Para nós guineenses que queremos o bem da nossa terra e das nossas populações (lutamos por isso), nunca é, nunca será tarde, que a ONU, pela voz do seu Secretário-Geral, se posicione do nosso lado; do lado da verdade, numa infinidade de constatações, evidências, principalmente ao longo dos três últimos anos, ou se quiserem, desde o regresso de João Bernardo Vieira ao poder na Guiné-Bissau.

Nunca desistimos de denunciar e de criticar a generalidade dos males que têm afectado o país, inclusive situações relacionadas com o narcotráfico na Guiné-Bissau. Igualmente, nunca deixamos de sensibilizar as nossas populações para os riscos (a todos os níveis) do efeito narcotráfico.

Infelizmente, conveniências e conivências várias, levaram a que só agora o Secretário-Geral das Nações Unidas caia no real impacto da expansão do narcotráfico na Guiné-Bissau e nos seus efeitos colaterais.

Infelizmente, as várias missões à Guiné-Bissau de delegações das Nações Unidas têm servido mais para dizer que tudo está bem no país, porquanto ser essa a versão que lhes é transmitida pelo General João Bernardo Vieira.

Tudo está bem, é também a visão do representante do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o Senhor Shola Omoregie, bem como do representante da União Europeia na Guiné-Bissau, o Senhor Franco Nulli.

São estes posicionamentos de conveniência e conivência, que têm ajudado a "afundar" a Guiné-Bissau.

Saudamos as medidas delineadas pelo Secretário-Geral da ONU a propor ao Conselho de Segurança, mas também, aproveitamos para sugerir ao Senhor Secretário-Geral que crie uma comissão para fiscalizar o desempenho da representação da ONU na Guiné-Bissau, principalmente ao longo destes três anos.

Muitos estrangeiros, representando organismos internacionais ou seus países como diplomatas, estão a aproveitar-se da precariedade institucional da Guiné-Bissau para se enriquecerem, bastando para isso, o exercício diplomático de conveniência num negócio de "ficas com x e dás-me y" e ficamos ambos a ganhar...

Acabem com isso meus senhores! Sejam dignos das instituições ou países que representam na Guiné-Bissau!

Nunca é tarde para que o Secretário-Geral das Nações Unidas tenha em consideração a real situação por que passa a Guiné-Bissau e o povo guineense!

Nunca é tarde para as Nações Unidas, pela voz do seu Secretário-Geral, mostrar ao regime de Nino Vieira, que a Guiné-Bissau é um Estado membro da ONU e como tal, sujeito a sanções e, até, a intervenções se assim se justificar.

A Guiné-Bissau não pode ser um caso à parte, para o bem dos guineenses e pela sua própria afirmação no concerto das Nações, por isso, cabe às Nações Unidas em última instância, uma acção de salvaguarda territorial e humanitária.

Que não se fique apenas pelas palavras e os guineenses de bem agradecem desde já!

Guiné-Bissau: Pais está a converter-se num mercado de drogas - Ban Ki-Moon

06 de Outubro de 2008, 14:08

Bissau, 06 Out (Lusa) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que a Guiné-Bissau se está a converter num mercado de drogas e pediu ao Conselho de Segurança para considerar a possibilidade de adoptar sanções.

"Preocupam-me, particularmente, relatórios que referem que a Guiné-Bissau já não é simplesmente um centro de trânsito, mas que se está a converter rapidamente no importante mercado de comércio de drogas", afirmou o secretário-geral da ONU no último relatório sobre o país, datado de 29 de Setembro.

"Dado que compromete a paz, a segurança, a saúde, a economia e o Estado de Direito, a intensificação do tráfico de drogas pode semear o caos em todo o país", alerta o secretário-geral da ONU.

No documento, Ban Ki-Moon pede ao Conselho de Segurança da ONU para criar um grupo de peritos para investigar a identidade e as actividades de quem participa no tráfico de droga naquele país da África Ocidental, com a possibilidade de adoptar medidas que incluam sanções.

"Reitero o meu pedido ao Conselho de Segurança para que adopte medidas enérgicas e que considere a possibilidade de criar um grupo de peritos encarregue de investigar a identidade e as actividades de quem participa no tráfico de drogas e no crime organizado na Guiné-Bissau, com a possibilidade de adoptar medidas, incluindo sanções punitivas e selectivas, que ajudem a pôr termo ao aumento inquietante do tráfico de drogas no país", refere o secretário-geral da ONU.

No relatório, Ban Ki-Moon sublinha que a "propagação do narcotráfico e do crime organizado na Guiné-Bissau ensombram cada vez mais o país" e ameaçam os "esforços para a consolidação da paz" no país a "longo prazo".

"Apesar de ser difícil recolher dados, os acontecimentos recentes e as declarações dos dirigentes do país demonstram que o volume do tráfico de drogas através da Guiné-Bissau é muito maior do que aquele que se acreditava ser", sublinha.

MSE.

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