NÔ NA PERA-NAN MARÉ OU IFIKANO-DJA?!

 

(Mendigar, desonra a soberania)

 

 

Bacar Queta *

quetaqueta2@yahoo.com.br

Bissau, 02.07.2010

Bacar QuetaÉ muito estranho que o nosso problema continue a ser totalmente diferente dos outros povos!

Não deixaríamos de dizer, enquanto estamos vivo, que com os trinta e cinco anos da independência do PAIGC, o povo guineense ainda continua dependente e está a perder cada dia que passa a sua cidadania e respeito pelo mundo fora. É obvio que se a independência era para o povo e não para o PAIGC, não iriam acontecer incidentes (como dizem) que sujam por completo a honra dos guineenses.

A vergonha que me deixa triste é quando ouço falar de soberania, mas soberania como? Será que perdemos a vergonha até neste ponto de falar de soberania perante o mundo? O Estado que fala de soberania é aquele que consegue realizar as suas eleições sem pedir esmola à comunidade internacional; é aquele que tem um sistema de saúde que capaz de combater o Paludismo; um sistema de educação que garanta aos alunos um ensino de qualidade; é aquele que tem um sistema judicial capaz de resolver conflitos sociais; isto quer dizer que a soberania não é uma simples manifestação da independência política, aliás essa independência não sustenta a soberania, mas sim a independência económica, cultural, a virtude dos dirigentes, boa governação, através duma democracia económica sustentável em prol da construção duma verdadeira cidadania.

O caso 01 de Abril, prova que o país ainda está a ser dirigido pelo sistema da política dos infiéis que desde a independência até hoje não ganharam moral para saberem que dirigir é trabalhar para resolver os problemas dos dirigidos e não dos dirigentes. A corrida dos políticos intelectuais infiéis ao poder deu-se a 14 de Novembro, 7 de Junho, 1 e 2 de Março e agora 1 de Abril. As acções militares, nesta história, são simples manifestações da patologia no corpo, mas o próprio problema ou doença da crise social, política e económica está nos cérebros dos nossos infiéis políticos, e esta doença está tão incisiva até ao ponto de infectar os seus neurónios e assim torna-se difícil receitar uma terapia que os possa curar. Mas é preciso uma terapia urgente.

A condenação da comunidade internacional sobre a última nomeação, mostra ao mundo que a Guiné é um País sem soberania, com um Estado sem poder, não o poder de fazer insurreições, golpes (isso temos de sobra), um Estado sem sinais de progresso, mas com muitas dívidas, sem o poder de pensar o desenvolvimento e de garantir a segurança social e bem-estar do seu POVO.

A solução da crise guineense tem que ser procurada nos estatutos, nos programas dos dois maiores partidos do País, esses políticos devem converter a ideologia que os seus estatutos apresentam, de forma a facultar uma governação em conformidade com a constituição da República. Se aceitarem essa conversão, porque são infiéis aos seus próprios estatutos, dai vão ter, sem dúvida, a faculdade de fazer a Guiné um Estado soberano que não mendiga à comunidade internacional, mas que trabalha para sua sobrevivência e honra.

Entretanto, chega de insurreições e de hipocrisia política. Vamos trabalhar a sério para o desenvolvimento.


PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Associação Guiné-Bissau CONTRIBUTO

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