OS MAIS INFELIZES DE TODOS NÓS

 

 

 

Por: Flaviano Mindela dos Santos

 

 

flavianomindela@hotmail.com

 

08.02.2009

 

Porque anda nas bocas do povo, soube que vocês os malfeitores do costume, trazem nas vossas infestadas mentes, a vil pretensão de, logo numa primeira oportunidade, tentarem deitar abaixo o governo entrado recentemente em funções.

Como aprendi durante a minha curta experiência que, o que o povo diz: ou já foi, ou há-de ser, fiquei bastante preocupado; e sobretudo, revoltado.

As últimas eleições legislativas revelaram que, para além de existir na consciência duma esmagadora maioria, ainda foi manifestada uma inequívoca vontade de afastar o vosso retrógrado regime, que ao longo de um tempo já excessivo, tem perpetrado brutais arquétipos de agressão, aos mais básicos, direitos humanos. Por isso, custa compreender que, ainda seremos obrigados a conviver com pessoas como vocês, que parecem totalmente desprovidas de qualquer razoabilidade.

É absolutamente incrível, a dimensão que essa vossa falta de dignidade política, e em alguns casos, até humana, está a angariar.

A verdade é que estão todos identificados, e capazes de enjoar mesmo os famigerados abutres. Mas por falta de vergonha nessa vossa cara aparvalhada, fingem circular com algum à vontade, nos corredores das nossas praças, em exibicionismos ordinários, sem darem conta da náusea que espalham, pelos lugares por onde passam.

Pena ainda não darem conta que, por esta e por outras baixezas, correm o alto risco de um dia, começarem a ser apupados nas ruas, com as devidas consequências para o resto da vida dos vossos filhos.

Se bem repararem, decorreram já uns bons tempos que, embora sem muito mérito, foram beneficiando de abundantes privilégios, de todos os tipos e feitios. Mas no entanto, nunca se sentiram realizados como homens. Ou seja, nunca foram realmente felizes. Isso só pode significar de facto que, existe uma urgente necessidade de mudança, na vossa mesquinha mentalidade política, e na vossa desprezível atitude enquanto cidadãos.

A admiração que julgam usufruir de certas pessoas, não passa de um servilismo miserável que, chegada a vossa vez, também se obrigam prestar a quem está logo acima na fútil hierarquia, determinada pelas humilhantes directrizes, do inadequado regime, da vossa estúpida fidelidade canina.

Todos nós cometemos erros no passado. Alguns, por premeditada acção; outros, por pura omissão. Mas chegados a esse lamentável estado de coisas, a obrigação primária, é de uma convergência total, na garantia de todas as condições, para a resolução dos problemas com maiores susceptibilidades, de minar a própria sobrevivência da nossa sociedade, como um Estado.

Sei que para sempre, carregarão na vossa já paupérrima alma, uma inexplicável inveja do actual primeiro-ministro, pela forma como chegou ao poder; e pela forma como agora, é suportado nas ruas. Mas deixem vos lembrar que, ao contrário dos reprováveis métodos do vosso deplorável regime, que procura garantir lealdade na base do medo, e da dependência, essa nova dinâmica, embora com as vicissitudes duma caminhada ainda por fazer, optou por garantir fidelidade na base da confiança e, da competência.      

Compreendo que tenham dedicado parte muito significante da vossa vida, através duma prematura militância na Juventude Africana Amílcar Cabral, a preparar, para um dia substituírem nos lugares do poder, a geração dos velhos combatentes da liberdade da pátria. Mas isso não tem que ser por vias degradantes e traiçoeiras, como têm feito durante todos esses anos.

Limitados no entendimento que são, pensam que o convívio com o poder deverá ser eternamente, um direito natural que vos assiste; como também pensam os vossos modelos da época de camaradagem, por terem passado parte da juventude, na luta de libertação nacional.

O real poder, mais do que algo a conquistar por força da virtude de cada um dos pretendentes, por sagrado imperativo democrático, ainda deve encontrar legitimidade, numa vontade livremente manifestada, por uma maioria do eleitorado.

O actual primeiro-ministro e líder dos libertadores, para a vossa merecida mágoa, permanecerá com grande destaque, na história do partido em particular, assim como da moderna sociedade guineense.

Foi ele o homem que se dignou, de qualquer maneira, dirigir o resgate na difícil oposição dos anos de todas as trapalhadas políticas, um partido com papel de grande relevo, e responsabilidade na nossa odisseia, para o colocar em seguida no poder.

Depois do seu controverso afastamento, com muito custo político, e até pessoal, ainda teve ele a coragem de, pacientemente, voltar a preparar as bases, para finalmente, conduzir o partido a uma vitória histórica, que foi simultaneamente, uma clara demonstração de alguma maturidade, da nossa juvenil democracia.    

Enquanto não aprenderem de uma vez por todas que, o vosso bem-estar, só terá base solidificada, num autêntico progresso da nossa comunidade no seu todo, vou vos desejando saúde, e uma vida bastante demorada, repleta de incontáveis insucessos.

Os piores infelizes entre todos nós, são vocês mortais execráveis, que julgam encontrar a realização pessoal, em benefício do longo e doloroso sofrimento, duma nação guineense, que pretendemos reerguer.

 

 

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