O FIM DAS EXCEPÇÕES NO SITE WWW.DIDINHO.ORG
 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

28.11.2010

Fernando Casimiro (Didinho)Entramos em contagem decrescente para a constituição da nossa Associação. A semana que se inicia será decisiva nesse aspecto, podendo a Associação vir a ser uma entidade juridicamente reconhecida até ao final da semana.
 
O nosso site voltará a sofrer uma reestruturação de fundo, por forma a servir o colectivo sob uma orientação colectiva consensual e em conformidade com as competências atribuídas ao órgão executivo da Associação: a Direcção.
 
Não vou abordar neste texto detalhes de funcionamento do nosso site, pós- constituição da Associação, teremos oportunidade para isso. Hoje apenas quero dar a conhecer que com a passagem do site para uma gestão colectiva, deixaremos de publicar artigos de opinião de autores que utilizam pseudónimos em vez de se apresentarem com nome próprio e sem disponibilizarem fotografia pessoal, como é norma para a publicação de artigos de opinião.
 
Cada um pode ter a sua razão e justificação para não dar a cara, respeitamos isso, mas não podemos ser injustos para todos quantos se dignam a dar a cara independentemente dos riscos; das consequências que dar a cara acarreta.
 
Estabelecemos regras, não podemos violar essas regras. Abrir excepção, significa promover a tentação para muitas excepções, ou seja, se aceitas um, tens que aceitar todos os outros e com isso, não vale a pena criar normas de funcionamento. Como temos e queremos manter as nossas regras, publico hoje o último artigo de opinião assinado com um pseudónimo, esperando ser compreendido nesta tomada de decisão, até porque, não é correcto assumir responsabilidade pelas opiniões dos outros.
 
Djodji (o primeiro) merece o destaque de ser a última excepção, a ele que aproveito para agradecer os excelentes trabalhos disponibilizados no nosso site, bem como todos os demais colaboradores que escreveram sempre com pseudónimo.
 
 

De: Djodji (o primeiro)
Data: 25 de novembro de 2010
Assunto: Texto para publicação
Para: didinhocasimiro@gmail.com, didinho@sapo.pt


Caro Didinho,

Venho por este meio solicitar, caso seja possível, a publicação deste texto na secção "Nó djunta mon" do site contributo, sob o meu pseudónimo - Djodji (o primeiro) e sem a exposição da minha fotografia, por motivos sobejamente por ti conhecidos e sempre na base de que, caso houver qualquer processo judicial relacionado com os meus textos, estás desde já autorizado a revelar a minha identidade e estarei disponível para responder judicialmente por tudo o que escrevi e escrevo...
Se achares que a publicação deste mesmo texto é uma flagrante violação das normas do Contributo, agradeço-lhe na mesma o tempo dispendido e tentarei outro canal...

Agradeço reposta.





AS INCONGRUÊNCIAS DE UMA ESTRATÉGIA QUE VISA O ASSASSINATO POLÍTICO E SOCIAL DE CADOGO JR. E AINDA A LEGITIMAÇÃO DAS BARBARIDADES DO DIA 1 DE ABRIL.

Antes de entrar no propósito deste texto, queria deixar claro que, havendo verdadeiros suspeitos dos assassinatos de Nino Vieira, Tagmé na Waye, Baciro Dabó e Hélder Proença, não é minha intenção tentar provar a inocência dos mesmos, mas assim como a maioria dos guineenses, desejo saber toda a verdade sobre este assunto, por isso dedico-me a análise do que é tornado público, antes de assumi-los como factos verídicos. Lamento que, muitos dos guineenses com que contacto, face a uma notícia destas, reagem rapidamente e de forma emocional, assumindo como credíveis às informações, apenas por ter sido uma carta escrita pelo Procurador-Geral da República ao Presidente da mesma República em que temos assistido constantes violações às normas, às leis e até à Constituição da República, sem quaisquer consequências para os prevaricadores!
A primeira questão que levanto, é o facto dessa carta ter sido publicada, após o erro infeliz de Bacai Sanhá, em afirmar aos órgãos da comunicação social estrangeiras, que havia políticos envolvidos no duplo assassinato de 1 de Março de 2009. Será que, com a publicação da carta, Bacai Sanhá tentou justificar às suas afirmações, face a pressão daqueles que achavam que ele devia prosseguir na denúncia que tinha iniciada naquela triste (para a imagem do país e do seu povo...) entrevista?

A questão anterior, arrasta consigo uma outra questão: Como é que uma carta, com o conteúdo jurídico que esta tem e com a responsabilidade institucional que transporta, por o emissário e o receptor serem altos representantes da nação, chega facilmente às mãos de um jornalista, que tratou não só de publicá-la, como também de difundi-la a outros órgãos de comunicação! Julgo eu ser agora pertinente questionar ao Procurador-Geral da Republica, sobre as diligências que tomou, no sentido de responsabilizar e punir os responsáveis por esse grave acto que é a publicação de uma carta que deveria estar sob a mais alta protecção do segredo do Estado (se é que este existe no território da Guiné-Bissau).

Outra denúncia que faço, tem a ver com o título da notícia da publicação da carta, que julgo ser da autoria do jornalista que publicou a notícia em primeira mão. Considero abusivo (quer tenha sido intencional ou não), esse jornalista ter retirado do conteúdo da carta uma afirmação do Procurador-Geral da República, referente às declarações de uma terceira pessoa ouvida no decorrer do processo e fazer disso um título que dá a entender que a afirmação foi feita por José Zamora Induta, em discurso directo!!! TÍTULO: José Zamora Induta: "Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr deu-me ordens para mandar executar o Presidente João Bernardo Vieira".
Isto é fazer jornalismo irresponsável, de baixo nível, onde a única regra existente é o vale tudo. Esse tipo de jornalismo só é possível num país onde reina a anarquia e a impunidade. Devo lembrar que, por falsas acusações menos graves que estas, um jornal português onde trabalhou o mesmo jornalista, teve de pagar indemnizações chorudas aos caluniados…

4. Em relação ao conteúdo da carta em si, não entendo porque razão um Procurador-Geral da República envia uma carta ao Presidente da mesma República, revelando pormenores de uma investigação, que culmina numa clara acusação sobre a autoria moral de assassinato de um ex-presidente, mas pede ao mesmo, apenas “a necessária e devida ponderação” e referindo ainda “acreditar que o momento político exige uma intervenção veemente e cuidada de Sua Excelência Senhor Presidente”.
Estranhamente, a principal preocupação manifestada pelo Procurador-Geral da República nessa carta não foi de conseguir concluir o inquérito judicial e dessa forma conseguir fazer a justiça de forma livre e justa, que é a sua principal função e aquilo que os Guineenses esperam dele!!! A principal preocupação manifestada nessa carta, foi com “o momento político” que na sua óptica exige uma intervenção veemente e cuidada do Presidente da República! Por outras palavras, é meu entender que essa carta, só tinha um objectivo, que foi pedir ao Presidente da República que lhe colocasse o Primeiro-Ministro a jeito, demitindo-o e fragilizando-o politicamente, para que ele continuasse o resto do trabalho político, que devia ser apenas judicial... É estranho que o Procurador-Geral de uma República escreva ao Presidente da mesma República depois das barbaridades cometidas no dia 1 de Abril e, a ter de fazer referência a um detido na sequência desse acto (José Zamora Induta), fazê-lo apenas com uma breve e muito superficial referência sobre os moldes em que este está detido, não se preocupando minimamente com a legalidade da mesma, nem muito menos, com o garante dos direitos humanos universalmente declarados, como se esse individuo fosse estrangeiro e/ou estivesse detido num país estrangeiro, longe da alçada judicial do iminente Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Dr. Amine Saad!

Nas últimas audições de alguns cidadãos que permitiram ao Ministério Público recolher informações sobre os autores materiais do homicídio do então Presidente da República, General João Bernardo Vieira, o Sr. Procurador-Geral da República esqueceu-se de apurar algumas lacunas demasiado óbvias, para passar despercebido a qualquer cidadão atento, quanto mais a um investigador judicial! Passo a citar:
a) No caso do assassinato do CEMGFA, quem deveria assumir, por inerência, a chefia e coordenação das futuras acções militares, até a nomeação oficial do novo CEMGFA? Desconheço as normas castrenses, mas arrisco a afirmar que quem deve substituir o CEMGFA assassinado, devia ser o Vice-CEMGFA e não o vice-Chefe de Estado-maior da Marinha, conforme é relatado.

b) Sendo o Zamora Induta um militar inteligente, sabendo que mesmo dentro do ramo da Marinha podia existir risco de fuga de informação, porque antes mandou formar os militares que antes não estavam sob a sua subordinação hierárquica, para em plena parada ordenar o assassinato de um Presidente da República, ainda por cima, afirmando que as ordens eram provenientes de um Primeiro-Ministro, sem qualquer ascendência hierárquica sobre os militares, como se de um acto coberto de legalidade se tratasse! Custa-me muito a acreditar que um militar inteligente e hábil como Zamora Induta (com um nível académico e militar muito superior a aqueles que só pensam em cometer bar.. bar... bar... barbaridades), podendo orquestrar um crime dessa natureza no segredo do seu gabinete, com um número reduzido de militares, o fosse fazer em plena parada! Essa, depois de "mastigada", custa muito a ser "engolida", mesmo com o melhor dos “acompanhamentos”!!!
c) Se já foi assumido que foi o Batalhão de Mansoa, o autor material do assassinato de Nino Vieira e que esse batalhão esteve presente nessa formatura, onde se encontrava o comandante desse batalhão naquele momento e posteriormente, enquanto o seu batalhão executava Nino Vieira? Porque não se menciona nem se investiga a responsabilidade do comandante do mesmo batalhão? Porque esse batalhão de assassinos obedeceu, sem sequer questionar, as ordens vindas de um Vice-Chefe de Estado da Marinha e sem antes ouvir o comandante do batalhão e Vice-CEMGFA?

A última incongruência do Procurador-Geral da República foi afirmar ter iniciado diligências para extradição de um cidadão (Pansau Intchama) que se encontra no estrangeiro, em formação militar e a mando das autoridades militares guineenses! Não seria menos dispendioso e menos exposição ao ridículo, se o PGR diligenciasse junto das autoridades Portuguesas, para que ele fosse apenas ouvido em Portugal?
Para terminar, sugiro ao Sr. Procurador-Geral da República que investigue de forma séria a associação que possa existir entre as declarações de António Indjai no dia 1 de Abril (“N’mata dja mangadélis, nada ka sai lá”), com uma eventual confissão do verdadeiro assassino material de Nino Vieira e Tagmé Na Waye…
O Sr. Dr. Amine Saad deve ter sempre presente que está nesse cargo para defender apenas e só os interesses da República e do seu povo, caso contrário, mais tarde é o próprio povo a julgá-lo...

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