O ALMIRANTE BUBO NA TCHÙTÙ ESTARÁ SENDO JULGADO PRECIPITADAMENTE?

 

 

M’bana N’tchigna *

mbatchi@yahoo.com.br

25.04.2013

M´bana N´tchignaO nome do almirante Bubo Na Tchùtù está associado há muito tempo ao tráfico de entorpecente.

Agora, mais uma vez, o nome do almirante Na Tchùtù vem sendo falado a nível nacional e internacional. Se a acusação que pende sobre ele é verdadeira ou não, eu não sei, mas a falta do pronunciamento do almirante Na Tchùtù sobre o caso, pesa muito.

É ainda cedo para julgar o almirante, pelo menos para quem está longe dos fatos que acontecem na Guiné-Bissau.

 A última vez que conversei com Na Tchùtù frente a frente, foi em 2011. Queria apurar os fatos, ouvindo com os meus próprios ouvidos, se é ou não verdade tudo que se falava sobre seu envolvimento com o crime.

Confesso que naquele dia, saí da sede das Nações Unidas aliviado e acreditando que devia haver ódio por parte dos inimigos do Almirante sobre a sua pessoa, que veiculavam o seu nome associando-o ao tráfico internacional.

 Bem, já se passaram dois anos desde que vi o almirante.

Agora, se tudo isso for mentira, que nos perdoe a todos, inclusive a mim que falo neste assunto, mas deve-se entender que é incômodo e questionável o seu envolvimento com o tráfico de entorpecente, se isso for verdade. Se não, como poderia ser preso supostamente, em águas internacionais e levado para os Estados Unidos?  O que ele foi procurar em águas internacionais?

Com base nesse incômodo que paira sobre os que têm dúvida do seu envolvimento com o crime, acredita-se que é digno de questionar o seguinte:

1. Por que existe silêncio por parte do almirante sobre essas acusações?

2. Almirante não acha que tudo que construiu com respeito, está sendo perdido?

3. Por que um homem que doou sua vida desde a adolescência e se sacrificou lutando pela causa do país, se associa ao mal, que flagela este país, o tráfico internacional de drogas?

4. Por que comprometer o respeito e a honra que tanto lhe concederam no seio das forças armadas e do povo guineense?

5. Vale a pena trocar respeito e honra por uma riqueza de procedência errada?

6. Vale a pena fazer seus familiares passarem por constrangimento e vergonha que o tráfico traz?

7. Vale a pena arcar com as conseqüências que o tráfico impõe?

8. O que realmente faltava ao almirante Na Tchùtù...?

9. Com o tráfico se compra tudo mesmo?

 10. O que será que o almirante tem a responder sobre a má fama que o seu nome tem hoje no país e no mundo todo?

Se for inocente faça o favor de se pronunciar, respondendo alguma coisa à opinião pública guineense.

Seja verdade ou não, as drogas nunca trazem respeito e nem benefício algum. Nunca houve um traficante que exibisse o seu patrimônio milionário com honra e orgulho. Porque não foi fruto de um trabalho honesto. Sabe-se que existem traficantes milionários no mundo, mas carregam e carregarão o estigma de traficante e de malfeitores na sociedade em que vivem e no mundo, pelo resto de suas vidas e pela incoerência.

Um guineense ou qualquer ser humano normal, não deveria enveredar pelo caminho incompatível com a honestidade como é o caso das drogas. Pois os males que esse flagelo traz à vida de seres humanos são: denegrir a imagem da pessoa; atrofia e marcas terríveis pelo corpo; intoxicação; debilidade física e mental ao homem; e por fim este flagelo leva à morte.

E por falar em morte, sabe-se que várias famílias no mundo, infelizmente, já enterraram seus filhos, mortos por causa desse flagelo.

Portanto, vale a pena pensar no mal que as drogas proporcionam ao ser humano, ao invés de pensar no lucro financeiro fácil que ela oferece.

Por isto estou triste: não só pelo envolvimento dos guineenses com o trafico, mas também pela morte que esses entorpecentes causam a várias pessoas em todo mundo. Além do mais; estou triste pela imagem do país, que está sendo visto hoje como país de narcotraficantes.

Como guineense isto me dói, pois entendo que Guiné-Bissau poderá vir a arcar com as conseqüências que vierem por causa de procedimento errôneo de alguns de seus filhos, como é o caso que se assiste.

Mais uma vez.

QUE VERGONHA...! QUE PENA...!

M’bana N’tchigna

* Licenciado em Filosofia e em Teologia

 

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