OS TEMPOS DE MUDANÇA...

 

 

Por: Alexandre Tavares

25.05.2008

Num dia quente de verão, andava uma raposa a passear por um pomar. Avistou um cacho de uvas quase maduras no alto de uma videira. «Era mesmo o que precisava para saciar a minha sede», disse. Recuando alguns passos, deu uma corrida e saltou para as uvas, falhando por pouco. Dando de novo a volta, correu mais depressa e tornou a saltar. Nova tentativa falhada. Saltou sucessivamente até que por fim desistiu, de tão exausta. Afastando-se de focinho empinado, comentou: «Tenho a certeza de que estão verdes.» Há, mas estão verdes! Encerra o moral da fábula que reflecte a nossa natureza humana quando não atingimos um objectivo.

 Temos presente a falta de infra-estruturas de transporte, desigualdade de rendimento elevado, a instabilidade macroeconómica e um sector financeiro pouco desenvolvido. No entanto, é correcto mostrarmos pouco cepticismo relativamente às perspectivas de desenvolvimento da Guiné-Bissau, mas não podemos desistir do nosso objectivo.

Ainda existe uma resistência à mudança em várias áreas, mudanças essas que Alexandre Rangel chamou de, A mudança segundo os Sapos…. «De acordo com um estudo biológico, ficamos a saber que um sapo colocado num recipiente, com água que tiramos da sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que a aquecemos, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve, inchado e feliz.

Por outro lado, um sapo que seja colocado no mesmo recipiente, com água já a ferver, salta imediatamente para fora. Meio queimado, mas vivo!

Às vezes, somos sapos queimados. Não percebemos as mudanças. Achamos que corre tudo muito bem, ou aquilo que está mal vai passar, que é só uma questão de tempo. Estamos prestes a morrer, mas ficamos a boiar, estáveis e apáticos, na água que vai aquecendo. Acabamos por morrer, inchados e felizes, sem percebermos mudanças à nossa volta. Sapos fervidos não notam que, além de serem eficientes (fazer bem as coisas), precisam de ser eficazes (fazer as coisas certas).»

Muitos Guineenses já perguntaram pelo menos uma vez, de que forma os outros países criam as condições necessárias ao sucesso?

Para responder a esta questão vou apresentar dois casos de sucesso, onde o primeiro caso relaciona-se com a cidade de Austin, no Texas e o segundo caso refere-se aos Tigres Asiáticos.

Em 1960, Austin, no Texas era uma cidade universitária adormecida de 200 mil habitantes, na sua maior parte empregada na universidade do Texas e no governo estadual. Nos anos 60 e 70, os destinos de Austin estavam intimamente relacionados com o preço do petróleo, e as suas perspectivas de crescimento pareciam sombrias. Actualmente, a região de Austin é das que registam um crescimento mais rápido nos Estados Unidos, tendo uma população de cerca de um milhão de pessoas.

Para além da empresa local Dell computer, Austin atraiu a Samsung, a Motorola, a IBM e muitas outras empresas. No estudo de um caso, a avaliação é sempre altamente subjectiva, sendo difícil retirar lições a partir de uma única experiência. Para além disso, existem muitas diferenças entre Texas e a Guiné-Bissau. Mas tal como a Guiné-Bissau dos nossos dias, também a cidade de Austin no final da década de 1960 procurava as indústrias que definiriam o seu futuro e trariam uma prosperidade sustentada à cidade. Eis os factores que segundo Miller, tiveram um papel de destaque na história de sucesso de Austin:

 Liderança

 Educação

 Acesso ao Capital

 Um ambiente fiscal e regulador favorável às empresas

 Uma qualidade de vida elevada e acessível.

Com a cidade de Austin, no Texas, podemos aprender como a qualidade de gestão, pública e privada, pode fazer arrancar o processo de crescimento

No segundo caso os «Tigres Asiáticos» Singapura, Taiwan, Hong Kong e Correia do Sul, mostram-nos a importância da abertura do comércio internacional. Pelo exemplo de Singapura podemos aprender como utilizar a tecnologia da informação para tornar os serviços públicos mais eficientes.

As regiões que oferecem uma qualidade de vida elevada, serviços públicos eficientes e taxas de impostos razoáveis tornar-se-ão uma Meca para investimento na alta tecnologia e para trabalhadores altamente qualificados.

As pessoas interrogam-se quanto às razões pelas quais a Guiné-Bissau, há duas décadas atrás, não entrou pela porta do desenvolvimento económico que estava escancarada à sua frente.

Passadas estas décadas, a porta do desenvolvimento está, uma vez mais aberta.

Conseguiremos entrar por ela, desta vez?

Há trinta anos atrás, a China era um país por detrás da “cortina de bambu”, longe, misterioso e pobre. Hoje a China aparece em todo lado, desde conversas ao jantar a artigos de jornal ou de revista.

 

Há 31 anos atrás,

Apple ……. Era uma maça.

 

Há 22 anos atrás

Windows ……Era uma janela!

 

Há 13 anos atrás

Yahoo! …… Era como gritavam os cowboys

 

É fácil desdenharmos daquilo que não conseguimos alcançar, mas a vida é assim, temos que continuar a trabalhar e, não esquecer a lição do Esopo, «Não te abespinhes se falhares».

 

ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS AOS DIVERSOS ARTIGOS DO NÔ DJUNTA MON -- PARTICIPE!


A TER SEMPRE EM CONTA: Objectivos do Milénio

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

www.didinho.org