O Governo dos Estados Unidos deveria prender primeiro na AmÉrica e depois na Guiné-Bissau

 

DEFENDO A NOSSA PÁTRIA DIANTE DO QUALQUER POTENCIA NO MUNDO

 

M’bana N’tchigna *

mbatchi@yahoo.com.br

02.07.2013

M´bana N´tchignaOusamos questionar a política intencional dos Estados Unidos de combate ao tráfico. O comércio de drogas hoje, segundo o historiador e professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo, Osvaldo Coggiola, é forte na América mais do que se imagina.

Segundo a sua afirmação:

“Na Colômbia, as exportações de cocaína atingem US$ 50 bilhões, três vezes o PNB. Calcula-se que os narcoempresários investem em torno de 45% em propriedades urbanas e rurais, 20% em gado, 15% em comércio e 10% na construção e no lazer”.

 

Em seu artigo, Dr. Osvaldo Coggiola afirma ainda que a Colombiano movimenta pelo tráfico internacional de cocaína cerca de US$ 16 bilhões anuais.

 

Além da afirmação do Dr. Osvaldo Coggiola, sabemos que a Colômbia é especialista em transformar a pasta da coca produzida pelo Peru e Bolívia. Também se sabe que os dois grandes cartéis, Cali e Medellín, e forças menores em atividades que controlam este mercado, vivem na Colômbia e nos restantes países da América sem serem incomodados. Não caberiam as seguintes perguntas:

Será que Colômbia e sua política não são patrocinadas com dinheiro da droga mais do que a Guiné-Bissau?

Os Estados Unidos da América estão cientes ou não da política colombiana neste domínio?

Os EUA já pediram prisão desses grandes cartéis de drogas colombianos, bolivianos e venezuelanos? 

As perguntas não apoiam traficantes na Guiné-Bissau nem poupam a quem quer que seja, como filho da Guiné-Bissau que está envolvido no tráfico. Mas é questionável a atitude do Governo dos Estados Unidos em ver o perigo que ameaça a integridade do seu país num lugar onde o foco não é significativamente forte, no caso, a Guiné-Bissau.

Se o tráfico de drogas na Guiné-Bissau representa ameaça aos EUA, é de afirmar que o tráfico da Colômbia, Venezuela e Bolívia também representa até com grau de periculosidade maior. O que se busca entender gira em torno da visão dos Estados Unidos sobre a abordagem à questão. Será que os Estados Unidos vêem realmente quem é que representa o perigo maior em relação ao tráfico internacional? Ou vêem, mas fingem não ver?

Próximo aos EUA, no México, por exemplo, sabe-se que existe cultivo de marijuana. Sabe-se que em alguns laboratórios da Califórnia, no próprio território Americano entram pastas de coca, embora alegadamente para fins medicinais. Será que há fiscalização rigorosa que garante que realmente pastas de coca que entram na Califórnia, ficam mesmo nos laboratórios para fins medicinais?

Para além dos laboratórios californianos, no Peru e na Bolívia existem laboratórios de drogas proibidas em pleno funcionamento, o que reforça o monopólio farmacêutico que fabrica alguns remédios com substâncias vindas da coca. O que na Guiné-Bissau, creio eu, estamos ainda longe de ter.

Por que os EUA não se empenham em destruir laboratórios de drogas proibidas do Peru e da Bolívia para não permitir o estímulo aos plantadores da coca naquela região?

 

Todos sabem que a maioria das drogas cultivadas, processadas, patenteadas e comercializadas pelos grandes laboratórios vem da América Latina. Essa droga vem auxiliando seus velhos sócios do sudeste asiático. Nunca vem da África ocidental e muito menos da Guiné-Bissau. Portanto, se os EUA realmente declaram guerra ao narcotráfico, por que não atacam o mal pela raiz?

 

Que os EUA prendam e conduzam à justiça os traficantes da Colômbia, da Bolívia, do Peru e dos demais lugares do mundo que são mais perigosos do que os da Guiné-Bissau.

 

Que Prendam António Indjai, Bubo Na Tchùtù, todos militares e políticos envolvidos na Guiné-Bissau com o tráfico. Eu desejo isso. Porque não quero que o meu país seja associado ao tráfico. Contudo, de nada adianta se os Americanos não combaterem drogas nos locais acima mencionados. Queremos vê-los prender os que trazem drogas para costa ocidental da África. Pois são esses que representam o mal maior. São fontes maléficas donde jorra essa praga destrutiva para o mundo.

O governo da Guiné-Bissau não deve sentir-se pequeno diante do governo dos EUA a ponto de não cobrar do governo norte americano essa postura.

Discordo da política americana de atacar a questão das drogas pelos menores traficantes, deixando os barões que estão bem próximos deles. Pois os traficantes africanos, a meu ver, são apenas receptadores.

Reflitamos.

 

M’bana N’tchigna

* Licenciado em Filosofia e bacharel em Teologia

 

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