para a frente, recuam dos cornos do touro, evitando uma pega frontal, por cobardia e falta de carácter em política, dando a mão à palmatória. Assistimos à tentativa de sacudir a água do capote, friamente, centrados no seu umbigo, como sempre já "barrigudos" do bónus desta má governação, que a culpa irá morrer solteira, é moda, quem faz mal recebe um prémio, um cargo com maior responsabilidade ou, melhor remunerado, só.

O Povo está revoltado, o Vinte e Cinco de Abril  não foi para isto!, dirão muitos dos Militares hoje, trouxeram a Liberdade para o Povo Português e os Políticos falharam.

O que me faz lembrar o meu País (Guiné-Bissau), mas com uma diferença apenas, a Luta de Libertação Nacional, trouxe a Liberdade e Independência para o Povo, mas depois – tanto os Militares como os Políticos Guineenses – falharam.

É esta a diferença, neste caso um falhanço a cem por cento, na anterior, apenas a cinquenta por cento, haverá mais diferenças com certeza, mas estas duas Instituições (militar/politica) quero Eu aqui deixar na minha opinião.

Faço votos de que se termine rapidamente tudo isto, já são dois anos de sacrifícios, que não se podem deitar ao lixo... Haja soluções positivas!

O Povo espera um desfecho em que o suposto supositório seja  EXPELIDO!

Djarama. Filomeno Pina.

Filomeno Pina 

* Psicólogo clínico U.C.

 

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