O EXEMPLO QUE VOLTOU DE HELICÓPTERO

 

Por: Flaviano Mindela dos Santos

 

 

20.04.2008

 

Quando um elemento da segurança pública, sob custódia da segurança pública, foi retirado de um estabelecimento da segurança pública, para ser brutalmente espancado e baleado por outros elementos da segurança pública, e o seu corpo inerte, devolvido ao local! Era só de si, um fortíssimo motivo para reagirmos com todo o vigor! Mas como somos uma sociedade de cobardes e cobardolas, esse odioso acto, ficará somente como mais um dos vergonhosos episódios da nossa história.

Só o diabo e os seus, devem perceber o que ainda move os assíduos defensores do regime ninista!

É pura realidade encontrarmos entre alunos do nosso ensino superior, alguns ainda incapazes de redigir uma simples carta.

Algum tempo a esta parte, o nosso serviço de urgência passou a “funcionar” em Dakar. Isto é, para os que podem.

Agora, descobrimos que até um agente da segurança, não pode contar com nenhuma garantia de segurança, mesmo sob responsabilidade das forças de segurança, dentro de um estabelecimento da segurança.

Meus caros, este estado de coisas exige de todos nós altos sacrifícios, para uma mudança estrutural inadiável e profunda.

Desenganem-se aqueles que se julgam pertencer a um grupo restrito, que ironicamente, na boca do povo, são tratados por bons "guintis".

Bons "guintis", são aqueles capazes por mérito próprio, de produzir e rentabilizar qualquer riqueza. Tanto material,  como intelectual.

Nunca, e nunca mesmo, voltaremos a experimentar o sabor do progresso, sem o afastamento sustentado dos piores vícios do regime ninista, da nossa organização e funcionamento do aparelho estatal, que perigosamente já vai destilando no tecido da nossa sociedade como um todo.

É compreensível que Nino Vieira tenha passado os preciosos anos da sua juventude na luta de libertação nacional. Facto que incontornavelmente o coloca na galeria dos nossos heróis. Mas infelizmente, durante esse período, não conseguiu abandonar a predisposição para adquirir uma perspectiva belicista, em tudo o que relaciona com o poder. Portanto, pelo óbvio, a nossa luta deve ter como um dos principais objectivos, auxiliar esse comum mortal a compreender que os tempos já são outros, e não sustentar a sua infundada visão guerrilheira do mundo.

É inconcebível estarmos todos de acordo que tudo vai mal entre nós e, mesmo assim, continuarmos a não agir, e quando somos chamados a reagir perante factos, reagirmos mal.

Nesta minha ainda curta experiência, entre tantos outros ensinamentos, também aprendi que só existem duas religiões:

A bondade e a maldade.

Quem pratica a bondade, sente-se sempre bem, mesmo sem por vezes o perceber, vive bem, e cedo ou tarde, de uma maneira ou de outra, isso acaba por reflectir à sua volta.

Quem pratica a maldade, sente-se sempre mal, mesmo sem por vezes o perceber, vive mal, e cedo ou tarde, de uma maneira ou de outra, isso acaba por reflectir à sua volta.

A nossa missão nesse ínfimo tempo de vida, se pensarmos nos milhões de anos que antecederam a nossa existência, e nos outros tantos milhões de anos que o sucederão, é de melhorar as condições para a prosperidade das gerações seguintes.

A ganância de acumular e lapidar tudo, só nos empobrecerá cada vez mais, enquanto sociedade.

A felicidade de qualquer indivíduo, depende exclusivamente da sua liberdade. E a coragem, é o mais nobre meio para a construção de um espaço cada vez maior, da nossa liberdade.

Portanto, sem a coragem de expressar os nossos sentimentos, não somos mais do que um fétido cadáver ambulante!

Juro-vos que não me surpreendeu em nada, essa vincada prepotência dos polícias, depois de Nino Vieira, no seu piroso regresso ao país, ter protagonizado o que para mim ficará na memória como a maior humilhação do povo a que pertenço.

 

 

Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar.

 

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