NOVOS CASOS CLÍNICOS - NOVEMBRO DE 2008

 

 

Prof. Joaquim Tavares

J.TAVARES, MD, FCCP, FAASM

joaquim.tavares15@gmail.com

20.11.2008

 

1- Continuação do caso de HIV

O paciente melhorou bastante e foi extubado; duas radiografias comparativas vão juntas (uma nos dois primeiros dias de admissão e a outra tirada hoje).

O outro problema era mais uma questão de ética: informar ou não informar a mãe dele do estado HIV positivo (a lei proíbe-nos de o fazer, mas ao mesmo tempo, se a situação clínica tivesse piorado, muito provavelmente teríamos de informar a mãe da verdade, porque como familiar mais chegado, seria ela a tomar decisões sobre futuros tratamentos, caso o paciente não tivesse recuperado. Ele final mente informou à mãe e, depois do estado inicial de choque (ser homossexual e ter SIDA foi muito para alguém que cultiva valores tradicionais!!!), mas agora está sempre ao lado dele no hospital e aos poucos está aceitando a realidade.


HIV - antes


HIV - depois


 

 
 
 

2- A recompensa da perseverança!

Com a evolução da medicina e avanços tecnológicos em instrumentos médicos, por comodidade, para poupar tempo e dinheiro, a maioria dos endoscopistas americanos esqueceram-se/desprezaram o uso do broncoscópio rígido e as técnicas de inserção de “stents “na traqueia ou brônquios, em casos de obstrução por tumores; estas técnicas continuaram a ser usadas em países como a Argentina, Alemanha, Franca, Brasil e em pequenos núcleos nos Estados Unidos. Em Las Vegas, o único que praticava essas técnicas era o Dr. Turner; na altura, apesar da enorme falta de tempo, ia ao hospital Sábados, Domingos, feriados etc., para praticar e aprender com ele (os meus colegas, ou não tinham tempo, ou não tinham paciência); resultado: o médico acima mencionado foi em missão de serviço para uma base militar e o único médico, para além de um cirurgião cardiotorácico de origem sul-africana, que faz estas técnicas, sou eu e os colegas têm que me consultar para casos complicados, como este que se segue:

Uma senhora de 52 anos de idade com obstrução quase completa do brônquio esquerdo, com colapso do pulmão esquerdo (bronch 1) e depois da inserção do “stent” com abertura do brônquio e, permitindo o pulmão esquerdo de se expandir (bronch2).

Nunca me cansarei de o dizer e escrever: a perseverança, o espírito de sacrifício, a tenacidade, são as nossas melhores armas para triunfar na vida (nascestes em Tombai, Mansoa, Bafatá, não importa: se tiveres estes atributos, ninguém te pode parar).


Bronch 1


Bronch 2


 

3- A Globalização da Medicina

Hoje mais do que nunca, temos que apostar em modernizar mais a Medicina na Guiné; através de uma aposta séria dos nossos governantes em não só modernizar os Hospitais, mas também suportar os nossos médicos/enfermeiras, facilitando na compra de computadores para os hospitais, para que os nossos provedores de Saúde possam estudar, estar a par de tudo o que se faz por aí fora e comunicarem com colegas que praticam no estrangeiro.

Segue um caso em que anexo as comunicações entre a minha equipa e médicos Finlandeses no tratamento de uma doente finlandesa que sofre de atrofia muscular da espinha (tipo 2) e que contraiu pneumonia, sendo que ser entubada.

Diariamente, através de correio electrónico e/ou telefone, falo com uma equipa de médicos da Finlândia, a preparar o caminho para transporte aéreo da doente, numa unidade de cuidados intensivos, instalada num dos aviões da Lufthansa.

É sempre uma experiência interessante discutir com colegas com diferentes tipos de treinos; hoje em dia, com os protocolos e constantes interacções em conferências, simpósios etc., a medicina está-se a tornar mais homogénea; na Guiné, não podemos ficar atrás; tenho colegas que estudaram comigo e que agora praticam na Guiné e são tão ou mais competentes do que eu! É só darem-lhes oportunidades e meios para mostrarem o que sabem.

 



 

4- Um caso de dispneia

 

Um doente de 83 anos de idade, diagnosticado com cancro dos pulmões em Setembro de 2008, foi tratado com 5 ciclos de quimioterapia; apresentou-se com dispneia e dores do peito.

Apresento duas TAC (uma de Setembro e outra realizada há 4 dias);

a-     Qual o diagnóstico?

b-     Que tratamento recomendam?

 

Dispneia Setembro


Dispneia Novembro

 

As imagens não são das melhores, mas tentei marcar com uma régua electrónica, as áreas pertinentes.

 

Muito obrigado e qualquer que seja o partido a ganhar as eleições, Não Se Esqueçam Da SAÚDE e da EDUCAÇÃO.


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